25.

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Tara Carpenter

6:45. Os raios sol tentavam entrar pelas frestas da cortina blackout, sem sucesso. O quarto estava escuro e silencioso, o único barulho alto era a respiração da Amber que dormia tranquilamente ao meu lado.

Os seus cabelos estavam soltos e espalhados pelo colchão e o lençol branco a cobria até na altura da sua cintura, deixando o seu tronco nu à vista. Os olhos fechados e a boca entreaberta.

Não reclamaria se acordasse todos os dias com essa vista.

Eu estava deitada ao seu lado observando-a à alguns longos minutos, ouvi alguns passos e vozes ao lado de fora. Provavelmente os meus amigos já que hoje, na verdade, daqui a alguns minutos sairíamos do hotel para pegar o voo. Resolvi aceitar a sugestão da dona Amélia de ficar com a Amber aqui em Los Angeles durante uma semana, não tinha compromissos marcados em Verona e o meu livro só irá ficar pronto na próxima semana. Além de que, ficar mais dias sem sentir o ar poluído e pesado que Chad e a Liv emanavam era ótimo.

E pelos Deuses, estava tudo dando certo. Minha vida estava no seu eixo perfeito e eu espero firmemente que continue assim, com o lançamento do meu livro e com a Amber dormindo todas as noites ao meu lado.

Continuei ali, coberta e a observando. Até que um toque de notificação começa a apitar incontáveis vezes, ergui o meu corpo e me direcionei a cômoda ao lado da cama, meu celular estava com a tela apagada e no modo silencioso, ao contrário do celular da Amber. Com a intenção de colocar o aparelho no modo silencioso, o peguei e a tela ligou por conta de outra nova notificação.

+ 996832214 [ ✉️ ]
| Hey, Amber?
| Jill aqui!
| Eu ando pensando em você desde a nossa última noite.
| Quero te ver novamente.
| Aguardo sua resposta, linda!

Linda? Última noite? Amber tinha o contato de todas as outras meninas que havia transado? E por que ela se declarou para mim se tem outra? Eu sabia que Amber era uma pessoa noturna mas se ela tem planos de continuar com essa vida, por que falou aquelas coisas bonitas para mim? Ela só queria o sexo?

Jesus, minha cabeça está rodando tanto e minha barriga se revirando, a comida que eu ingeri ontem estava prestes a voltar.

Posicionei o celular de volta na cômoda e me levantei da cama, coloquei o roupão que o hotel disponibilizava para os hóspedes e comecei a recolher minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

- Tar? - Paralisei assim que a voz sonolenta da Amber alcançou os meus ouvidos - Volta 'pra cá. - ela disse, manhosa.

Continuei juntando as peças de roupa e colocando-as dentro da minha pequena mala. Dando tempo de tirar só um vestido que eu já tinha separado para a viagem.

- O que está acontecendo? Por que está arrumando a mala?

Amber questionou, a sua voz tinha o tom mais grosso, provavelmente já tinha despertado do sono. Ouvi passos leves e uma respiração que se aproximava a cada segundo. Amber estava vindo em minha direção mas em nenhum momento virei para encara-lá.

- Eu pensei que ficaria uma semana lá em casa.

- Você pensou errado. - proferi.

- Tar, o que aconteceu? Por que está agindo assim?

A ignorei novamente, fechei o zíper da minha mala e caminhei rapidamente até o banheiro. Antes de conseguir fechar a porta, Amber segurou o meu punho e me virou para ela.

A mais alta estava com o lençol branco enrolado em si, a testa franzida e o olhar confuso. Desviei o olhar dela para um canto aleatório, tentei de todo jeito me desvincular do seu aperto mas não obtive sucesso. Amber tinha mais força que eu.

letters to juliet | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora