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Tara Carpenter
3 meses depois

Hoje fazem exatos três meses que a minha vida finalmente entrou no eixo certo.

Depois do encontro que tive com a minha namorada na praia, a mesma me levou para vários pontos turísticos de Los Angeles. Me indicou e apresentou restaurantes, museus e teatros. E também o comércio mais lindo: a livraria. Foi uma semana longa e intensa. Também sexualmente falando.

Como não houve pedido de namoro concreto, com flores e velas aromáticas românticas, eu e Amber decidimos apenas usar um acessório para firmar o relacionamento. Eu dei a ela um colar de coração de tonalidade prata, tinha as correntes entrelaçadas e grossas, foi o último presente que o meu pai me deu. Ele disse que o colar significava amor e proteção.

Amber não tira ele do pescoço.

E ela me deu uma pulseira cravejada a ouro com um pingente de carta, dentro estava escrito com letra cursiva e delicada: 'com amor, Julieta'. Era o que eu escrevia em todas as cartas, principalmente, na carta que enviei para Amélia.

A carta que moldou nossa história.

Nesse momento, estou na nossa casa em Verona, pintando uma das muitas paredes do nosso local.

Quando o meu livro foi publicado, teve um retorno surpreendentemente alto. As cópias foram vendidas rapidamente em muitas cidades, e ficou em primeiro no lugar na lista da Amazon, sendo um incrivelmente recebido pelos Bookstan's. Amber me ajudou a divulgá-lo em Los Angeles. Um sucesso, talvez, mundialmente falando.

Com isso, eu e Amber decidimos comprar a nossa própria casa, em Verona. Escolha dela! Mas continuados separadas por um oceano grande, azul e gélido. Amber só irá se mudar para a casa quando concluir a faculdade. Não que a distância tem sido um problema, quase todos os finais de semana ela voa 'pra cá. É uma dinâmica ótima e até o momento, funciona perfeitamente bem.

E mesmo assim, de um jeito ou de outro, eu seria obrigada a sair do quarto que a Samantha tinha me 'emprestado', agora ele realmente será da criança que ela está esperando. E com isso, concluo que sou uma ótima advinha! Sam não me contou de imediato porque estava meramente assustada, óbvio, o exemplo de mãe que nós duas tivemos não foi... Boa? Mas eu não duvido que ela será a melhor mãe aqui da Itália, é só ela se dedicar a cuidar da criança igual se dedica para cuidar de mim. E eu não podia estar mais feliz com isso, com certeza será muito mimado pelas titias 'Tamber'.

Bebê de sorte.

- Amor! Acabou a tinta preta, acha que consegue encomendar mais uma lata? - Amber proferiu, erguendo o pincel seco.

Ela estava com roupas velhas e toda manchada com tinta, o cabelo preso em um coque bagunçado e as bochechas vermelhas indicando cansaço. Minha namorada estava linda.

- Eu posso sim. Mas vem cá, não acha que já tá legal de tinta preta?

- Tar, é o meu escritório e eu preciso estar confortável enquanto trabalho. Você não concorda? - Amber se aproximou e franziu as sobrancelhas enquanto um biquinho fofo se formava em seus lábios.

- Você e essa sua expressão de 'gato de botas'... Aprendeu com a Mindy, não é? - questionei, erguendo uma sobrancelha em sua direção.

- Ela me disse que sempre dá certo com a Anika.

- Não vai nas ideias dessa maluca! - exclamei, me virando para a parede branca que eu estava pintando antes da Amber me interromper.

- Vai dizer que não funciona? - sinto as mãos quentes de Amber rodearem a minha cintura, me abraçando por trás e apoiando a cabeça no o meu ombro, tendo acesso direto ao meu pescoço descoberto, dando beijinhos e mordiscando o mesmo - Hum?

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora