25 | ideia meio maluca.

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- É quase difícil de acreditar que você conseguiu me convencer a vir nesse almoço de "família''. - Oliver comentou e riu, com Amy nos braços, enquanto nós esperávamos o elevador chegar.

Bom, tem algumas vezes que nem eu mesma acredito na minha capacidade em conseguir convencer Oliver Scott a aceitar algo - já que ele é tão orgulhoso quanto eu. Porém, todas às vezes em que eu vinha trazer ou buscar Amy na casa dos Scott, Tom fazia questão de me lembrar em avisar Olly sobre esse convite e tentar convencê-lo a vir. Assim era quase impossível esquecer disso e uma hora ou outra, eu teria que contar sobre isso e tentar ajudar.

- Só pense pelo lado positivo: você fará alguém feliz, o seu pai. - pedi, terminando de retocar o batom vermelho nos reflexos dos metais do elevador. Ótimo, perfeito! - E mais uma coisinha: Oliver, por favor, tente não ser rude e leve tudo numa boa, ok?

Na verdade, eu gosto do Tom, não tenho problema algum com ele e sou imensamente grata por ter me acolhido a família de uma maneira tão gentil e caridosa, além de ser um avô maravilhoso para a minha filha. Sei que ele já errou bastante no passado, em especial com Olly e que muitos dos seus erros, - para não dizer a maioria - não irão ser deletados da memória tão rápido. Ele poderia ter sido um pai exemplar, o progenitor que o Oliver tanto mereceu ter tido durante a sua vida inteira, mas há vezes em que as circunstâncias nem sempre favorecem. Como foi no caso dele.

- Beleza. Eu vou tentar. - ele concordou comigo, me deixando mais aliviada só de pensar em não ter nenhuma briga outra vez. - Mas se ele vier se fazendo de coitadinho, eu não ficarei quieto.

- Nesse caso, podemos abrir uma exceção, senhor Scott. - eu brinquei, tentando deixar o nosso clima mais leve e Amy riu, entre o pescoço dele com aquela risadinha de bebê. - Eu entendo que ter que ouvir e ver isso de alguém, ainda mais sendo o seu próprio pai, não é legal e você não precisa se calar. Tudo bem?

Oliver assentiu, soltei um suspiro, assim que as portas se abriram, nós tocamos a campainha do dúplex de Tom e Julie. Para mim, era muito fácil decifrar os sentimentos dele, após tanto tempo juntos - claro, com os seus altos e baixos. E dessa vez, ele estava apreensivo e pude comprovar, no momento que ele pôs Amy de volta ao chão, pois suas mãos estavam levemente brilhosas de suor. Julie nos atendeu, sempre muito humilde e sorridente:

- Nossa, que bom que vocês vieram! - ela sorriu, se abaixou e abraçou Amy, que logo em seguida, correu atrás do avô. É assim todos os dias... - Hoje quis me arriscar na cozinha, então, se a comida estiver ruinzinha, por favor, vocês me desculpem. - riu.

- Imagine, certeza que deve ter ficado ótima! - elogiei e nos cumprimentamos. Todos os dias ao trazer Amy até aqui, sou bem recebida por cada um deles, ganhando um abraço e uma boa sorte no trabalho. Enquanto Olly não sabe nem disfarçar que não quer estar aqui, tendo um semblante fechado e sério, sem nenhum sorriso.

- Vovô! - Amy gritou, quando viu Tom descer as escadas e foi até ele correndo, enquanto balançava as tranças dos seus cabelos castanhos e praticamente longos. Tom parecia estar muito alegre.

- Você veio, minha garotinha! - ele a pegou em seu colo, deixou vários beijos por suas bochechas coradas, fazendo Amy rir. - Fico tão feliz que vocês vieram. Ter vocês aqui conosco, principalmente, essa menina aqui, faz a alegria desse apartamento.

Certo tempo depois, todos nós estávamos sentados na grande mesa de jantar dos Scott, almoçando em conjunto, da maneira que Tom tanto dizia para mim todas as manhãs. Julie havia feito um saboroso macarrão com queijo, a modo americano e pela receita levar um tempinho no forno quente, ficou receosa que pudesse queimar, mas tudo está ótimo! Posso dizer que eu me sinto bem estando aqui com eles, uma sensação de aconchego, mas parte de mim, fica mal por saber que Oliver não se sente da mesma forma.

ᴍᴇ, ʏᴏᴜ ᴀɴᴅ ᴏᴜʀ ʟᴏᴠᴇʀs (3)Onde histórias criam vida. Descubra agora