| Capítulo 7 | Eu fechei janelas o suficiente, até não puder olhar para trás

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Aquele vislumbre da nova residência foi como abrir um portal, convidando-me a dar o primeiro passo

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Aquele vislumbre da nova residência foi como abrir um portal, convidando-me a dar o primeiro passo. O imóvel situava-se na divisa entre dois bairros de Curitiba, ambos bem avaliados. Além disso, sua localização era próxima ao hipermercado, shopping e outros estabelecimentos

Meus olhos estavam encantados, absorvendo cada detalhe. O extenso portão marrom tinha duas entradas: uma para carros e outra para pedestres. Ele cercava um pequeno jardim na frente, com um gramado ralo e dois arbustos redondos, cortado por uma calçada cinza que facilitava a passagem. Atrás do portão, a casa térrea exibia um design agradável e elegante. Sua fachada, pintada de verde desbotado, ocupava toda a largura do terreno. À direita, o portão basculante da garagem, e logo ao lado uma enorme janela de madeira estilo Maxim-Ar. No centro, a porta principal, com uma pequena janela no sótão logo acima. Todos os elementos da casa, da cor marrom-escuro, combinavam harmoniosamente com as grades do portão.

— Esse verde horroroso está com os dias contados — comentou minha mãe, carregando uma lata de tinta e alguns jornais debaixo do braço.

— Filha, vem ajudar! — chamou meu pai.

Estando ao lado do carro, dei apenas alguns passos até o porta-malas aberto.

— Leva o rolo de papel de parede que você e sua irmã escolheram para o quarto, além desses pincéis — ele ordenou, e eu estendi os braços para pegar os materiais.

Depois que estávamos todos carregados, meu pai abriu o portão menor e começamos a caminhar vagarosamente pela calçada em direção à porta.

— Vamos entrar todos com o pé direito — ele sugeriu, enquanto inseria a chave na fechadura. — Dois mil e quatorze promete.

Assim que o som da fechadura anunciava a abertura, obedecemos seu pedido. Ao entrar, fui tomada por uma onda de pulsações intensas, que despertavam uma sinfonia de curiosidade.

— Quero conhecer a casa toda! Faz um tour com a gente, pai — insistiu Flavia.

— Está bem. Podem deixar as coisas ali no canto. — Ele apontou com o dedo para o espaço.

Enquanto guiava meus olhos ao redor, percebi que nossas vozes ecoavam no ambiente vazio.

— Os antigos donos foram rápidos em desocupar a casa — comentei, enquanto colocava os materiais no chão.

— Pois é. Aquele casal de aposentados estava ansioso para se mudar para o litoral. Eles ficaram com nossa antiga casa para alugar — explicou minha mãe.

Decidimos então explorar a casa. Havia uma sala de estar com copa, cozinha, lavanderia, dois quartos — um deles com suíte —, banheiro, escritório e um sótão. Todos os cômodos eram amplos e decorados com sancas de gesso que realçavam o teto.

A porta dos fundos dava para um gramado à direita, enquanto à esquerda uma calçada larga conectava a casa à área da churrasqueira.

— Uma coisa que casa de brasileiro não pode faltar... Mal posso esperar para fazer aquele churrasco e comemorar essa conquista — disse meu pai, empolgado.

Uma (Boa) Amizade para Quem Precisa BrilharOnde histórias criam vida. Descubra agora