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No dia seguinte, levantei antes de Wakasa, ele estava machucado, não o faria dirigir pra mim naquele momento.

Vesti minhas roupas e sai do local, quando estava na rua recebi uma ligação, e o número brilhando na tela me trouxe um misto de curiosidade e medo.

– Oi filha! – Ouvi a voz ao atender.

– Pai?

– Desculpe desligar daquele jeito o outro dia, mas você deve ter entendido, é inteligente.

– Como você está?! – Quase gritei – Ela não te machucou não é?

– Ela acha que estou do lado dela, mas eu sempre soube que aquela mulher não era boa – Soltei um suspiro de dor.

– Pai, por favor – Eu pedi com a voz marejada – Preciso de ajuda – Sussurrei.

– Daremos um jeito – Ele sussurrou, com a voz também emocionada – Se lembra do lugar que te levei pra dar a primeira volta de moto?

– Lembro – Murmurei.

– Vamos nos encontrar lá.

– Certo, tome cuidado.

– Eu que te peço isso filha, e acima de tudo, peço desculpas, por tudo que você deve ter passado.

– Tudo bem... – Agora minhas lágrimas já escorriam pelo rosto – O senhor não podia fazer nada.

– Mas agora farei... Faremos, juntos.

Concordei e desliguei a chamada, peguei um ônibus e fui pro distrito vermelho, vi o conglomerado de motos ali perto e imaginei que os meninos da Toman estavam ali, como sempre.

E quando entrei tive a certeza, dentro do quarto de Draken, os garotos jogavam videogame e comiam besteira.

– Bom dia – Murmurei entrando e me joguei no futon fechando os olhos, até que ouvi um grito e senti um peso em cima de mim.

– Prima! – O grito era de Baji – Graças a Deus você tá viva!

– Vaso ruim não quebra – Brinquei abraçando ele – Agora sai de cima que tu pesa.

Ele saiu enquanto os meninos davam risadinhas, me sentei no futon.

– Eai, sobreviveram a primeira fuga da polícia? – Sorri e eles fizeram expressões sofridas, dei risada.

– Eu nunca mais quero ver aquelas luzes dos carros da polícia – Chifuyu falou.

– Acho que nunca corri tão rápido – Mitsuya sorria dizendo.

– Mas a adrenalina daquele lugar... – Mikey sorria com um tayaki na mão – Acho que vou virar piloto depois disso.

Sorri.

– É uma ótima escolha.

– E você, como foi? – Draken perguntou.

– Ah, a polícia me deu voz de prisão enquanto eu tentava tirar minha moto de lá, um dos membros da Brahman apareceu e me tirou do lugar – Dei de ombros.

– Ela fala que nem treme! – Baji disse espantado – Podia tá presa agora!

– Mas não estou, isso que importa – Dei a língua e me levantei.

– Já vai sair de novo? – Meu primo perguntou.

– Meu pai me ligou mais cedo – Contei baixo, com nervosismo – Quer me encontrar, espero não cair numa cilada, mas preciso confiar nele.

– Podemos estar por perto – Mikey sugeriu – Deixar alguns membros de olho.

– Por mais que eu aprecie a ideia, eu preciso é dos membros da Tenjiku, se algo der errado, a brincadeira vai ser com armas – Engoli em seco, já buscando meu celular e mandando mensagem a Izana.

Harley Gang - Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora