Marina Ferrero.
Estávamos pousando com mais de quatro jatinhos e dois helicópteros em território Puglio. Pousamos a poucos km da base do Vicenzo e não teria outro jeito de invadir a não ser da forma mais agressiva possível.
Me equipei de colete à prova de balas, uma Glock com pente carregado e uma faca afiada para defesa. Não usava com frequência, mas papai ensinou quando tinha 17 anos e levo as práticas para vida.
Ao descer do jatinho, uma carreira de homens armados começaram a andar na nossa frente, para nos dar cobertura. Eu, Alessandro e papai seguimos atrás dos homens, com as armas em posição.
Esse seria o maior embate de máfias de todos os tempos e talvez eu estivesse com um pouco de medo. Medo de que algo pudesse acontecer com papai, com Alessandro, com meu bebê e medo de não encontrar o pai do meu filho com vida.
Papai e Alessandro estavam lado a lado na minha frente e eu os seguia apontando minha pistola.
Comecei a ouvir tiros, nossos soldados estavam atirando nos de Vicenzo que apareciam tentando nos acertar.
Como a gente já estava perto da base dele, a quantidade de soldado por aqui foi ficando bem maior, vi que uns falavam no walk talk, provavelmente pedindo ajuda e chamando por mais homens, enquanto outros atiravam.
Fomos andando até entrar na base de Vicenzo, mesmo ao entrar, não vimos nem sinal de Vicenzo por ali. Avistei dois homens vindo em minha direção, então apertei o gatilho mirando em um e depois em outro.
Papai avistou um segurança distraído com os tiros do lado de fora, chegou por trás e passou a faca em seu pescoço. Alessandro atirou uma bala na cabeça de outro que estava tentando se esconder na pilastra.
Eu mirei na perna de um que estava mirando em mim e atirei em sua cabeça.Foi assim até que chegamos em um corredor mal iluminado, fedido, úmido e sombrio que papai nos guiava, ele sabia o caminho. As paredes eram da cor de barro, com manchas de sangue e as luzes eram poucas naquele lugar.
Minha pele se arrepiou pelo lugar frio e sombrio que estávamos entrando. Meu estômago revirou em uma náusea devido ao cheiro forte de vinha daquele lugar. Sentia cheiro de morte. Meu coração se apertou novamente, então eu respirei fundo e segui atrás de Papai e Alessandro.
- É aqui que ele está - Papai confirmou na nossa frente.
Decidimos que apenas nós três íamos entrar nesse lugar, os demais soldados ficariam para fazer nossa cobertura. Quando viramos no final do corredor, havia um pequeno pátio com várias celas velhas, parecia uma prisão abandonada, em algumas tinha pessoas presas, sentadas e cansadas. Outra pareciam mortas.
Papai e Alessandro, quando viram que não tinha perigo por ali, foram correndo cada um para uma extremidade olhar de cela em cela. Meus olhos se varreram pelas celas que eles não haviam olhado, fui olhando uma a uma com cuidado para que eu o encontrasse.
- Alguém viu ele? - Alessandro perguntou desesperado, correndo de uma em uma.
- Ainda não, continuem procurando - Disse papai.
Os presos que estavam conscientes se manifestaram e começaram a pedir ajuda e para que os soltassem. Ignoramos seus pedidos e continuamos nossa busca.
- Caralho, cadê ele? - O Alessandro falou com um desespero evidente na sua voz - Porra! Cadê você, irmão? Esteja aqui, esteja aqui - Ele olhou na próxima cela pequena e nada - Porra, não é ele! - Passou a mão nos cabelos.
Meu coração estava apertado, já tínhamos olhado e revisado todas as celas e nada de encontrarmos ele. Eu só queria sentar e chorar, minha esperança de encontrar ele vivo estava indo embora. Já haviam se passado dias, Vicenzo pretendia torturar ele até sua morte. Vicenzo o levou para outro lugar? Essa dúvida atormentava meus pensamentos trazendo consigo mais uma onda do sentimento forte de medo.
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Atração Perigosa - Desejo Fora de Controle (COMPLETO)
RomanceMarina cresceu dentro de lar de mafiosos, e com o passar dos anos vivenciou diversas situações de guerra entre máfias e seus trabalhos. Seu pai, um mafioso do estado da Calábria, com intuito de unir poderes entre as duas potências e acabar com os t...