Lados

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Nota: Frases em negrito são letras de música

Éris trabalhava nas sombras...

Encarando o túmulo de Poseidon e Lua, cerrando os punhos, encarava as estátuas dos dois soberanos com um evidente ódio no olhar, magia negra canalizou por sua mão trazendo um leve tremor, agitando o lugar, rachaduras surgiam sobre as estátuas desfazendo pouco a pouco. Um leve arregalar dos olhos brilhando em tom dourado, explodindo as duas figuras.

O túmulo de Poseidon permanecia vazio por conta do tridente desaparecido, mas a jaqueta de motoqueiro de Lua chamou a atenção da Deusa da Discórdia. Uma simples peça de couro esfarrapado era importante para a ex Celestial.

Mas apenas destruir isso não seria suficiente pra chamar a atenção daquela insolente, então por que a Deusa Grega sentia que era mais do que uma simples jaqueta de couro?

Mais perguntas, e com certeza não teriam boas respostas.

O tempo estava tenso, o tremor mesmo que controlado, fora sentido por Buddha que encarava o horizonte, sentia uma carga negativa, a tensão tomava conta de seu corpo.

— Estou com um mau pressentimento. — A Divindade Budista encarava o horizonte, segurando um pirulito azul em seus dedos.

O tempo estava agitado não apenas no paraíso, mas também no Submundo, contudo, mais ainda com Beelzebub que ainda trabalhava com a Matéria Escura, estava prosseguindo, mas ainda nada que lhe matasse, fixando o olhar naquela névoa com uma esfera vermelha iluminada em seu centro, contida dentro do tanque.

— Beelzebub!

O sussurro suave lhe chamou, um movimento chamativo como se estivesse dançando, leves feixes negros ondulavam para frente até a beirada com a névoa desaparecendo no ar, se formando novamente em um loop infinito.

O Senhor das Moscas se aproximava, a névoa negra continuava a se movimentar concentrando-se em volta da esfera avermelhada, tomando a forma de uma mão se formando embaixo daquela bola vermelha iluminada. A névoa sem perder a forma de mão, dividiu-se até tomar a forma de uma outra mão.

Cada vez mais próximo, percebeu linhas iluminadas brancas dentro da esfera, mexendo um par semelhante a asas, um desenho de borboleta.

— Fascinante! — Beelzebub falou. Tocando o vidro do tanque, a névoa tinha se expandindo naquele pouco espaço, mesmo sem forma definida, teve a impressão de ver um corpo se formando, a esfera diminuiu e se multiplicou em dois assumindo ao que parecia olhos daquela criatura. — Ugh! — Ele deu um baixo gemido de dor, seu corpo vibrava e coração batia acelerado, observou uma das mãos subir veias iluminadas em tom vermelho, semelhante à vinhas espinhentas.

Teria sua tão desejada morte?

Não, pois a tatuagem em seu peito agia contra o que quer que fosse, como galhos de árvore dentro de sua pele, caiu de joelhos sobre o chão em uma batalha interna, como se Lilith estivesse tentando lutar contra a Matéria Escura.

— Que merda é essa? — Adamas não perdeu tempo, afastando o Sarcedote da Gula daquele tanque o empurrando bruscamente. Uma rápida lembrança dolorosa veio a mente dele, o momento em que Poseidon tentou lhe matar. Piscou os olhos repetidamente, balançando a cabeça em negação tentando se recompor, encarou depressa o tanque, a Matéria Escura havia voltado ao seu estado original. — Que merda pensa que estava fazendo? — O Deus de armadura perguntou impaciente. — Não houve um ser que sobreviveu a esse elemento, você está demonstrando sinais de loucura... Quer dizer, doido você sempre foi, mas...

— Eu estou bem. — Beelzebub o interrompeu, a tatuagem regrediu assim como as veias avermelhadas.

— O Hades sabe que você tá mexendo com essa coisa?

Entre o Mar e a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora