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Isabelle

Os olhos de Bernardo brilham enquanto o meu queima de raiva

Levanto da cadeira e me proximo dele, e a única coisa que nos separam é um balcão de granito tão gelado feito o meu coração.

— vc é maluco?— pergunto pertinho dele— quer me fuder porra?

Xingo baixo no ouvido dele com raiva

— sabe que eu quero— ele vira sorrindo de lado quase encostando na minha boca e eu me afasto

— não estou brincando Bernardo. Ou melhor doutor Tardelli

— nem eu— responde com cara deboche pra mim— e sabe disso?!

— ixiii...ta pior que eu pensava em — Paloma fala se ajeitando na cadeira e eu sento— perderam o olho aqui? Vão trabalhar!

Ela fala pra as meninas que se aproximaram pra escutar a fofoca

— iai Paloma? Como foi seu dia?— Bernardo pergunta enquanto eu volto a trabalhar

— até agora bem interessante... e o seu?— Paloma fala sorrindo e eu me controlo pra não revirar os olhos— to vendo que suas visitas ao meu setor acabaram

— claro que não Paloma. Vc é minha enfermeira preferida— sei que Bernardo está sorrindo mesmo sem olhar pra ele — afinal, não adiantou de nada vir atrás da sua amiga pra ela me tratar assim

Desvio meu olhar do computador e dou um olhar assassino pra ela

— o que vc quer Bernardo?— pergunto pra acabar de vez com isso

— saber como vc ta! Vc sumiu por meses...

— estou de volta então, esta tudo bem!

— i...?

— está tudo bem doutor! Deseja mais alguma coisa?— pergunto seria pra ele. Ele se aproximar debruçando no balcão e fala

— vc sabe que sim. Mas por hora estou satisfeito— ele sorrir e se afasta — tchau Paloma . Nos vemos ainda hj

Ele anda todo confiante pela sala fazendo cabeças virarem acompanhando ele até a porta

— uau isso foi...— olha pra Paloma que se abanando— quente pelando!

Não respondo pra não dar confiança, mas minha curiosidade fala mais alto e quando fica insuportável trabalhar, tenho que falar com ela

— ele vinha aqui todos os dias mesmo?— pergunto curiosa me sentindo impotente. Não esperava por isso. Bernardo é tão...

— no meus dias sim.— ela olha pros lados e empurra o corpo na cadeira de rodinhas chegando mais perto. Nesse momento eu me arrependo de ter perguntado— fala verdade Zabelle... vcs se pegaram?

— o que?! Nao!— respondo baixinho desesperada

— ninguém tem certeza... mas todo mundo está comentando. Não é normal doutor Tardelli vim atrás de vc assim...

— é por issso que estão me olhando assim?! — pergunto matando a charada— as paqueras de Bernardo ficaram revoltadas?

— sim. Exatamente... e as amigas tomaram as dores delas. mas nao posso te defender já que vc não confia em mim pra me falar se o boato é verdade ou mentira — fala de uma vez sem respirar. Sinto que posso confiar nela, mas...

— o que ele falou? — sondo até onde ela sabe

— esse é o problema. Ele não falou nada. Não confirmou e nem negou— aperto meus olhos fortes vendo a confusão que fui me meter. Pq mesmo entrei nessa?! Que merda!— então é verdade?

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