— Você é desprezível! — a alfa sentenciou, aos gritos. Era importante deixar claro que nada naquela conversa – briga, para ser mais claro – alguma hora foi amável ou ao menos aceitável para um casal saudável. Louis se encolheu. Ele queria apenas achar um buraco e se isolar por toda a sua vida — Eu não vou estar sempre ao seu lado, apenas quando você quiser. Esse relacionamento não deveria ser só sobre você.
— Mas... — ele tremeu. Tremeu como o verme covarde que era. A voz alta e alterada de Ayla o estava assustando como nunca antes. A alfa tinha seus acessos de raiva, mas nunca foi para tanto.
— Você precisa de ajuda. Faz cinco anos! — dessa vez a alfa foi um pouco mais longe, ele sabia qual o caminho que ela queria seguir — Sempre se fazendo de coitado, você não é o único que tem problemas.
— Eu sei, Ayla. Eu não quero...
— Não sai, não reage, não tenta viver. O que espera da vida? Que as coisas caiam aos seus pés? Você é um ômega.
Os olhos do mais novo ficaram imediatamente cheios de lágrimas não derramadas. Por mais baixo que a alfa já tenha ido, ela nunca tinha jogado aquilo em sua cara.
— Nunca me deixou marcá-lo e não quer filhotes. O que você quer?
Ele tinha certeza de que as pessoas que passassem no corredor do prédio podiam escutar a discussão.
— Eu sou um lúpus, já disse que não posso. Você não é minha. — a última parte havia saído como um sussurro frágil. Aquela era a única verdade que eles nunca fizeram questão de mexer, como uma merda mal cheirosa. A alfa sempre tentava se convencer do contrário.
— Podemos ser exceção. É você que não quer.
— Sim, Ayla. Eu não quero ter seus filhotes. — imediatamente Louis pôs a mão sobre a boca, se arrependendo das palavras duras e maldosas. Infelizmente era a mais pura e dolorosa verdade.
Pensava a todo instante como seria melhor apenas amar a alfa, ter uma família grande, como ela queria. Seria como estar bem. Contudo, Louis nunca esteve bem e era incontestável o fato de que, depois de um tempo, ele apenas seguiu vivendo por outras pessoas, não conseguia falar não para alguém próximo que pedisse algo.
— Não pode estar falando sério. Nós nos amamos e somos felizes.
— Você pode... pode ir embora, por favor?
A alfa o encarou por longos minutos, completamente incrédula. Tinha acostumado com o jeito doce e receptivo do seu ômega, não estava acostumada a ser tratada daquele jeito. Depois que começou em um relacionamento com um dos nomes mais famosos da Inglaterra e do mundo, tinha acostumado a ter todas as coisas aos seus pés. Ela estava sempre no controle.
Mas não ali.
Louis se permitiu cair assim que a porta bateu com uma força que quase machucou seus ouvidos. Era demais para ele.

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Your Eyes - Larry
Hayran KurguLouis era um ômega lúpus que precisava de ajuda, sempre precisou, mas com o tempo, percebeu que teria que aprender a ser só. Com o fim trágico de seu relacionamento que já não andava bem, o ômega só se vê cada vez mais imerso em sua escuridão. Até...