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Dia Seguinte | Fim de tarde - Tara Carpenter

O dia foi longo, eu, Amber e Amélia passamos por quase todas as casas do lado Oeste de Verona e descobrimos que há mais Louis do que pensamos. É lógico, é um nome bem comum por aqui, o que dificulta muito a nossa busca.

Estávamos em uma área montanhosa, eu e a Amber nos acomodamos em uma mesa de picnic enquanto Amélia estava se apoiando em uma pedra, na nossa frente, contando sobre as suas experiências românticas. 

Amber fazia careta e revirava os olhos a cada menção amorosa que a Amélia fazia, era engraçado, ela é engraçada. Hoje não teve muita grosseria por parte da Amber, aparentemente, ela começou a gostar da minha presença. Não que eu me importe.

Percebi alguns olhares vindo dela durante o dia, às vezes enquanto eu conversava com o Chad pelo celular e outros olhares furtivos pelo retrovisor do carro enquanto ela dirigia. 

 Fingi indiferença.

- Eu ainda me lembro do aroma do seu suor doce e quente. - Amélia diz. 

- Pelo amor de Deus, vovó. Já entendemos! - Amber interrompe a avó, com uma expressão de nojo. 

- É como se você estivesse prestes a reencontrar a sua alma gêmea. - digo 'pra Amélia, com um pequeno sorriso. Eu achava incrível o que ela estava fazendo e vivendo. 

- Sim. 

- A alma gêmea dela era o meu avô. Não vamos invalidar a minha existência, por favor! - Amber diz, me dando um leve empurrão com o ombro. 

- Desculpa, não foi a minha intenção. - respondo dando outro empurrão. 

 Quando ficamos tão confortáveis assim?

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Já era noite, nós três estávamos no restaurante do hotel onde as meninas estavam hospedadas. Resolvemos procurar mais amanhã porque as opções de hoje foram descartadas pessoalmente pela própria Amélia. 

- Amber, conta 'pra Tara sobre a sua faculdade. 

- Não deve interessar muito a ela. 

Amber diz olhando 'pra mim enquanto leva a taça de vinho para a sua boca, bebendo um pouco dele. 

Meu deus, respira!

- Experimenta. - respondo, também bebendo um gole do vinho. 

- Ah, você sabe... Estudando 'pra defender os indefesos, preservar direitos humanos, ajudar refugiados. - paro de beber e encaro ela, estou surpresa com essa confissão - O que foi? Parece assustada. 

- Eu estou muito surpresa! Eu não imaginava você como o tipo que "salva a humanidade."

- É mesmo? E o que você achou que eu fosse, exatamente? - ela deixa a taça na mesa, com os olhos ainda firmes em mim. 

- Você parecia uma esnobe elitista da Oxford. Mas agora, só parece uma boazinha irritante.

- Então você não julga muito bem as pessoas. 

Ela me encara e eu encaro de volta, firmando o olhar.

- Muito bem, eu vou dormir. - Amélia que estava presente na mesa esse tempo todo, se levanta, estourando a bolha de tensão que eu e a Amber tínhamos criado novamente - Boa noite, Tara. 

- Quer que eu te leve para o quar- 

Amélia interrompe a Amber lhe dando um beijo na testa. 

- Se comportem, crianças. 

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora