15.

441 39 46
                                    

Amber Freeman

- Eu te amo, Tara. E eu te esperaria até o fim da minha vida.

- Eu também te amo, Amber.

Me inclinei em direção a ela, tocando os seus lábios saudosos. A sensação ainda era a mesma, mesmo depois de dois meses a boca dela ainda continuava com o doce sabor do nosso clássico vinho. E eu estava com tanta saudade daquela sensação que não mantive as minhas mãos quietas, ao contrário, elas exploravam todas as minúsculas partes do corpo da Tara, fazendo questão de anotar todos os pontos - mentalmente - para nunca mais esquecer.

Enquanto nossas línguas disputavam entre si, com o misto da saudade, um murmúrio baixo foi se aproximando do meu ouvido. Amber. Mais alto. Amber. E mais alto. Amber.

- Hum?

- Acorda, porra! - Quinn me empurrava de um lado para o outro na minha cama espaçosa.

Tentei abrir os olhos mas a luz forte que vinha da janela descoberta me fez desistir. Afim de ficar mais tempo submersa sob o edredom, puxei o travesseiro e o coloquei em cima da minha cabeça, bloqueando qualquer tipo de iluminação.

Quinn, decidia a me atormentar, retirou o travesseiro e acertou nas minhas costas descobertas.

- O que foi, Quinn? Eu fui dormir tarde, pode me deixar em paz? - a empurrei, fechando os meus olhos novamente.

- Mini Stu, você estava quase beijando o travesseiro enquanto sussurrava o nome da proibida. - seu tom foi diminuindo ao passar da frase, quase murmurando a última palavra.

- Oi? - me levantei em um pulo, sentindo a minha boca secar instantaneamente e meus olhos se arregalarem.

Essa mulher invade até os meus sonhos, que droga!

- Acordou rapidinho, né? 'TTPB' até em sonho, como é possível? - ela ri, irônica.

- Por que você não me faz o favor e cala essa boca, hein? - indaguei com certo desdém.

Joguei o travesseiro de volta na minha prima e me levantei da cama macia.

- Grossa! Eu espero que você exploda de saudade!

Antes de entrar no banheiro, parei no batente da porta e olhei para a Quinn sobre o meu ombro. - Eu não tenho saudade dela.

Com essa afirmação, me arrastei 'pra dentro dali fechando a porta atrás de mim e suspirando aliviada.

É óbvio que era mentira.

O relógio marcava perto de meio dia. Ontem eu, Quinn e Ethan tínhamos ido à uma festa universitária em uma das casas do campus. Meus finais de semana eram basicamente assim, festas e festas. Eu fazia de tudo 'pra tentar esquecê-la.

Depois que sai da casa da Tara naquele maldito dia, dirigi freneticamente tentando não ignorar os semáforos e as placas das ruas longas de Verona. Meus olhos ainda embaçados tentavam não causar um acidente. O caminho até a fazenda do Louis nunca pareceu tão longo.

Vovó me perguntou o que tinha acontecido, não contei à ela, apenas disse que Tara estava ocupada e eu não queria incomodar. Não era mentira, de qualquer jeito.

Quando voltamos a Los Angeles, resolvi deixar os dias em Verona enterrados. Bloqueei a Tara no instante em que pisei no avião, apagando as poucas mensagens que tínhamos trocado e deletando as fotos que eu tinha tirado enquanto estava lá, com ela.

Apenas Mindy, a Julieta fake mais suportável manteve contato comigo e eu não a afastei, ao contrário, se tornamos muito próximas.

16:34. Deixei minha mão escorregar pelo teclado do meu notebook digitando algumas coisas desconexas no caminho. Nos últimos dias, cedi meu tempo para a ajudar a minha avó e o Louis que irão se casar em breve. A decisão rápida veio de ambos já que passaram anos separados, não tinha o porquê esperar mais.

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora