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Sabe a história da Cinderela?! Me sinto dentro dela. Quando da a hora e o encantado acaba eu me vejo em desespero.

Foi difícil largar Bernardo lá e voltar pra festa. Mas o maior desafio é eu ter que voltar pro meu inferno pessoal.

Me despeço das meninas e vou embora. Logo na porta o segurança já me aguarda. Sento no banco de trás e cruzo minhas pernas já que estou nua por baixo.

Olho a paisagem do Rio de Janeiro enquanto lágrimas descem em meu rosto. Lágrimas de tristeza por saber que a minha liberdade acabou.

Chego na casa da minha mãe e me desabo no ombro dela

—minha filha... o que q houve?— ela pergunta preocupada enquanto me abraça

— eu não aguento mais mãe. Eu não quero voltar mais pra aquele apartamento

— Isabelle meu amor... ele abusa de vc?

— de todas as formas mãe

— pq vc nunca me falou minha filha?

—me perdoa mãe. Me perdoa por ter passado por cima da decisão da senhora. Por não ter te escutado e ter deixado vcs— digo chorando enquanto ela me abraça— me perdoa mãe

— meu amo... esta tudo bem, ok? Não precisa mais voltar

— vc não está entendendo mãe. Se eu não voltar ele vai vim até aqui e vai matar noix duas... e Sofia... Sofia...

—calma Isabelle! Vc sabe que seu pai era influente... vamos da um jeito

— ele...

— vc vai ficar aqui até pensarmos em que fazer

— eu preciso fugir mãe. Preciso me esconder

— como vc vai se esconder pra sempre? Vamos da um jeito

— mãe por favor. Reforce sua segurança e me prometa que nada irá acontecer cm vc

— vc está me assustando Isabelle

— me promete mãe?

— sim

— me promete que se algo acontecer, vc vai tirar sofia de lá?

— o que?

— me promete mãe ?!

— eu prometo filha, eu prometo qualquer coisa. O que realmente está acontecendo?

Sento com ela e começo a contar todos os abusos que venho sofrendo a anos e anos. Ela chora cmg, me pede perdão por algo que ela não tem culpa. Ficamos abraçadas até chegar a hora de eu ir

— pra onde vcs vão filha ?— ela pergunta segura meu rosto e abraço ela.

—eu te amo mãe! Me perdoa mais uma vez— ela chora e me abraça

Tento tranquilizar ela, mas é em vão. Vou no quarto, pego Sofia dormindo

— mãe, me emprestar seu carro?

— sim minha filha... sai por trás

— obrigada mãe

— por favor Isabelle, me liga assim que chegar!

—pode deixar

— tem dinheiro?

— tenho!

—vai ficar tudo bem minha filha... em breve estaremos juntas novamente

— obrigada mãe — abraço ela mais uma vez e ela beija Sofia.

Coloco Sofia deitada no banco de trás e minha mãe abre a garagem dos fundos pra mim enquanto desligo meu celular. Respiro aliviada quando consigo sair do condomínio, e acelero feito louca pelas ruas do Recreio sentido serra.

Destino traçado Onde histórias criam vida. Descubra agora