Liam olhava para o menininho deitado no berço. Os olhos eram idênticos ao da irmã, com a mesma intensidade e parecia carregar as mesmas nuvens pesadas. Era a coisa mais linda que o alfa já tinha visto e ele se sentia em casa ao encara-los.
— Olá, Mave. — sussurrou, tocando a mãozinha do pequeno, que ainda o olhava com fixação — Você é o bebê mais lindo que eu já vi.
— Ué. Ele tá quietinho, tia Grace. — Genevieve falou com a mulher que ainda os acompanhava. Ela só assistia a interação deles.
— Ele está.
— Eu posso pegá-lo? — pediu sem desviar o olhar, estava vidrado.
— Pode, tio Li. — Gen confirmou, como se o bebê fosse dela, o que fez Zayn rir, pegando a menina em seus braços.
Ambos já sabiam o final daquilo. Seus lobos tinham feito escolhas específicas e não podiam ignorar um sentimento daqueles.
— Pode sim, senhor.
Assim que recebeu a autorização, ele trouxe o neném para si, tomando cuidado para não assusta-lo ou fazê-lo chorar, sentia a urgência de ser o lar daquelas crianças e protegê-las com todo o seu ser.
— Olá, pequeno. — deitou o neném em seus braços, Mave pegou seu dedo assim que viu sua mão, Liam tocou seu nariz, vendo o bebê franzir o cenho, curioso.
Mave soltou um barulhinho amável.
Liam não precisou olhar duas vezes os olhos de seu amado para saber o que se passava em sua cabeça. A conexão que tinham deixava tudo ainda mais exposto. Eles eram seus e ninguém poderia dizer o contrário.
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— Então vocês foram em um orfanato e agora querem adotar duas crianças? — Niall ninava Gia, enquanto revezava o olhar entre sua pequena em seus braços e os amigos no sofá.
— Vamos adota-los. — Zayn afirmou, nunca sentiu tanta certeza na vida quando naquele momento — Eles são incríveis, Nini, você tinha que ver.
— Eu vou, alfa. Mal vejo a hora de ter todos esses neném aqui. A família está ficando enorme. — Niall sorriu, seu sonho estava se realizando — Agora, me conte sobre eles.
— Genevieve é a garotinha mais linda e gentil que já conheci, ela é uma ômega e é tão perfeita. — os olhos de Zayn brilhavam ao falar da que seria sua filha — Mave é um bebê quieto e fofinho, Gen disse que ele não gosta de muitas pessoas, mas ele adorou Liam.
— Eles são perfeitos. Estou completamente encantado.
Niall não parou de sorrir em nenhum momento, entendia aquele sentimento, foi o que sentiu quando viu Liam pela primeira vez.
— Estou tão feliz por vocês. Já entraram com o processo de guarda?
— Sim. Eles são irmãos, o que dificultaria a procura por futuros pais, já que Eva não quer separa-los, Gen é uma ômega e as pessoas não estão muito interessadas em adotar ômegas, isso é lamentável. Eva disse que como eu tenho influência, posso fazer com que o processo seja mais rápido. Queremos os filhotes conosco o mais rápido possível.
— Estou tão orgulhoso de vocês. Mal veja a hora de ter essa casa cheia de filhotinhos e poder mimar todos eles. Vou deixar Gia com Louis, já que nenhum dos dois gostam de nada, posso me divertir com os filhos de vocês.
— Nem pensar. Meus filhos serão mantidos a uma distância favorável dessa sua cabecinha. — Zayn foi que garantiu, indo até o ômega e pegando a bebezinha, que, ao contrário do que o ômega pensou, apenas se aconchegou confortavelmente — Estou com o cheiro das crianças, parece que ela gostou.
— Posso mesmo sentir um cheirinho doce vindo de você.
— Gen gosta de abraços.
— Na verdade, Gen gosta de você. — Liam corrigiu, admirando a irmãzinha no colo de seu alfa — Não tem noção do quão fofo foi, mama. Genevieve não desgrudou de Zayn por um segundo, eles pareciam amigos de longa data.
— Consigo imaginar. — os olhos claros do ômega brilhavam tão intensamente, ele adorava ser chamado daquela forma pelo seu querido filhote — Zayn é tão babão por você e será pior ainda por essas crianças.
O alfa mais novo sorriu, porque conseguia sentir em seu coração que estava fazendo a coisa certa. Estava escolhendo ser feliz com quem realmente ama.
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— Alfa — Louis reclamou enquanto Harry os conduzia veementemente por entre a grande loja — Por que gosta tanto de comprar coisas para ele? Blue já tem tudo.
O ômega estava tentando colocar juízo na cabeça do maior, que ainda sim não parecia nem um pouco interessado. Harry queria comprar tudo que via para o filhote deles, queria mostrar que era um bom alfa e que amaria tanto quanto podia seus pequenos ômegas.
— Mas, ômega, ele vai adorar essas roupinhas. — apontou para algumas peças próprias para recém nascidos. Louis imaginava que em menos de um mês já não serviria mais para a criança, mas ainda sim seu coração transbordava amor ao imaginar segurando uma coisinha mínima vestido daquele jeito — Gostei desse. É parecido com um de seus vestidos.
O boddy amarelo com algumas florzinhas era pequeno demais para imaginar alguém usando, o que lhe dava uma ideia do que teria que enfrentar.
O alfa continuou procurando coisas pela loja enquanto Louis olhava as prateleiras com atenção, acabou escolhendo uma chupeta bonitinha que tinha visto e pensou que gostaria que o filhote tivesse uma pulseirinha, uma ajustável de preferência, para que estivesse com ele em todos os momentos.
— Louis. — uma voz conhecida o tirou de seus devaneios, trazendo-o de volta a realidade como um tombo.
Lou encarou a mulher a sua frente de maneira firme e indesejável. Sabia que estava bom demais para ser verdade.
— Olá, Ayla. — ele tentou lhe oferecer um pequeno sorriso, mas estava tão acostumado a só fazer o que queria que não se sentiu mais obrigado àquilo — Como você está?
— Estou bem. E você... Uau. Está grávido.
— Estou. — O ômega teve que conter a careta ao sentir o cheiro forte da alfa chegar ao seu nariz. Todos os cheiros, com exceção ao de Harry, estavam o deixando enjoado.
— Você casou? Quanto tempo?
— Eu...
— Ômega, olhe que coisa fofa. — Harry voltou antes que ele pudesse responder algo. Estava com outras várias coisas em uma cestinha e segurava um vestidinho azul — Combina com ele.
Louis soltou um pequeno riso. Blue ainda bem havia nascido.
— Tenho certeza que sim, amor. Alfa, essa é Ayla. Ayla, esse é Harry, meu companheiro. — apresentou, só então fazendo Harry reparar na mulher que estava estacada ali.
Harry não tomou uma postura defensiva, ou algo do tipo, mas seu corpo tensionou por alguns segundos, e então não era mais o papai bobo que estava ali e sim o alfa lúpus que protegeria sua família a qualquer custo.
Eles se cumprimentaram por meio de um aceno.
— Eu... Acho que vou indo. Foi bom te ver. — ela recuou, seus olhos vagavam entre a mão do maior na cintura fina e na barriga com uma elevação fofa — Até um dia desses. Harry.
— Até mais.

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Your Eyes - Larry
FanfictionLouis era um ômega lúpus que precisava de ajuda, sempre precisou, mas com o tempo, percebeu que teria que aprender a ser só. Com o fim trágico de seu relacionamento que já não andava bem, o ômega só se vê cada vez mais imerso em sua escuridão. Até...