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Um abraço...

Foi o que ele me deu, foi o que me fez desmanchar. A pose de durona caiu por terra no momento que deitei minha cabeça no peito dele

A dor no meu peito foi embora junto com as minhas lágrimas. Estar nos braços de Bernardo é tão...

— se sente melhor?— a voz grossa faz o meu corpo arrepiar

Afirmo com a cabeça pq não quero mais solta. De repente, me tornei carente. Mas não é isso...

— olha pra mim— ele pede e eu não tenho coragem. Nesse momento, estou tão vulnerável meus olhos estão falando mais do que gostaria de esconder

Ele segura meu queixo me fazendo olhar pra ele. Os olhos bonitos dele brilham olhando pros meus. Sinto ele limpando minhas lágrimas e eu fecho meus olhos pra não transparecer o que o toque dele faz em mim.

Ele toca em meus lábios e eu preciso que ele me beije, mas não faz. Abro os olhos sem entender então eu lembro das minhas palavras.

Lembro de como sou idiota e de como fui condenada pelas minhas escolhas

Ele me puxa de volta pros braços dele e só agora percebo que estava prendendo a respiração

— quer conversar sobre pq está chorando?— ele pergunta e eu nego com a cabeça— talvez eu possa adivinhar ...

Sei que ele está rindo e isso me faz rir. A alegria desse garoto é contagiante

— foi algo relacionado ao hospital?— pergunta tentando advinhar

— não— respondo rindo agarrada nele como minha válvula de escape, enquanto ele faz carinho na minha cabeça

— algo relacionado a mim?— pergunta inseguro e eu olho pra ele. Vejo os olhos dele fixo nos meus aguardando ansiosamente a resposta

— não— respondo e ele tenta ficar sério, mas vi o alivio quando ouviu minha resposta e sei que quer rir

— se não é nada comigo graças a Deus...— ele fala rápido e eu fico rindo— o que? Não me olha assim. Vc é um tipo de pessoa difícil de conseguir confiança

— e vc?— pergunto pra mudar o foco

— eu sou facinho facinho— fala se gabando— pode perguntar o que quiser que não vejo problema em responder

— qual coisa?— pergunta desafiando ele

— sim! Mas irei perguntar tbm

pode ser um jogo perigoso, mas preciso de algumas repostas tbm

— ok. Mas não sei se vou responder — digo com medo das perguntas dele

— vai, pode começar— fala ajeitando a postura esperando eu pergunta.

Me ajeito tbm pra ficar de frente pra ele

— deixa eu pensar...— finjo mistério mas a pergunta está na ponta da língua— vc estava realmente correndo aquele dia, ou veio aqui na minha rua sabendo onde eu morava?

— os dois!— responde sem nem pensar

— como assim? Não vale os dois!

— era pergunta, não precisa de explicação— ele sorrir— agora minha vez

— não Bernardo! Isso não foi uma resposta.

— claro que foi. Eu estava correndo pelo condomínio e resolvi passar por aqui

— e vc sabia onde eu morava?

— sabia— fala sorrindo de lado

— e a vizinha fazia parte do plano?— pergunto com raiva desse sorrisinho safado dele

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