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   Louis estava enrolado nas cobertas parecendo um gatinho, assim com Julie estava no sofá no cantinho. Ele resmungou, não gostando do fato de que seu alfa o deixou ali, o que era certo exagero, já que não fazia muito mais que dois minutos.

   — Oi, oi, oi. — a voz alegre de seu amigo invadiu o cômodo — Nossa, que cheiro forte.

   — Oi, Gummy. — O ômega menor sorriu pequeno. Estava meio envergonhado ao lembrar que o amigo estava consigo nos dias de seu calor — Tudo bem?

   — Estou ótimo e tenho uma novidade. — uma risadinha gostosa saiu de seus lábios ao se jogar com cuidado sobre a cama — Eu achei meu alfa.

   Louis piscou forte, tentava relacionar os últimos acontecimentos.

   — Desculpe, Gummy. De quem é o bebê?

   — Foi fertilização. Eu queria faz tempo, você sabe e, bom, estamos ficando um pouco velhos e eu queria logo, então decidi fazer sozinho. E ontem encontrei o bendito. Estava saindo do prédio e o encontrei no estacionamento externo.

   — Uau. E como ele é?

   — Lindo. Ele é alto e forte e parece bem altivo, os olhos e cabelos são bem escuros, disse que ele é lindo? Porque é. Seu nome é Sam.

   Louis riu, afável. Gostava de ver o amigo feliz daquele jeito.

   — Já. Estou tão contente por você, querido. Sei que sempre quis isso.

   — Sempre mesmo. Parecemos tão certos um para o outro, é como...

   — Casa. — Lou completou, ele entendia aquela sensação — Assim que vocês estiverem juntos, quero conhecê-lo. Amor? — seu chamado saiu como um miado dengoso, em três segundos o alfa estava no quarto.

   — Alfa desobediente. Disse que não era para escutar nossa conversa.

   — Não estava escutando, só ouvi meu ômega chamar. — deu de ombros, seguindo até o pequeno — Tudo bem, princesa?

   — Sim. Só estava com saudades. — estendeu os braços em sua direção e ronronou assim que foi posto em seu colo.

   — Vocês parecem mel de tão grudentos. Podem parar, por favor?

   — E você está com inveja. — o alfa atirou uma almofada em sua direção, sem força obviamente. Não ligava para nada naquele momento, só conseguia pensar no garoto em seus braços.

   — Estou mesmo e você não precisa jogar isso em minha cara. — empinou o nariz — Amanhã tenho uma consulta para ver o negocinho aqui.

   — Pode gravar? Eu adoraria ver. — Louis pediu, piscando os longos cílios de forma que ninguém poderia negar nada.

   — Claro que sim. Acho que Zayn irá comigo, ele prometeu ao menos. Aquele alfa anda muito ocupado desde que passou a empresa para o nome dele.

   — Fiquei feliz que ele aceitou, aquela empresa ainda está de pé por conta dele.

   — Eu também, mas não queria ser deixado de lado por ele. Sou um ômega carente e grávido, preciso dos meus melhores amigos por perto em todos os momentos.

   Enquanto os dois discutiam, Louis pensava em como sentia saudades de ter momentos como aquele e em como aquelas horas eram preciosas, como passava rápido e pensava que não deixaria sua vida escapar pelos seus dedos novamente. Estaria preparado para agarrar a felicidade e vive-la. Seria um ótimo ômega para seu alfa, um tio maravilhoso para sua sobrinha e uma ótima mamãe para seus futuros filhotinhos.

   — Ômega? — despertou com o chamado de seu soulmate — Está escutando?

   — Não, desculpe.

   — Poderíamos jantar fora amanhã. — Niall propôs — Nós três e aquele alfa de araque que anda nos abandonando.

   — É uma ótima ideia. Pode ser um um restaurante discreto?

   — Claro.

   — Um amigo meu tem um ótimo restaurante e lá é bem tranquilo e o ambiente é casual e confortável. Vão gostar.

   — Obrigada, alfa. — esfregou seu nariz na bochecha do outro, como um carinho gostoso.

   — Quando é que vão ficar juntos, em? Não posso parecer uma bola no vestido de madrinha. Se eu ficar feio, juro que não deixo vocês serem padrinhos do negocinho.

   O ômega mais novo franziu o cenho. Não entendia como funcionava a cabeca do amigo ou o por quê de complicar algumas coisas fáceis.

   — Casariamos depois que ela nascer. — concluiu, sem muito mistério — Mas nos nossos costumes as coisas acontecem diferente e não há casamento, passamos por alguns dias de cortejo e depois estaremos atados pelas leis da Lua. Não decidimos se casaremos um dia.

   — Podemos fazê-lo se quiser, minha princesa.

   — Que tal um jantar de comemoração? Não gosto de festas e vai ser uma coisa especial só nossa.

   — Os costumes lúpus são tão lindos. E a conexão de vocês é linda, o jeito que tornam tudo uma conversa tranquila e nada se torna um tabu, adoro isso. Sem contar que se entendem por olhares.

   — Acho que nossos lobos sempre estiveram conectados, isso vem de outras vidas. É bem difícil um lúpus achar sua alma gêmea porque elas praticamente não estão juntas em uma mesma vida. Acho que temos muita sorte. — O alfa sorriu, olhando no fundo dos olhos azuis que tanto amava.

   — As vezes queria ser um de vocês.

   — As vezes é bem ruim, escutamos demais e sofremos em dobro, sem contar que a sociedade impura costuma nos olhar como se fossem superiores. Sem contar que viver uma vida solitária e sem amor não é nada bom, a vida de um lúpus sem um soulmate é tão triste.

   — Têm muita sorte mesmo. Os filhotes de vocês vão ser lindos, sabia? E eu quero ser madrinha de todos, sem exceção. Vocês não têm muitos amigos mesmo.

   — Tenho sim.

   — Você não ouse se opor a isso. Vou ser a melhor madrinha de todas e estragar seus filhotes, não pode me impedir.

   — Posso sim, contando com o fato de que serão meus.

   — Alfa. — repreendeu, não gostando do rumo daquela conversa.

   — Ei, vocês dois, não briguem. Amor, o Nini tem que ser madrinha de alguns deles, pelo menos dois. Foi por conta dele que nos conhecemos, temos que retribuir de algum jeito.

   — Não sei se posso deixar esse ômega perto dos nossos filhotes, ele é perigoso até para si mesmo.

   Eles continuaram discutindo arduamente, enquanto o ômega tentava apaziguar a situação.

   Niall não deixava de admirar a relação dos dois e reparar em como aquele alfa grandalhão fazia bem para seu amigo, a forma em como ele tinha o tirado de sua pior fase fazia acreditar que trazê-lo naquele determinado dia foi uma das melhores decisões que tomou em sua vida.

Your Eyes - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora