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Dois meses depois | Tara Carpenter

Julietas sem o Romeu - Grupo on

Sam: Tar, onde você está?

Tara (você): estou indo pra editora, sam
depois vou passar no restaurante

Mindy: T, às vezes eu acho que
você faz isso de propósito.

Tara (você): faço o que, especificamente?
mindy você fica com
esses joguinhos de palavras
desde quando o chad foi pra livorno.

Mindy: sim, tara. porque não
é a minha obrigação abrir os seus olhos

Anika: Amor, já deu...

Tara (você): eu vou entrar na sala.

Julietas sem o Romeu - grupo off

13:45. Eu estava sentada em uma cadeira macia esperando o Dante terminar de folhear as páginas do meu livro.

Semana passada, completou dois meses desde que vi a Amélia e a sua neta pela última vez. A senhora não tem celular e eu preferi não entrar em contato com a Amber só para perguntar sobre a avó, apesar de ter mandando um 'oi, chegaram bem?' que nunca teve uma resposta. Ela nunca me mandou um SMS e eu nunca entendi o porquê.

Talvez a culpa seja inteiramente minha.

Nossa última interação foi na casa do Sr. Bartolini, e eu acreditei fielmente que ela ia falar algo ou até se declarar 'pra mim. Mas no fundo eu sabia que não, porque a Amber sempre deixou bem claro que não era uma pessoa 'pra compromissos.

Ela voltou para Los Angeles e logicamente, para a sua vida agitada que era divida entre faculdade, baladas e 'peguetes'.

Desde então, minha mente anda dividida entre querer e não querer a sua amizade.

Eu sinto a falta dela constantemente, a minha habilidade de tentar esquecê-la é totalmente falha. Ou eu só não quero apagar as nossas lembranças.

Entretanto, minha vida continua a mesma, respondendo cartas e trabalhando no meu livro. O restaurante do Chad está pronto e em funcionamento. Não contei para ele sobre o beijo no gramado do hotel e ele mal me falou da viagem para Livorno. Ao contrário, ele apenas viajou mais algumas vezes antes de abrir as portas do comércio.

Outra relação que estava me incomodando era com a Mindy, irmã dele. As coisas entre mim e ela estavam estranhas, a garota soltava piadas irônicas e frases enigmáticas. Principalmente, depois que começou a manter contato com a Amber. Eu sabia que elas ainda se falavam mas nunca ousei perguntar sobre nada.

Levei as minhas mãos à cabeça, ajeitando os fios lisos e respirando fundo. Voltando a observar atentamente o editor à minha frente.

- O que houve? - Dante perguntou, fechando o livro.

- Não gostou do fim?

- O fim está bom. Aliás, bem comovente. Mas e essas pessoas? Continuam juntas? E aquela menina, a Amber, onde está? - suspirei diante daquelas perguntas.

- Eu não sei. Não mantive contato. - sorri amarelo, ele assentiu me encarando. - O que foi?

- Acho que você devia comprar ações da Alitalia, porque todas as mulheres irão vir em peso pra Verona. - arregalei os olhos ao ouvir aquilo.

- Vai publicar o livro? - questionei, animada.

- Sim, é uma história boa. Tem mais alguma coisa?

Ele entregou o livro à mim que quase não consegui colocá-lo de volta na bolsa, minhas mãos tremiam e meu coração pulsava tão forte que eu tinha receio do Dante conseguir ouvir.

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora