Filtro dos Sonhos - Parte Quatro

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Sol rolou para frente em uma cambalhota parando atrás de uma pilastra, se protegendo da investida de uma das criaturas. Não poderia ficar desse jeito, mas eles não lhe davam espaço e quando pensava em contra atacar, mais delas surgiam atacando o celestial loiro. Encarava as pinturas nas paredes nas quais aquelas criaturas surgiam, porém, tinha a sensação de que mesmo que as destruíssem isso só atrasaria.

Não era as pinturas a fonte do problema.

Olhando ao redor procurando alguma coisa que pudesse lhe ajudar, quando surgiu de cima para atacar Ícelo, o mesmo balançou o pincel no ar e um dos demônios surgiu em sua frente o atravessando, com outro o jogando longe.

Sol envolveu seu corpo com magia dourada, avançando contra Ícelo como um raio, os espíritos saíram dos quadros atacando o celestial, o arranhando várias vezes até se afastar e sua luz dissipar os vultos. Respirou fundo avançando novamente, mas dessa vez quando chegou perto da barreira, as seis asas levantaram voo subindo o mais alto que podia até envolver seu corpo novamente com a magia, dessa vez acompanhado por fogo e caindo como um cometa, os pesadelos novamente surgiram protegendo o seu senhor.

No último instante, o celestial loiro voou para frente se afastando, aterrissando um pouco longe com um caminho de labaredas se apagando, seu corpo estava arranhado e ensanguentado.

— Não adianta. — O Deus dos Pesadelos falou. — Pode continuar tentando, não vai conseguir sequer me arranhar.

Avançou novamente, quando se aproximou envolveu-se novamente com a magia dourada, tomando um impulso surgindo por baixo com o punho envolvido por fogo, rapidamente os vultos surgiram empurrando Sol o afastando de Ícelo, porém acabaram queimados e desintegrados no processo.

Não importava o quão forte era seu ataque, o oponente balançava sempre aquele pincel e sequer conseguia chegar perto.

Aquele irritante pincel...

Sim, aquele irritante pincel...

A irritação abriu a mente de sol, o mesmo encarava os quadros até voltar a sua atenção para o Deus, e para o pincel em sua mão.

— E quem disse que eu preciso? — Sol sorriu, se levantando aos poucos. Passou a mão pela boca limpando um filete de sangue.

Dobrou os joelhos abaixando um pouco, pressionando a planta do pé sobre o chão e tomou impulso, avançando contra o Deus que balançou o pincel no ar, criando uma barreira de pesadelos para se proteger. Os gritos e choros de agonia eram ensurdecedores, a Divindade Celestial do Dia tentava ao máximo manter o foco, se afastando em um salto triplo, pulou tentando atacar por cima, mas aquela barreira se expandiu, aterrissou por trás avançando novamente e ao mesmo tempo deduzindo que aquela barreira de pesadelos aumentaria o protegendo, e realmente aconteceu.

Respirou fundo, fechando os olhos se concentrando.

— Ainda acha que falei besteira? — Uma risada saiu da boca de Ícelo. — Não importa o quanto tente, minha barreira é indestrutível.

— Me responda uma pergunta. — O loiro pediu. — Você sabe o que é Onipresença?

— Sim, a capacidade de se estar todos os lugares ao mesmo tempo, e daí?

— Exato... As Quatro Direções do Sol. — O celestial proferiu aquelas palavras, abrindo os olhos que brilharam em um dourado vivo. — Direção Oeste... Campo de Proteção Solar.

A energia dourada canalizou o envolvendo em uma espécie de campo de força, mais uma vez se abaixou tomando impulso, avançou contra Ícelo que desprendeu alguns pesadelos da proteção, contra atacando Sol que saltou voando para despistá-los.

Entre o Mar e a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora