Turbilhão de Memórias - Parte Três

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­Os dias que se seguiram após a sua queda não foram obstáculos para que Lua deixasse de treinar.

Treinamentos de combate corpo a corpo e magia com seu irmão Sol e constantes sessões de meditação, fosse com Buddha ou sozinha e nessas ocasiões, a maioria das vezes meditava sobre a neve. Assim como a Divindade Celestial do Dia ser ligada ao calor e fogo... A Divindade Celestial da Noite era ligada ao frio e gelo, mesmo perdendo o poder, sua resistência à sensação não mudou.

Tanto Sol quanto Lua não usavam esse poder elemental, poucos como Poseidon ou Buddha os viram usar esse tipo de poder.

Mais um dia, mais meditação. O restante de magia azul que lhe rodeava na tentativa de manter estabilidade, do seu nariz escorria um filete de sangue, seus olhos tremiam enquanto tentava manter a concentração. Levantando aos poucos, levitando uns centímetros acima da neve onde estava sentada, a magia fluía mais forte, aquele pequeno cristal azul brilhava intensamente sobre a testa da ex celestial, sangue desceu pela outra narina mais abundante quanto mais tempo nessa posição.

Perdeu a concentração assim que os olhos foram abertos, caindo sentada sobre a neve. Passou o braço sobre o nariz limpando o líquido vermelho, o cronômetro ao lado apontava cinco minutos.

— Preciso melhorar esse tempo. — Lua murmurou para si mesma.

O tempo que aguentava a meditação variava de dois a três minutos. Esses números a mais quer dizer que ela estava indo bem, logo iria recuperar o seu ritmo.

Não seria absurdo se tivesse de usar dos poderes de gelo se isso fosse ajudar a derrotar Tifão, o cervo da lua minguante se fundiu a dona. Assim como os poderes de fogo de Sol, contudo, seria em vão caso Poseidon não mantesse o foco de que aquilo era apenas fruto de sua cabeça, as lembranças mais pesadas usadas por Morfeu na tentativa de eliminar o Tirano dos Oceanos.

Nunca ligou para Demeter ou Medusa, Anfitrite até entenderia, pois foi a mulher no qual passou milênios casado, mas a Deusa da Agricultura e Sarcedotisa de Atena?

O que estava acontecendo?

Seus devaneios foram interrompidos por um golpe da cauda ofídica de Medusa, pulando para trás se afastando até aterrissar sobre o chão. Pressionando o pé tomando de impulso e saltou no ar, a mulher de cabelos de serpentes avançou com os olhos arregalados que quase foram de encontro com o do Deus dos Sete Mares, porém Lua usou de sua magia azul que explodiu em uma chuva luminosa e cristais de gelo a distraindo, o que deu tempo a Poseidon para desaparecer da vista da criatura a tempo, surgindo atrás dela atacando com o tridente, a mesma defendeu e o Deus desapareceu de novo reaparecendo do lado dela em mais um golpe com a arma divina.

Tifão mesmo não recuperado totalmente tentou avançar contra o Tirano dos Oceanos, um vulto dourado e flamejante o impediu de avançar, Sol com o pé envolto em chamas chutou fortemente o rosto do gigante que caiu para trás, o breve vento que surgiu do impacto da queda varreu Medusa para longe, mas isso não foi suficiente para parar. O Serafim do Dia saltou rapidamente evitando ficar preso, os braços e pernas do monstro congelaram o fincando no chão junto a magia azul, enquanto que Poseidon surgiu no ar e girando rapidamente por dentro da redoma enquanto uma sequência de golpes perfurantes atingiam o gigante.

— Dilúvio dos Quarenta Dias!

— Ghaaa... — Tifão urrou de dor tentando se soltar, o gelo subia por seus braços e pernas junto a magia, um pouco, o nariz de Lua sangrava, mesmo assim continuava a manter aquele monstro preso.

Demeter naquela forma equina corria velozmente em direção a ex Serafim, a investida foi bloqueada por Sol, recuando para evitar a parede de fogo formada repentinamente, as labaredas separando da parede flamejante saltavam em direção à égua que trotava e pulava para os lados tentando se esquivar de ser queimada.

Entre o Mar e a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora