Entre o Mar e a Noite

As cartas não mentem

A festa de comemoração de mais uma vitória estava as pampas no salão do Palácio do Olimpo, a maioria das Divindades bebiam até cair, tudo normal até aí, principalmente para Poseidon que detestava essas festas, apesar de ser conhecido pelos humanos como o Deus que mais ficou com outras Divindades, só perdendo para Zeus. Mas, Anfitrite conversava com Perséfone, e ele estava ali apenas por estar.

Ele apenas queria voltar para próprio palácio, até estava sendo paciente demais esperando a esposa querer voltar, a mesma conversava com Persefone enquanto Hades acompanhava a mesa, a música tocada pelas liras e harpas soava alto no salão, porém, a maioria estavam mesmo era de olho nas ninfas que passavam os dedos pelas cordas, delicadas e graciosas.

Poseidon saiu um pouco daquele salão, mais ainda quando ouviu o som da flauta ficando mais alto a cada passo, Lua estava perdida nas notas musicais soando da flauta dizi, sentada sobre um pequeno muro de marfim.

A música que soava de sua flauta era Wu Ji da série O Indomável.

— Sushi. — Lua percebeu a presença de Poseidon, parando de tocar. — Vem cá. — Chamou, despejando vinho sobre uma taça. Oferecendo ao Deus. — Me acompanha?

Um simples convite de uma bebida deixava o Tirano dos Oceanos relutante, o problema não era o vinho e sim a companhia, porém, não recusou. Vários palpites vinham à cabeça dele e em um deles estava certo, e mesmo achando que viu de tudo, a Serafim da Noite o surpreendia de todas as formas inimagináveis.

— Que estranho! — O loiro comentou. — Você não estar na festa já que adora uma farra... Mais estranho ainda é o fato de estarmos bebendo sentados no telhado.

— Acredita que tirei essa ideia de um livro? — A celestial de cabelos brancos deu uma risada. — Mo Dao Zu Shi, uma novel chinesa. A música que eu estava tocando agora a pouco, era de um dorama que adapta a novel.

— Bato na tecla que é difícil te imaginar lendo um livro. – O Deus Grego deu um peteleco no nariz dela.

— É como aquele ditado, nunca julgue um livro pela capa. — A celestial esfregou o nariz. — Ei! Lembra que fui eu quem te recomendou Harry Potter? Se eu tivesse que dizer qual casa você é, com certeza Sonserina... — Percebeu o olhar dele. — Mas Sonserina tem suas qualidades, eles são astutos, e ambiciosos. — Passava o dedo pela borda da taça. — O que mostra empenho em cumprir metas e objetivos, sabia que eles são mente aberta pra aprender magia negra? Pena que são mente fechadas em relação a mestiços. — Lua voltou seu olhar para Poseidon. — Qual casa você acha que combinaria comigo?

— Grifinória com certeza. — Ele respondeu, voltando seu olhar para o horizonte noturno. — Teimosa, feito uma mula. — Virou a cara, satisfeito quando ouviu um breve lamento vindo dela. — Mas, também é leal e aventureira, sendo sincera, a única vez que te vi ter medo de alguma coisa, foi do mar... E, quanto a talassofobia...?

— Lidando com isso aos poucos, fui até ver Titanic no cinema. – A de cabelos brancos riu. —Pessoal chorando as pampas e eu com raiva. — Não deixar de dar uma risada ao contar. — O Jack e a Rose poderiam ter ficado juntos se a burra não tivesse pulado de volta para o navio. O cara era um malandro, ele daria um jeito. Amor é uma coisa, burrice é outra  — Suspirou. — Sushi! Só porque quase nunca me viu demonstrar, não quer dizer que eu não tenha, só, não gosto de demonstra-los. — A de cabelos brancos suspirou. — Estou errada, eu sei, mas detesto a ideia de estarem preocupados comigo. Você também é assim, se não fosse não faria questão de mostrar a todos como é perfeito.