| Capítulo 12 | Nada como destroços que estejam quebrados para reconstruir

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Permiti que a madrugada libertasse toda a angústia acumulada

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Permiti que a madrugada libertasse toda a angústia acumulada. Cada pedaço do meu sentimento feria com mais intensidade à medida que as fotos, mensagens, comentários e status de relacionamento desapareciam da galeria. Afinal, tudo se transformou em entulhos dispensáveis.

Os quais precisei me desapegar contra a minha vontade.

Devido ao agito pungente, não consegui ter um sono satisfatório. A todo momento, aquelas palavras golpeavam o que já estava frágil, fazendo com que meus olhos despejassem um choro contínuo e silencioso.

Quando o dia clareou, resolvi me levantar. Não aguentava mais ficar deitada, sendo que o descanso nem se manifestou. Logo que saí pela porta, avancei em direção ao banheiro. Ao me deparar com o espelho, meu rosto transparecia o resultado das emoções partidas: olhos avermelhados e inchados, nariz congestionado e, para piorar, uma dor de cabeça insuportável.

Saí de lá e caminhei em direção à cozinha. Reparei que minha mãe já preparava o café. Arrastei a cadeira sem emitir muito ruído e me acomodei.

— Bom dia, filha! — anunciou, animada. — Dormiu bem?

Senti novamente o acúmulo de melancolia nos meus olhos. Funguei com mais intensidade.

Imediatamente, ela virou para trás. Ao ver meu semblante abatido, seus movimentos ficaram estáticos.

— O que aconteceu? — perguntou, preocupada.

— Ele terminou comigo ontem à noite... estou péssima — respondi, tentando conter a comoção.

Movida pela situação, ela se deslocou e caminhou em minha direção. Em seguida, fui envolvida em seu abraço acolhedor.

— Sinto muito por isso, filha. Eu também achava que tinha tomado a decisão certa ao permitir esse namoro tão precoce... me perdoe — confessou, enquanto acariciava meus cabelos.

— Você não teve culpa. — Suspirei e nos desvencilhamos. — O tempo passou e tomamos rumos diferentes. Eu queria continuar com ele, mas não foi possível... e é isso que dói... não ter mais alguém ao meu lado e, pior, ficar sozinha.

Limpei as lágrimas com as costas das mãos.

— Sei como se sente, mas agora é preciso superar. E eu sei que você vai conseguir — aconselhou, dando um beijo no topo da minha cabeça.

— Bom dia, família! — meu pai exclamou.

Em questão de segundos, o apito da cafeteira ecoou pela cozinha.

— Que bom, o café está pronto — ela avisou, enquanto se deslocava até a bancada de mármore.

Fiquei cabisbaixa, e ele se sentou na cadeira à minha frente.

— Por que essa cara triste?

Minha mãe pousou a jarra sobre a mesa e se acomodou na cadeira ao lado dele.

Uma (Boa) Amizade para Quem Precisa BrilharOnde histórias criam vida. Descubra agora