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Amber Freeman

Beirava às 16:00 horas, estávamos no meu carro indo em direção a praia mais próxima da minha casa, no caso a Dockweiler, que não precisava trilar montanhas e morros de areia para chegar nela.

Depois que eu acomodei a Tara no meu quarto, desci as escadas para a cozinha e me sentei nas bancadas para finalmente falar com a Jill. Eu tenho quase toda a certeza que Quinn passou o meu contato para ela antes do casamento e antes de me resolver com a Tara. E a 'cretina' resolveu me chamar dois dias depois.

Que azar!

Eu não menti quando falei que Jill foi só uma noite, uma das muitas noites nas baladas que eu compareci apenas para tentar esquecer a Tara. Mas agora ela voltou e está aqui, ao meu lado e eu realmente não preciso de absolutamente nada porque ela é tudo o que eu sempre desejei.

Me doeu demais abrir os olhos e ver a mesma arrumando a mala depois de ter afirmado para mim que ficaria comigo, se eu não tivesse acordado e a interrompido, ela provavelmente teria ido.

Para: + 996832214 [ ✉️ ]
| Oi Jill
| Eu não tenho a mínima vontade em te ver novamente.
| Sinto muitíssimo!

Número bloqueado.

Irei conversar e provavelmente xingar muito a Quinn, mas somente depois que eu me resolver com a Tara. A ruiva vai ouvir muito de mim.

- Aqui, chegamos. - proferi depois que desliguei o carro automático.

Tara retirou o cinto e saiu do veículo junto comigo, fui até o porta-malas e peguei uma cesta com comida e uma toalha azul para colocarmos na areia. Nós não estávamos com roupas específicas de banho, como biquíni ou maiô, afinal, já estava anoitecendo e nem sempre faz calor em Los Angeles.

A praia estava vazia, havia somente umas três pessoas observando o mar cristalino. Escolhi essa daqui por esse exato motivo. A agitação não era igual a praia de Santa Mônica onde tem parques, lanchonetes e pessoas gritando para todo o lado. Eu escolhi a paz que o silêncio proporciona.

Estiquei a toalha na areia quando Tara escolheu um bom lugar, não era perto do mar a ponto da maresia subir e levar nossos lanches e nem longe a ponto de não ouvir a som das ondas se quebrando, estávamos exatamente no meio.

- Olha, aqui tem alguns doces que eu sei que você gosta. Também tem pão, bebidas e outras coisas que pessoas levam a um piquenique.

Expliquei, pegando cada pacote e colocando em cima do tecido fino.

- Você realmente sabe como fazer um piquenique. - Tara proferiu, pegando um pedaço do pão doce para comer.

- Ah, uma pesquisada no Safari resolve tudo. - ri e Tara me acompanhou.

A noite estava prestes a chegar, o relógio marcava quase 18:30, a praia se esvaziou quase complemente e o barulho do mar se tornou mais alto.

Tara estava sentada ao meu lado virada de frente para a água, com as pernas esticadas e o corpo inclinado. Qualquer pessoa pensaria que ela estava 'pegando um bronzeado', se não estivesse com moletons. E eu estava na mesma posição, apenas com as pernas cruzadas.

O silêncio não era mais desconfortável, estávamos curtindo a presença uma da outra e observando o céu que tinha tons alaranjados.

- Amber... Hum, nós podemos conversar agora? - Tara disse, quebrando o silêncio e virando o pescoço para mim.

- Sim, nós podemos. - respondi, com os meus olhos ainda colados na vista à frente.

- Me desculpe por hoje mais cedo, eu só... Eu só fiquei com muito medo de sentir as mesmas coisas que eu senti no meu último relacionamento. - Tara suspirou para assim, continuar - Eu não ia te deixar, eu nunca irei te deixar. Foi só impulso do momento, não queria te magoar.

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora