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ESFREGUEI O PEITO QUE AINDA DOÍA enquanto esperava no carro. O avião deles tinha pousado havia quase uma hora, e achei melhor partir para nossa casa no estado de Washington assim que eles passassem pela alfândega e pegassem as malas. Seria melhor voltar antes que a Água percebesse que tínhamos viajado.

Não tinha certeza se queria saber se a viagem deles tinha sido um sucesso. Em todo caso, a sensação era de uma pequena vitória. Tinha feito uma coisa sozinho e ninguém sabia. Essa privacidade fez com que me sentisse um indivíduo, menos serva e mais garoto.

Ainda assim, soltei um gritinho dentro do carro quando vi Jisung, Minho e Jeongin saírem do aeroporto. Estava muito feliz em tê-los de volta.

Quando Jisung me viu, soltou a mala e correu pelo estacionamento; o cabelo preto arroxeado voava atrás dele. Nos unimos num abraço, fazendo o máximo de esforço para não rir.

— Obrigado — ele sussurrou no meu ouvido. — Obrigada por tudo.

— Venha. Vamos para o carro.

Me afastei e lancei um olhar por cima do ombro na direção de Jeongin e Minho, ambos contentes. Joguei as chaves na direção de Minho, cansado de dirigir. Na verdade, um pouco cansado de tudo. Foram poucos dias, mas muito longos.
Uma vez seguros, fiz a única pergunta que importava:

— A Água suspeita de algo?

— Não — Jeongin garantiu. — Fiquei na escuta, e Ela parecia nem desconfiar da nossa viagem. Só estava ansiosa para chegarmos a tempo. Você A ouviu hoje de manhã?

Assenti.

— Ela está faminta.

— Vamos ter que cantar de novo? — Jisung perguntou, mordendo o lábio. Eu sabia que ele estava lembrando da confusão do último canto.

— Não se preocupe — prometi, virando para ele para passar segurança. — Não vai ser como a última vez. Aquilo jamais vai acontecer de novo.

Minho concordou, e Jeongin estendeu o braço e segurou a mão de Jisung.

— As coisas estão diferentes agora — ele disse. — Faremos o que precisarmos fazer.

Encostei no banco e fechei os olhos. Não via a hora de voltar para casa. Estive perigosamente perto de Hyunjin, e a presença dos meus irmãos reforçaria minha decisão de me manter longe dele.

A lembrança da textura da barba por fazer na bochecha dele foi a última coisa em que pensei antes de cair no sono.

— Acorde, bela adormecida! — A voz de Jeongin me arrancou da inconsciência.

Pisquei para me acostumar com a luz.

— Quê?

— Estamos em casa!

Minho bateu a porta do carro. Levantei os olhos e vi nossa imaculada casa de praia.

— Dormi a viagem inteira?

Jeongin sorriu para mim.

— Impressionante para alguém que nem precisa.

— Foram o quê? Uns dois dias?

Ele confirmou.

— Como eu disse, impressionante.

Apesar do sorriso, havia uma pequena ruga de preocupação no rosto dele. Dormir por tanto tempo era estranho, mesmo para mim.

Jeongin saltou do carro para a neblina cinza da manhã. O sol era como uma massa gigante e perolada escondida atrás das nuvens, mas ainda brilhante o suficiente para incomodar meus olhos.

A Sereia - hyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora