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Passei a mão no cabelo, me deitando na cama com as pernas para cima, cruzando meus pés. Olhei as páginas abertas por mais algum tempo, analisando-a bem antes de passar, franzindo o cenho ao notar várias interrogações naquelas páginas.


Seul, 20 de julho de 2010
É, bastante tempo, eu sei! Não estava conseguindo pensar em como começar a escrever, então só fui adiando! Mas agora acho que é um bom momento para escrever: é a última semana de aula antes das férias de verão! Depois de sexta, vamos voltar só na última semana de agosto! Definitivamente, eu vou precisar de um descanso. Sei que várias pessoas vão botar matérias em dia, mas não sei se eu consigo fazer isso também... Claro que quero, só que você sabe como sou preguiçoso nesse quesito.
Enfim! Não era exatamente disso que eu queria falar. É que eu não tô entendendo direito o que eu tô sentindo. É muito estranho, mas ao mesmo tempo não é. É em relação ao Jimin. Bem, depois daquilo, que escrevi na última vez, parece que nos aproximamos mais, fisicamente falando. Abraçá-lo virou parte da rotina, sabe. Nos abraçamos quando nos encontramos, quando vamos nos despedir entre as aulas, antes de ir embora. Mamãe até perguntou sobre ele, ela pareceu bem feliz de saber que eu tinha um amigo agora. É verdade, não comento muito da escola com ela. Mas voltando ao assunto. É algo tão comum na nossa amizade agora que eu já não consigo imaginar ficar sem abraçá-lo uma vez no dia (óbvio, tirando os fins de semana). Vejo problema nenhum com isso, pelo contrário, fico mais feliz sabendo que posso abraçá-lo. Mas acho que o que mais fazemos é ficar de mãos dadas, pelo menos na maior parte do tempo é o que fazemos.
Foi estranho no começo, não costumava ficar de mãos dadas com outras pessoas. Mas com Jimin é natural, parece certo. Nós ficamos de mãos dadas quando vamos mostrar alguma coisa um para o outro, quando queremos contar algo, principalmente quando eu quero ver alguma nota minha (faz diferença nenhuma, mas sinto que estar de mãos dadas com ele nessa hora vai fazer a nota ficar melhor) e, na maioria das vezes, tem motivo nenhum. Só damos as mãos enquanto estamos conversando, às vezes quando estamos em silêncio também. Não sei, só virou algo tão comum que já não consigo ficar sem segurar a mão dele. Algumas vezes, a mão dele está gelada por conta do ar-condicionado da sala, mas tento esquentá-la com as minhas.
E acho que o que mais gosto quando nossas mãos estão dadas é o fato da minha cobrir quase que totalmente a dele. Já mencionei isso antes, mas a mão dele é bem menor que a minha. Medimos nossos mindinhos, o dele é metade do meu. É fofo como, instintivamente, seguramos as mãos e quase não dá para ver as dele, porque as minhas tampam. Acho que deve ficar um pouco chato me ver falando tantas vezes algo que acho fofo nele, mas é muito difícil evitar!
Enfim... Onde que eu quero chegar com isso tudo? A questão é: isso tá me fazendo duvidar do que eu sinto. Não sei, agora que estamos mais próximos fisicamente, tá tudo mais estranho. Todos os dias acordo mais ansioso, e a ansiedade só acaba quando vejo ele. Quando estamos juntos, minhas mãos começam a suar e meu coração bate mais rápido. Não sei dizer o que pode ser... Mas pode ser admiração! Já disse que gosto dele, ele é uma pessoa legal, inteligente, engraçada (quando quer ser), fofa e ainda se preocupa muito com todo mundo. Admiro bastante ele, não posso negar! Às vezes, só faço as coisas porque ele me incentiva e tenho medo de decepcioná-lo. Sei lá, é tudo confuso.
Acredito que não tenha mais o que escrever por agora. Também não vou escrever aqui nas férias. Se tiver algo muito importante nessa semana, escrevo aqui também! Mas acho que não vai ter... Enfim! Até depois!


Pisquei forte algumas vezes, me sentando sobre minhas pernas, encarando as páginas com o cenho franzido. As interrogações faziam mais sentido agora. Esfreguei os lábios um no outro, relendo a anotação algumas vezes, com alguma sensação diferente e estranha. Não podia negar em como fomos nos aproximando perto das férias de verão e em como isso foi mexendo um pouco com nossas cabeças.

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