Após a partida da Eva para o Rio de Janeiro, a Alicia se senti triste e solitária a maior parte do tempo. Já que não conhece mais ninguém. Mesmo que esteja alegre pela grande conquista de sua irmã, não consegue largar o sentimento de solidão.
O nome Carlos Eduardo vem em sua mente já que a única pessoa que conhece na cidade. Mas também gostaria de evitá-lo. Não parecia certo ficar próxima dele. Então ao longo de duas semanas a menina se isola total. Os vizinhos deviam até pensar que ela havia partido também.
Porém, uma visita inesperada a respeito de um processo de guarda de crianças relacionado ao seu vizinho, a desperta para uma possível proposta para ajudá-lo. Ela lembra que devia fazer algo positivo por ele. Então pensa na possibilidade de ser sua noiva de mentira como em filmes.
Após sugerir sua ideia inusitada o jovem pai parece muito resistente a proposta. Ele parece até achar uma loucura da parte dela. Mas ela permanece firme em convencê-lo. O homem cede por fim. Ambos combinam de morar na casa dela com as crianças durante o período.
Enquanto o observa na sua frente numa mesa da cafeteria no centro da cidade sua mente voa para os filmes clássicos de sessão da tarde. Assim realiza uma busca minuciosa em seu celular para ver títulos.
Um jovem garçom branco com cabelo raspado e uniforme com o logotipo da cafeteria surge com os seus pedidos. Entrega um sanduíche natural com um suco colorido de laranja para Alicia. Já para o Carlos um café com leite e um buraco quente. Ambos agradecem ao funcionário e o liberam com gentileza.
- Não seríamos inimigos do amor, com certeza. - afirma Alicia em meio ao silêncio.
- Inimigos do amor? - o homem arquea as grossas sobrancelhas com o desconhecimento do termo.
- É toda história em que o casal se odeia, mas no final termina juntos. Tipo aquele filme com Sandra Bullock e aquele ator de Deadpool.
- Nunca vi esse filme. Mas não seríamos inimigos do amor. Nós sempre se demos bem.
- Então podemos descartar isso de nossa história de " amor ". Mas como poderíamos contá-la?
- E se só contarmos a forma que se conhecemos? Uma espécie de amor à primeira vista.
- Hum, isso é interessante. E como seria isso?
- Pode ser assim "Nós se apaixonamos após o quase acidente trágico. Não conseguimos evitar o sentimento."
- Você tem a alma de um romântico, Carlos Eduardo. - diz Alicia com palmas como elogio em sua fala.
Ele sorri e acena satisfeito com o elogio. Em seguida o homem desvia sua atenção em contemplar o pôr do sol por trás da Alicia. Ele se distancia da conversa por longos segundos.
- Essa ideia é absurda, sabe? Você ainda pode desistir. Pois sou o pai de três crianças pequenas e estou desempregado. Não sou o melhor homem do mundo também.
- Já estou decidida e não sou tipo de voltar atrás. Só se você optar por não querer mais.
- Alicia...
- Só me permita te ajudar, Carlos. Pode ser?
- Ok. Mas preciso que me prometa uma coisa.
- Claro que sim, qualquer coisa.
- Peço que jamais se apaixone por mim, pois nunca poderia te corresponder.
- Pode ficar tranquilo, isso não vai acontecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DESAMOR
Romance[ CONCLUÍDA ] Carlos Eduardo tinha uma boa vida ao lado de sua esposa e trigêmeos. Ele era gerente em um ótimo restaurante e tinha um bom chefe. Não existiam motivos para reclamar. Até que em uma fatídica noite ele retorna cedo para sua casa e se de...