Pesquisar, investigar, encarar e dar o meu melhor. Essas eram as palavras que mantinham o brilho em cada ideia, iluminando cada pensamento. A empolgação faiscava constantemente, dominando cada parte de mim.
Passei a tarde daquele domingo com os olhos fixos na tela do notebook. Memorizava cada palavra dos sites e artigos que lia. Decidi realizar uma pesquisa, em busca de orientações que pudessem ajudar alguém em conflito com sua autoimagem. Com meu caderno e caneta ao lado, transcrevi alguns trechos, caso precisasse me desviar em algum momento.
Não havia mais como adiar o que se revelava tão claro à minha frente. Algo tão nítido quanto desolador. Chegara a hora de entrar no devastado mundo de Elisa e ajudá-la a se levantar dos escombros.
Às vezes, precisamos lutar batalhas que não são nossas.
Durante a aula de orientação vocacional, Gael nos propôs uma atividade em dupla. Após as instruções, eu e Elisa juntamos as mesas e começamos a preparar o cartaz. Fiquei responsável pela elaboração do texto, enquanto ela decorava o material com canetas coloridas.
Apesar de sua revelação, ainda era possível ver em seu semblante as marcas do que carregava. Reuni coragem para romper o silêncio que pairava desde o início da tarefa.
— O cartaz está ficando bonito — elogiei.
Ela finalizou os traços coloridos e suspirou, visivelmente incomodada.
— Sei lá, achei meio esquisito. Não sou muito boa com essas coisas — confessou.
— Está assim por causa daquele dia, né?
Elisa largou a caneta e me olhou diretamente.
— Quem dera fosse só isso. O problema é que isso me persegue constantemente. Desabafar aliviou uma parte, mas o fardo ainda é enorme.
— E que tal começarmos a aliviar essa carga?
Ela franziu o cenho.
— E como você pretende fazer isso?
— Vamos ao shopping — sugeri, com entusiasmo.
— Não sei se é uma boa ideia. — Baixou o olhar. — Não me sinto à vontade em lugares muito cheios... E, embora ainda tenha o dinheiro do evento, não consigo pensar em como gastá-lo.
— É simples. Nós duas ainda temos o dinheiro, então vamos investir em algo que nos faça bem. Tipo roupas, sapatos, lanches, qualquer coisa. O importante é você se distrair um pouco. Nós trabalhamos duro e merecemos nos presentear com algo de que gostamos. O que me diz? — cantarolei a última pergunta, tentando animá-la.
Ela me olhou de novo.
— Tá bom — respondeu, com a voz suave.
Meu sorriso foi a celebração do momento. Agitei as mãos, empolgada.
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Uma (Boa) Amizade para Quem Precisa Brilhar
Teen Fiction| Nova versão | Livro 1 da duologia "Seres de luz". Sinopse: Em uma trajetória de cinco anos, Alana relata suas fases de destruição, desde o bullying até o coração partido. Após esse "desmoronamento", uma grande transformação faz com que a jovem sej...