Dia Seguinte | 18:34 - Amber Freeman
Já se passavam das 18 horas, estávamos na mesa de um restaurante lindo e conceitual aqui de Verona.
Isso foi uma ironia.
A mesa estava dividida entre eu, minha avó e as secretárias de Julieta. Todas elas, inclusive a Tara que estava sentada bem na minha frente.
Ela estava com os cabelos soltos e a maquiagem leve, estava linda. Principalmente porque as suas sardas estavam em evidência, as pintinhas minúsculas espalhadas pelo rosto dela se assemelhavam com as constelações que estavam surgindo no céu.
Meu deus, que breguice.
- Eu estava fazendo um curso de arte na Toscana, fiquei hospedada com uma família, perto de Siena. - minha avó começou a explicar a história dela com o Louis, eu já ouvi isso milhões de vezes. - E eles tinham um filho chamado Louis, foi amor à primeira vista.
Me viro 'pra frente e vejo a Tara concentrada na história que a minha avó contava, um sorriso de lado surgiu no rosto dela após as palavrinhas mágicas: amor à primeira vista.
Ela realmente acreditava nisso. Não a julgo, eu também já acreditei na falsa promessa do amor eterno, amor adolescente, amor, amor...
É tudo tão mais fácil quando você descobre que a sua linguagem de amor é o toque físico, ou no caso, só a parte sexual do toque.
Eu, hoje em dia, não me interesso por ninguém romanticamente e não vejo isso como um problema, pelo contrário, eu gosto de ficar com a pessoa e depois não ver mais ela na minha frente, é uma boa tática e funciona muito bem.
Com a Tara não é diferente, ela é linda e ficar com ela não seria uma má ideia. Com certeza vai ser bem mais fácil porque moramos em países diferentes, depois que eu for embora de Verona, não irei mais vê-la.
E não me julguem com esse papo de "ela namora", estou há dois dias aqui e não vi a cara dele, nem mesmo menções. Não me importo com isso, não vai ser a primeira vez.
- Ele tinha olhos tão gentis e me disse que eu era muito bonita. "La ragazza mais linda do mundo."
Alguém me tira daqui.
- Amélia, você ainda é muito bela. - a mulher mais velha diz, acho que o nome dela é Gale ou algo semelhante, não prestei atenção as apresentações.
- Obrigada. E olha... - minha avó diz enquanto abre a pequena bolsa - Ele me deu esse anel.
Minha avó retira um anel banhado de ouro da bolsa e ergue em direção a Tara.
- É lindo, dona Amélia. - Tara que estava calada há um tempo, diz após pegar o objeto.
- Queríamos nos casar mas eu tinha medo da reação dos meus pais, então fugi. E agora, eu realmente gostaria de dizer a ele que... Sinto muito por ter sido tão covarde.
- É claro que um cartão ou uma carta seriam simples demais, né vó? - me intrometi na conversa.
Ouço uma risada doce e me viro em direção a Tara, ela estava me olhando e rindo. Porra, que visão dos Deuses.
- Então a senhora veio mesmo procurar o seu Louis. - ela diz direcionando o olhar para a minha avó.
- Sim, e eu sei onde ele está. A Amber vai me levar até lá amanhã.
- Só porque não quero que você ande com desconhecidos.
Digo um pouco mais baixo que o normal, infelizmente as garotas que estavam na mesa ouviram. Umas fizeram uns barulhos estranhos enquanto as outras me encaravam como se eu tivesse falado algo terrível.
- Cara, eu sou fria mas você... não tem um pinguinho de romantismo ai dentro. - Mindy diz, essa eu decorei o nome.
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Após mais alguns minutos de conversas românticas e planos para o futuro, eu e a minha avó se despedimos das meninas e seguimos em direção ao hotel que não era longe já que Verona não é uma cidade grande. Tudo ficava bem grudado, menos as fazendas, obviamente.
Estávamos quase em frente ao hotel quando ouço uma voz conhecida que vinha de trás de mim, me viro para olhar.
- Ei, esperem!
Cara, não é possível.
Tara estava correndo na nossa direção, ela parou um pouco a frente e se apoiou na parede. Em seguida abriu a bolsa e tirou algo de dentro e colocou quase de imediato na boca, dando uma, duas tragadas. É uma bombinha.
A Julieta fake é asmática.
- Eu posso ir com vocês procurar o Louis? - ela diz após se recuperar.
- Vir com a gente? É sério?
- Sim. - ela me encara - Olha, eu admito que não é uma atitude totalmente altruísta. Eu acho tão incrível o que você está fazendo que eu adoraria escrever a sua história, se não se impor-
- Uma jornalista. Vovó, uma jornalista tentando bisbilhotar nossas vidas! - a interrompo.
- Eu não sou jornalista, talvez um dia eu seja escritora, mas...
- A história dela será um grande furo, não é?
Me aproximo um pouco mais dela, a rua estava escura mas eu conseguia enxergar as suas expressões pela aproximação.
Não pude deixar de reparar nas suas bochechas que estavam vermelhas e nos os seus olhos grandes que estavam paralisados em mim. Assim como os meus estavam paralisados nela.
Meus olhos, involuntariamente, caíram nos lábios delas.
Me perdoe namorado da Julieta fake, mas eu realmente adoraria beija-lá.
- Eu vou adorar que venha. - minha avó diz, quebrando a cortina de tensão que cobria nós duas.
- Ah! Ótimo! - ela sorri.
Revirei os olhos dando um sorriso em seguida, não odiei o convite dela, apenas gosto de irritá-la.
Nos despedimos novamente e entramos no hotel.
Três ratos cegos - Grupo on
Quinn: amber, quem é julieta?
Landry: MAS JÁ ARRANJOU MULHER?
Amber (você): meu deus!!!! vocês não tiram o meu nome da boca
Quinn: nao muda de assunto
cretina
Amber (você): estou em verona gente romeu e julieta
Landry: mDs ta metendo chifre no romeu????
Quinn: pelo amor de deus tirem o ethan do grupo
Amber (você): julieta fake é a garota que escreveu a carta pra minha vó
o nome dela é tara
Quinn: atenção alerta ttpb!
Landry: não deu 48 horas mlk braba
Amber (você): não quero ela.
Landry: quinn vamos cronometrar
Quinn: ta bom amanhã ela já ta de quatro pra menina
Landry: é o contrário.
Quinn: eca
Amber (você): ? vão se foder
Três ratos cegos - Grupo off
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letters to juliet | tamber
Romancetara carpenter, uma escritora que reside em verona, responde uma carta de 50 anos atrás. amber freeman, uma estudante que vive em los angeles, recebe a carta que foi escrita para a sua avó. tamber | fanfic inspirada no filme 'cartas para julieta'