Capítulo 8- O pretendente da minha irmã

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Alicia se sentia mais tranquila em saber quem era o pretendente da sua irmã. Ele parecia ser um bom partido. Não negaria que era atraente e gentil. Então
decidiu que iria ajudá-los a qualquer custo.

A sua conversa com a irmã sobre o vizinho foi bem curta e objetiva sobre o fato dele aparecer na frente de casa. Ela ocultou o acontecimento da noite anterior. Só falou o necessário para que pudesse cumprir a promessa de ajudá-lo.

Uma parte sua desejava participar também do jantar. Mas não parecia ser nada certo se intrometer em um suposto romance entre os dois. Ela aprecia demais a sua irmã mais velha.

A Eva surge na sala de estar. Ela veste um croppet coral com mangas curtas e uma saia midi preta na altura dos joelhos. O seu cabelo chanel, preto e curto está úmido e solto com ondas naturais. 

- Como estou? - interroga a Eva se virando para amostrar sua roupa por completo.

- Está linda, minha irmã. Tenho certeza que vai ser um jantar incrível dessa vez.

- Desejo que seja mesmo. Mas me diga o que você achou dele? É bonito?

- Sim, ele é bonito. Também parece ser um bom homem. - diz Alicia ao pentear o cabelo de sua irmã. - Tenho certeza que vão se dar muito bem.

- Não nego que estou super curiosa para conhecê-lo.

- Também estaria em seu lugar. Mas enfim, te desejo uma boa noite.

Ambas as irmãs se despedem e a mais velha parte para a casa da frente. Alicia decide começar a ler um livro da Jane Austen, sua autora preferida, para passar o seu tempo solo. Ela observa a prateleira abaixo da mesa do computador em seu quarto. Lá encontra os clássicos da autora composto por Orgulho e Preconceito, Persuação e Razão e Sensibilidade.

A jovem leitora opta por ler o único que não conseguiu ler ainda, o Razão e Sensibilidade. A menina se embala na história de duas irmãs que são divididas uma em razão e a outra em sensibilidade. Mas a menina não consegue ler o livro por muito tempo, pois sua mente voa até a casa da frente.

Alicia tenta imaginar como as coisas andam entre sua irmã e o pretendente. Não que fosse uma  fofoqueira ou algo do tipo. Pois só deseja que as coisas estejam bem. Sabe que a Eva nunca teve muita sorte no amor. Na verdade ela nunca gostou de alguém. Diferente dela.  As vezes até acredita que a Eva seja uma sortuda.

Alicia sabe melhor do que ninguém que o amor pode doer muito. Então só espera que sua irmã tenha um futuro diferente. Mas o homem em questão parece ser bom. Ela sabe melhor que ninguém que o vizinho a tinha salvo de um fim trágico. Isso o tornava um cara bem melhor.

Alicia caminha até a varanda e observa a cena de sua irmã com o pretendente do outro lado da rua. Os dois conversam animados sobre algum assunto. Parece ter um fututo brilhante pela frente. Só a forma que a Eva sorrir diz muita coisa.

A menina não se contém e uma parte sua sorri também pelos dois.  Ela retorna para dentro e tenta ver algo na televisão, mas nenhum canal parece interessante o suficiente. Então começa a saga de trocar para tentar achar um agradável.

Eva passa pela porta da frente e se acomoda no sofá ao lado de Alicia. Ela encosta bem a cabeça no assento e observa o teto com uma expressão indecifrável. A mais nova volta sua atenção para a mais velha ao seu lado.

- Me conte sobre sua noite. - diz Alicia sem esconder sua curiosidade.

- A senhora Paulina não ocultou o seu desejo em ajudar em um romance entre nós. A mulher é sútil como um canhão.
- a Eva gargalha com diversão na fala. - Até que a noite se tornou bem agradável. O Carlos Eduardo é um homem gentil e admirável. Além de ser muito bonito.

- Isso é incrível, não é? - Alicia se anima de seu lugar.

- Não, não é. A nossa conversa a sós deixou claro que ele não gostaria de envolver com ninguém no momento. Acho admirável a atitude dele em ser honesto. Mas também acredito que nós não tivessemos a famosa química.

- Sinto muito, minha irmã.

- Não sinta, pois está tudo bem. Mas durante a noite não consegui deixar de notar que ele parecia se interessar por outra pessoa.  As vezes parecia estar distante.

Alicia senti o coração pulsar em uma velocidade assustadora. Será possível que isso seja verdade? Em seguida se apavora com a possibilidade.

- Pode ser só uma impressão sua.

- Pode ser. Mas tem uma coisa que me intrigou bastante essa noite.

- Que coisa seria essa?

- O Carlos Eduardo parecia que te conhecia além da noite de ontem quando passou aqui. Gostaria de me contar alguma coisa minha irmã? - a Eva volta sua atenção por completo na direção da Alicia na intenção de observar a sua reação.

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