O Diário de Taehyung (Hiatus)

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Seul, 7 de março de 2011
Depois de tanto tempo, FINALMENTE vi o Jimin de novo. Você não tem ideia de como senti falta dele. Essas duas semanas se passaram como se fossem dois meses. Agora, na verdade, é muito pior ficar sem vê-lo. Consegui convencer ele a me dar o endereço dele. Na verdade, ele só me levou para a casa dele e disse que escreveria depois que chegasse em casa. Bem, ele não me entregou nada, mas não tem como eu garantir isso pra amanhã... Mas não foi tão mágico assim, como eu tinha imaginado.
Pelo contrário, só o começo foi muito mágico. Jimin ficava ainda mais bonito enquanto caminhava nesse clima. Ele parecia um anjo... Não que ele não parecesse sempre, mas ele estava parecendo muito mais! E quando chegamos lá, notei o quanto a casa dele era linda. Era tudo tão limpo, tão organizado. Me senti meio intimidado, porque não é algo que minha família poderia arcar. Mas Jimin nunca se gabou da condição financeira da família dele, então não foi muito difícil ficar lá. O quarto dele é muito mais simples do que a casa aparenta ser. Não tinha a personalidade dele lá nem nada. Me senti mais confortável ali porque era simples (e ainda sim é mais bonito que minha casa inteira). E foi a primeira vez que vi Jimin sem uniforme. Ele ficou de pijama e, acredite, ele estava adorável! Se pudesse, ficaria o dia inteiro apenas o observando. Poderia abraçá-lo eternamente!
Mas já tava bom demais pra ser verdade. Eu acabei convencendo ele a jogar Mario Kart comigo. Foi divertido, não vou negar. Me dava uma sensação muito boa ver Jimin tão animado com algo diferente. Ele pareceu se divertir tanto. Tive que ensiná-lo a jogar, como imaginei, mas ele pegou o jeito e ficou imerso tão rápido que queria perder de propósito para vê-lo feliz. Só que não foi tão duradouro assim.
Era para jogarmos apenas uma hora, mas acabou que jogamos um pouco mais de duas. E aí que deu tudo errado. O irmão e os pais dele chegaram. Foi um momento tão desconfortável pra mim, que só fiquei observando, não consigo imaginar o quanto foi para Jimin. Ele estava prestes a chorar. Eu já tinha pensado que a família dele era muito rígida, mas não tanto.
O pai dele brigou com ele tanto por estar jogando, quanto por estar de pijama enquanto eu estava de uniforme. E também brigou com ele por me acompanhar até a escola de pijama também. Jimin só aceitou. O irmão dele fez nada de errado... Foi só inocente. Ele parecia ser muito mais velho, mas deve ter uns oito ou nove anos. Ele perguntou se Jimin tinha amigos, depois de perguntar quem eu era.
A única que pareceu notar que tinha algo de errado era a mãe dele. Os sorrisos deles são muito parecidos. Ele é a cara da mãe dele. O irmão é a cara do pai. Enfim. Ela estava de cadeira de rodas, Jimin disse que ela sofreu um acidente e ainda não tinha se acostumado. Ela conseguiu fazer os dois pensarem em outra coisa. E deu uma piscadela pra Jimin quando estavam saindo. Acho que o pai dele não notou a pressão que Jimin estava sentindo. Se não fosse a mãe, tenho certeza que Jimin teria uma crise ali mesmo.
Fui embora depois disso. Ele disse que eu não tinha culpa, mas ainda me sinto culpado. Não queria ter causado todo esse problema logo na primeira vez que fui na casa dele... Tô com medo do que esperar pra amanhã. Talvez uma bronca? Um aviso de que não poderei mais ir na casa dele? Não sei. Mas quero abraçá-lo e protegê-lo o máximo que posso. Ele não merecia passar por isso. Sou tão idiota...

Acordei com uma sensação ruim. Ainda me sentia mal pelo que aconteceu ontem. Não queria ter causado uma situação tão desconfortável para Jimin. Não era a minha intenção, mas acabou acontecendo. Sei que vou ficar muito mais cuidadoso com isso agora.

Minha mãe me perguntou o porquê de eu estar menos animado hoje. Inventei uma desculpa qualquer. Não queria ter que voltar nesse assunto agora. Já sabia que voltaria a falar disso com Jimin assim que tivermos oportunidade, só queria evitar dor de cabeça por pensar muito nisso.

Caminhei desanimado até os armários. Todo o meu ânimo de ontem tinha ido embora. Coloquei a mochila de qualquer jeito no chão, abrindo o armário para trocar o material necessário. Achei um pequeno papel jogado que não lembrava de estar ali. Peguei-o e o virei, tinha nada escrito ao redor. Notei que estava dobrado, então o abri, sorrindo ao reconhecer a caligrafia de Jimin.