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Pov.Alex

Conversar talvez pudesse dar certo.

Mas exigia tempo que eu não tinha e uma disposição escassa em mim também.

Sequestrar era fácil e a situação era propícia também.

Depois eu explicaria a ela com calma.

Passei as minhas mãos pelos meus fios platinados médios e suspirei fazendo um rastro de fumaça no ar.

O fim do ano se aproximava e com ele o inverno.

Arrumei minhas luvas em minhas mãos e olhei meu relógio de pulso.

5 segundos e eu agiria.

Me distanciei do carro e caminhei até o outro lado da rua onde estava a construção que ela habitava.

Ouvi o barulho do ônibus e adentrei a residência, a falta de segurança era quase como um convite para qualquer ladrão entrar.

Depois de pular o muro sem muito complexidade, ouvi o ônibus partir e passos se aproximando. Me agachei de baixo de uma janela velha e abri-la não foi muito difícil também.

É insano como é inseguro viver nesse local, a localização é perigosa, creio que não necessite de mais explicações além desta.

Em um movimento ágil, eu estava dentro da casa depois de saltar para dentro através da janela, limpei alguns resquícios de neve de meus ombros cobertos pelo sobretudo escuro e arrumei minha postura.

Escutei a porta se abrindo e me escondi no cômodo esperando ela chegar na metade do corredor, coloquei o sonífero em um pano e quando vi a silhueta das costas de seu corpo eu agi.

Foi para trás dela e senti seu corpo enrijecer e depois amolecer quando aproximei a droga de seu nariz.

Deixei seu corpo cair contra o meu e depositei o mesmo no chão para guardar o lenço em meu bolso e poder sair com ela nos braços de forma mais fácil. Estava preste a passar os braços pela sua nuca e pelas dobras de seus joelhos, quando escutei passos, pequenos passos, e um leve arrastar de pano, me virei lentamente com a mão no coldre preso ao meu quadril pronto para pegar minha arma ao mero sinal de ameaça.

Mas a cena seguinte me pegou de surpresa.

E bagunçou toda a merda do meu plano.

Uma figura que não devia passar do um metrô de altura entrou em meu campo de visão, com uma chupeta na boca e um pano roxo e azul nas mãos, vestindo um macacão  azul com estrelas brancas e cabelos brancos presos em pequenas tranças.

agora deu o caralho mesmo – pensei no que faria agora, não poderia deixar ela aqui, em um raciocínio rápido em pensei e me aproximei da coisinha pequena que prontamente recuou com minha aproximação.

– olá...hum... floquinho de neve – dei um sorriso que pareceu assusta-la mais. Desisti do sorriso imediatamente – bom, a mamãe estava tão cansada que dormiu, você vê? – apontei para a mulher no chão do corredor. – vamos para um lugar bem legal comigo, floquinho – antes que ela percebesse aproximei o lenço usado por mim anteriormente e seu pequeno corpo adormeceu.

– parabéns Alexander, você vem pra solucionar um problema e acaba entrando em uma furada, seu estúpido inconsequente – murmurei pra mim mesmo enquanto pegava no colo a bebê e caminhei pelo quarto de onde ela viera, uma cômoda branca tinha uma pasta bege que quando abri, era o documento das duas, suspirei aliviado, peguei uma bolsa da criança também, pelo que parecia tinha coisas de bebê, seria útil até embarcamos para Rússia.

Minha Secretária CriminalOnde histórias criam vida. Descubra agora