- Quero me desculpar novamente pelo ocorrido de ontem, lamento muito o transtorno. - diz ele
- Está tudo bem, Carlos. - diz a Eva. - Pode se considerar perdoado. - a jovem sorri com sinceridade.
Carlos Eduardo e Eva se sentam um na frente do outro na mesa bem decorada pela senhora Paulina. Uma longa toalha vermelha de seda cobre todo o móvel. Um par de talheres, pratos, taças se organizam de forma harmônica sob dois sousplat.
O homem está arrumado de forma culta com uma calça social preta e uma camisa polo no tom azul marinho. O seu cabelo está penteado para trás com gel. Ele observa a mulher a sua frente se deliciar com uma taça de vinho. Repara que ela tem uma beleza própria e parece ter uma personalidade forte e concreta.
- Me deixa alegre poder te conhecer, Carlos Eduardo. Sua mãe falou muito sobre você na outra noite. - a Eva quebra o silêncio.
- Imagino que sim. A minha mãe é responsável pela minha propaganda pessoal. - ele pisca de forma divertida.
- Ela é ótima nisso.
O jovem casal desfruta do jantar composto por lasanha caseira tradicional, arroz colorido e salada de folhas verdes. A conversa flui de forma amistosa e tranquila. Mas Carlos Eduardo não consegue parar de pensar na Alicia. Ele se senti triste pela recusa dela em participar do jantar. Porém entende sua escolha.
A Eva sustenta a conversa mais do que ele. Ela se mantém sempre ativa a qualquer oportunidade de dizer alguma coisa. A dona Paulina aparece com a sobremessa que é um bombom na travessa de morango. A preferida do Carlos Eduardo. A senhora aproveita para realizar mais uma propaganda do filho. Mas é interrompida pelo mesmo. A convidada só sorrir da situação.
- Sinto muito por isso. - diz e se refere a intromissão da mãe.
- Não se lamente. Ela só gosta muito de você.
Carlos Eduardo acompanha a Eva de braços dados pelo caminho até a casa dela. Porém os dois pausam em frente a casa dele para conversar a sós. O homem inicia a conversa quebrando o silêncio.
- Me sinto grato por sua companhia nesse jantar incrível.
- Eu que agradeço pela noite.
- Você é uma moça belíssima e inteligente, Eva.
- Obrigada, Carlos Eduardo. Posso te dizer o mesmo.
- Mas espero que entenda que esse jantar não vai significar nada além disso. Necessito ser franco para não permitir que se estenda em falsas expectativas.
- Está tudo bem e agradeço a sua franqueza. Não precisa se preocupar.
- É claro que preciso me preocupar, não posso permitir que se magoe por minha causa.
- Você é um homem diferenciado.
- Espero que seja uma coisa boa isso. - ele sorrir sem graça.
- Sim, é uma coisa muito boa mesmo.
Ambos voltam a caminhar em silêncio e de braços dados. Quando chega em frente a casa da Eva o Carlos Eduardo retira com gentileza o braço da moça e beija a sua mão em respeito.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Sim, claro que sim.
- Está apaixonado por outra pessoa, não é?
- Não é isso. Só não posso nem pensar em me envolver com outra pessoa no momento.
- Perdo-me minha pergunta indiscreta. Sinto que posso ter sido invasiva.
- Está tudo bem, não precisa se perdoar por nada. - faz uma pausa. - Álias diga para Alicia que lamento sua ausência no jantar.
- Você a tinha convidado? - pergunta Eva surpresa.
- Tinha sim, mas ela optou por não vir.
- Isso foi muito gentil da sua parte, Carlos. Já que mal a conhece.
- Ela não te contou. - afirma para si mesmo
- Não me contou o que?
- Lamento por não atender a sua pergunta e lamento mais por acabar me intrometendo em seus assuntos particulares. Essa é uma conversa só entre irmãs.
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DESAMOR
Romantizm[ CONCLUÍDA ] Carlos Eduardo tinha uma boa vida ao lado de sua esposa e trigêmeos. Ele era gerente em um ótimo restaurante e tinha um bom chefe. Não existiam motivos para reclamar. Até que em uma fatídica noite ele retorna cedo para sua casa e se de...