O ódio.

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Vicenzo Giordano.

Eu mal conseguia acreditar no que aquela vadia havia feito.

Ela havia fugido com o meu maior inimigo no dia do meu casamento. Que vergonha aquela puta me fez passar.

Isso tudo só pode ter sido tudo planejado para me fazer sentir um idiota. Enrico planejou tudo.

Voltei para Calábria com Marco, Antonella e Francesca. Desde a viagem de Fernando de Noronha que ela fez com Marina, noto que Francesca não é mais aquela menina simpática comigo como era antes. Eu jurava que por ela ser tão simpática comigo, ela queria dar para mim mesmo sendo seu cunhado.

Quando chegamos na casa de Marco, fomos direto para seu escritório. Eu queria desvendar tudo o que fosse possível daquela vadia.

Marco estava tão chocado quanto eu ao descobrir da traição da filha que ele tanto protege. Ele achava que sua filha era uma santa. No fim das contas, ela enganou a todos.

Marco tratou de ligar para alguns de seus soldados para saber se houve pouso de aviões em algum lugar que não tenha sido no aeroporto principal.

Realmente havia pousado um jatinho de porte pequeno em uma área isolada, os homens de Marco conseguiram puxar duas datas que esse jatinho esteve no mesmo lugar. Um dia antes do meu noivado o jatinho esteve aqui pela primeira vez.

Sentei em frente ao computador de Marco junto com ele. Ligeiramente começamos a puxar todos os acessos das câmeras possíveis da cidade.

Rebobinei a câmera da casa de Marco até o dia que Marco havia saído com sua mulher e Francesca também, então Marina estava em casa sozinha. Se é que estava em casa, já que ela vivia saindo. Notei que quando foi de tarde, um entregador de encomendas parou em frente ao portão na casa dele, falou com o segurança e passou pelo portão juntamente com ele. Estava com uma caixa nas mãos, óculos e boné. Esses seguranças de Marco só podem ser incompetentes em deixar um entregador desconhecido entrar na casa dele. Continuamos assistindo, Marco também estava intrigado com isso.

A porta da casa de Marco foi aberta por Marina e o entregador entrou segundos depois, o segurança saiu e ela fechou a porta. Não tenho mais acesso às imagens, mas ao avançar a câmera, vi que ele saiu da casa quase duas horas depois.

Marco chamou o mesmo segurança daquele dia para que viesse conversar conosco.

Em minutos ele entrava na sala vestido de preto, com rádio na cintura e ponto de comunicação.

- Pois não, senhor? - O homem falou.

- Sente-se senhor, Ramirez - Marco pediu, calmo e paciente.

Eu não estava com tempo para tantas delongas, então assim que ele se sentou, através da mesa que nos separava, eu o puxei pela gola da camisa, o trazendo para mais perto.

- Você vai me dizer quem era aquele homem e o que ele queria? - Falei em tom de ameaça.

Virei o computador para que ele olhasse nitidamente a imagem e apontei.

- O que ele queria? - Repeti, o homem parecia confuso e assustado.

- Ele veio fazer uma entrega para senhorita Marina, apenas isso - Falou com a voz trêmula.

- Seu filho da puta, como pode deixar ele entrar assim? - Soltei sua gola com agressividade e ele foi um pouco para trás com o impulso.

- Ele disse que precisava falar diretamente com ela, então permiti sua entrada.

- O que ele te disse? - Marco perguntou.

- Ele insistiu para entrar e disse que a encomenda teria que ser entregue diretamente para ela, então eu fui com ele até a porta, apenas - Bufei com a burrice dele - Assim que ela atendeu, o reconheceu e permitiu a entrada dele na casa.

- Quando ele foi embora? - Perguntei atento ao que ele falava.

- Ah senhor Giordano, ele ficou lá dentro um tempo e só saiu depois que o senhor e a senhora Ferrero chegaram, saiu sem nem olhar para trás.

Levantei furioso e dei um soco com força na mesa.

- Aquela vadia colocou aquele homem aqui dentro e ninguém foi capaz de ver, ninguém! - Vociferei indignado.

- Porra, como ela pôde fazer isso comigo... com a máfia... - Marco parecia decepcionado.

- Eu vou matar aquela mulher, eu vou matar ela! - Falei alto e olhando para o nada.

- Você não vai encostar um dedo na minha filha - Marco a defendeu.

- Vai defender tudo o que aquela vadia fez debaixo do seu nariz? Você já estava em casa e ela fez tudo isso! Merece uma punição, isso sim.

- Se você encostar um dedo na minha filha, eu mesmo te amo Vicenzo, eu mesmo.

- Mas qual a gravidade disso... Ele trouxe algo na encomenda que trazia risco para vocês? - O homem perguntou.

- Muito pior que isso. Aquele homem, cujo qual você permitiu entrar, era Enrico Martinelli - Ele ficou surpreso - E ainda comeu minha noiva - Pensei alto.

- Eu juro que não percebi. Ele tinha um óculos e um boné, tampavam seu rosto e eu não...

- Ok, ok, pode se retirar - Falei sem paciência para suas justificações.

- Não me demita, eu juro que não percebi, eu juro - Insistiu.

- Vai, porra! - Gritei.

O homem se levantou amedrontado e saiu quase que correndo.

- Marco, vendo tudo isso que Marina foi capaz de fazer temos que dar uma lição nela, ela merece e se temos que um acordo, ele tem que ser cumprido! - Tentei convencer ele mais uma vez.

- Não - Ele centrado e calculista.

- Mas ela errou, nos traiu Marco, tem que pagar por essa merda toda, tudo o que aconteceu foi por culpa dela.

- Preciso conversar com minha filha antes de tomar qualquer decisão.

- Enrico eu mesmo vou me encarregar de me livrar dele, mas ela precisa ter o dela! Não pode ficar impune assim - Falava próximo dele, tentando convencê-lo.

- Caralho Vicenzo, não me perturbe mais com esse assunto, deixe que com minha filha eu me resolvo e não será você que irá me convencer o que devo fazer com ela.

- Temos um acordo, assinado, que você mesmo assinou - Falei, mas ele não deu ouvidos.

Marco e eu decidimos investigar um pouco mais a fundo sobre a vinda de Enrico para Calábria, acabamos descobrindo que ele esteve presente na minha festa de noivado, soubemos também onde que ele ficou hospedado.

Fomos até o hotel próximo da casa de Marco, usando nome de Miguel Viana. Acessamos a câmera deles e vimos várias visitas de Marina ao hotel. Todos eram em horários que ela dizia que ia sair com uma amiga. Houve até um dia que ela chegou de noite e saiu de manhã, foi o dia que ela disse que dormiria com a amiga.

Marco estava chocado e decepcionado, diferente de mim que sentia ódio dos dois, quero matar os dois.

A vagabunda me enganou por muito tempo. Enrico esteve comendo minha noiva por esse tempo todo e eu não notei. Ninguém notou que ele estava aqui, apenas ela. Apenas ela sabia tudo.

Por isso se mantinha sempre estranha, distante de mim, não gostava nem que eu a beijava, mal me deixava toca-la.

Me lembrei de um dia que ela estava com perfume masculino, mas eu achei que teria abraçado seu pai. Burro. Como pude ser tão leigo assim.

No dia da cerimônia Enrico conseguiu ferir 7 homens meus e deixar 3 mortos, além de matar meu pai e ficar com minha ex. Enrico Martinelli iria pagar por tudo o que ele havia feito para mim, da pior forma possível.

Tudo vinha acontecendo debaixo do meu nariz. Eles estavam lado a lado, atuando juntos contra mim nessa.

Puta. Vadia.

Eu me sentia fervendo de ódio. Se eu fizesse algo agora, com certeza iria caçar aqueles dois para poder matá-los sem remorso algum. Se ela não poderia ficar comigo, também não ficaria com ele.

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Atração Perigosa - Desejo Fora de Controle (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora