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GATILHOS!: O CAPITULO A SEGUIR CONTÉM CENAS DE MORTE E CITAÇÃO A ABUSO SEXUAL.

Mordi a boca internamente.

– O que quiser. – Falei.

Senti os olhares, mas não desviei de Izana.

– Está mesmo disposta a ir tão longe?

– Não sabe metade do que eu já passei nessa vida – Retruquei – Não sabe o quão longe eu posso ir – Sorri deixando de lado um pouco a pose de garota assustada – Eu quero, e vou, matar meus inimigos, Kurokawa, o que acha que eu não estaria disposta a fazer?

Alguns segundos de silêncio

– Vamos descobrir – Ele virou a bebida, que pelo cheiro devia ser um Bourbon – Tragam o cara pra nossa sala.

Inui e o outro que eu não sabia o nome saíram pra cumprir a tal ordem, o cara da cicatriz ficou.

Izana tirou uma arma da cintura e me entregou.

– Vai precisar disso.

Minutos depois, ele me guiava até uma sala aos fundos do Karaoke, aparentemente o lugar era dele.

Em uma sala quente e abafada, a prova de som, um homem estava amarrado a uma cadeira.

Ele estava sangrando, cheio de hematomas e cortes, machucados por todo o corpo.

– Encontramos esse daí esses dias – Izana falou como se tivesse encontrado um papel velho no chão – Ele pediu pra entrar pra gangue, mas sempre fazemos uma pesquisa extensa sobre a vida da pessoa, até que descobrimos coisas interessantes.

Ele me jogou uma pasta  amarelo-queimado que estava no canto da sala sobre um móvel de madeira.

Abri duvidosa, ali estavam informações sobre o homem, sua esposa, uma filha falecida e uma viva que vivia com a mãe e a avó, as dívidas de jogos do homem, dívidas em casas de massagem, por aí vai.

Até que na última página estavam arquivos policiais, a mãe e a filha tinham uma medida protetiva contra ele, e também estava a ficha de óbito da filha que faleceu.

Morta por abuso sexual.

Abaixei a ficha e olhei para o homem com vontade de matá-lo.

A garota tinha apenas seis anos.

– Quero ver até onde vai – Izana estava atrás de mim, suas palavras eram dirigidas ao meu ouvido – Ele fez coisas horríveis e por isso está aqui, mas agora te dou autonomia sobre a vida dele, escolha se ele deve viver ou morrer.

– Esse é seu teste? Saber se consigo matar? – Abri meu costumeiro sorriso para ele e puxei a arma, olhei para o homem – Queime no inferno.

Puxei o gatilho.

Algo sobre a morte não mais me afetava, a questão sobre a depressão é que queremos matar a dor, não nós mesmos, mas a dor está em nós, então muito acabam tentando matar a si próprios.

Mas a morte pra mim virou uma velha amiga que estava sempre ali, eu esperava por ela, ansiava por ela, mas não a chamaria mais cedo, eu só morreria quando fosse o momento, quando eu não tivesse mais força.

E sinto muito informar ao inferno, mas ainda demoraria muito para que tivessem minha alma pecaminosa.

– Está bom pra você? – Virei para o albino.

– Ah mas esse foi tão fácil – Ele sorriu pra mim, com aqueles olhos arregalados de loucura – Tragam o próximo.

Ele me jogou outra ficha, esse cara havia espancado a namorada por que ela saiu com uma roupa curta, a garota hoje andava de cadeira de rodas.

Harley Gang - Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora