A última semana de setembro anunciava a aproximação das sombras que pairavam sobre meus pensamentos, como uma tempestade iminente. No entanto, naquele momento, não era apenas o futuro acadêmico que me consumia, mas também a viagem de formatura do ensino médio.
Durante o intervalo da aula de orientação vocacional, acompanhava a discussão que agitava meus dois amigos em um aplicativo de mensagens, onde as palavras eram carregadas de incompreensão e desejos conflitantes. Após ouvir os áudios, concluí que Lu se recusava a viajar, enquanto Marcelo tentava contornar a situação. Resolvi gravar uma mensagem de voz, expressando minha insatisfação com o valor cobrado pela viagem.
Em poucos segundos, Marcelo enviou duas gravações seguidas. Apertei o play.
"Gente, a opção escolhida foi essa. Sei que vocês não gostaram e estão no direito de expor as opiniões. Mas pensem pelo outro lado... é essa viagem que vai marcar o final da nossa etapa."
"E quanto ao valor, eu posso conversar com meus pais e pagar pra vocês."
Afastei o celular do ouvido e digitei uma resposta, apoiando a ideia. Agora só faltava a Lu se manifestar. Após enviar a mensagem, bloqueei a tela.
— Caramba, que discussão de vocês, hein? — Elisa comentou.
Pousei o aparelho sobre a mesa do refeitório e suspirei.
— Espero que você e as meninas não passem por isso ano que vem.
— Qual o destino da viagem?
— Morretes. É um pacote que inclui várias coisas. Primeiro, vamos de trem, depois exploramos os pontos turísticos da cidade. Teremos direito a almoço e a um café colonial à tarde. O passeio vai durar só um dia e está marcado para o final de novembro — expliquei.
— Nunca fui pra lá, mas deve ser um lugar incrível. Eu não conheço muitas cidades turísticas do Paraná, o máximo que visitei foram os litorais — revelou.
— E pelo menos conhece os pontos turísticos de Curitiba? — questionei.
Ela bebeu um gole do suco de laranja e, depois, repousou o copo sobre a mesa.
— Sendo bem sincera, conheço alguns. Fui uma vez ao Jardim Botânico e ao Museu Oscar Niemeyer, ambos em excursões no primário. Na região central, conheço a Rua XV, as praças e o Largo da Ordem. Até tive oportunidade de visitar outros lugares, mas rejeitei, pois não gostava de sair de casa e tinha muita vergonha.
Naquele instante, uma ideia começou a tomar forma na minha mente, crescendo incontrolavelmente.
— E que tal visitarmos outros pontos turísticos? Tipo Praça do Japão, Parque Tanguá, Bosque do Alemão... E podemos voltar ao Jardim Botânico, já que você foi quando era criança.
— Gostei da proposta, vai ser um passeio legal.
Inesperadamente, a ideia se consolidou, pronta para ser posta em prática.
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Uma (Boa) Amizade para Quem Precisa Brilhar
Teen Fiction| Nova versão | Livro 1 da duologia "Seres de luz". Sinopse: Em uma trajetória de cinco anos, Alana relata suas fases de destruição, desde o bullying até o coração partido. Após esse "desmoronamento", uma grande transformação faz com que a jovem sej...