Capítulo 14- Somos um casal

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Alicia encara uma última vez o próprio reflexo no espelho. O seu longo e discreto macacão verde combina com o tom de seus olhos. Já o cabelo loiro está meio solto com uma fina coroa de tranças. Na noite anterior tinha recebido uma mensagem do Carlos Eduardo a convidando para um jantar em sua casa. Não sabia o que esperar da noite.

Alicia caminha até a casa da vizinha e aperta a campainha. O pai do Carlos Eduardo atende e sorri com gentileza. Ela também sorri. Ambos caminham até o interior da casa. A toalha vermelha está com a sintonia perfeita com pratos, talheres e copos. Além dos acompanhamentos alimentícios. O senhor de meia idade acena para ela se sentar em uma das cadeiras. A mãe do Carlos Eduardo surge em seu campo de visão.

- Estoy muy feliz por tu presencia hoy. - abre um sorriso sincero.

- Também estou muito feliz, senhora Paulina. - responde também com sinceridade.

A anfritã da casa se afasta e retorna para cozinha. Logo, o seu filho surge na sala de jantar. Ele está com uma calça social preta e camiseta também social só que branca. Mas não está sozinho. Três crianças sorridentes e idênticas caminham em fila na frente dele. Duas meninas ruivas usam vestidos florais rosas com mangas curtas e um cinto de pérolas no mesmo tom. Ambas com laços azuis claros na parte de trás do cabelo, só muda o comprimento das madeixas de uma longo e da outro curto. E um menino também ruivo. Ele usa uma bermuda branca e uma camisa polo cinza. O cabelo ruivo com franjinha tampa sua sobrancelha.

- Sentem-se crianças. - o Carlos aponta para três lugares vazios do mesmo lado em sequência à mesa. Ele se senta na ponta e acaba ao lado dela. Também próximo das crianças. - Essa é a famosa Alicia, meus filhos. Lembra que o papai falou sobre ela na semana passada?

Alicia senti três pares de olhos azuis intensos a observarem com atenção. Os rostos doces e sensíveis se encontram em expressões indecifráveis. Isso a deixa muito desconfortável. Embora aprecie crianças, o silêncio não é um sinal tão bom acredita. Ela sabe também que não existem opiniões mais sinceras do que dessa faixa etária.

- Alicia, essa de cabelo longo é a Pérola. O menino é o Edmundo e a do cabelo menor é a Safira. São os meus famosos trigêmeos. - o Carlos quebra o silêncio constrangedor.

- É um prazer, conhecê-los. Vocês são umas graças.

- Ela realmente parece com a Barbie. - diz a menina com o cabelo mais longo.

- É verdade que o papai a salvou igual aqueles filmes da Marvel? - pergunta o menino.

- Fico honrada pela comparação com a Barbie. Até porque sou grande fã dela. E sim foi igualzinho os filmes da Marvel.

A menina Safira é a única que permanece em silêncio a observando sem expressar nenhuma reação. A mãe do Carlos Eduardo retorna à mesa e senta ao lado do marido. Ao observar isso o filho se levanta e fica atrás da sua cadeira.

- Agradeço a presença da minha amada família e da Alicia. Esse jantar tem um motivo especial. Por isso reuni todos aqui hoje. Quero começar admitindo que tentei lutar contra os meus sentimentos. Mas falhei miserávelmente. A história não é tão romântica quanto gostaria. Foi um quase acidente. Mas após o susto me deparei com a sua beleza. Era surreal.

Carlos Eduardo se volta para a mulher ao seu lado e continua o seu discurso.

- Nunca tinha visto uma mulher tão linda, assim perdi as palavras na hora. Sabia que devia ficar o mais longe de você, mas por coincidência do destino éramos vizinhos. - sorri com a sua fala. - Não tem um minuto que não tenha pensado em ti desde aquele dia. Eu estou apaixonado por você e não consigo esconder para ninguém. Você me daria a honra de ser minha noiva? - o homem tira um porta anel do bolso e se ajoelha ao lado da cadeira dela.

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