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— Você está atrasado 15 minutos.

— Desculpe, pai, disseram que teria uma reunião e...

— Não pedi para me explicar o porquê se atrasou, Jimin. Guarde suas coisas, por favor.

— Sim, senhor... — Abaixei o tom de voz, caminhando devagar até o meu quarto.

Tirei a mochila das minhas costas, encostando-a no pé da cama, levemente pensativo. Levei a mão até a minha gravata, a afrouxando antes de removê-la, calmamente tirando e dobrando meu uniforme. Hoje, em específico, estava mais distraído do que o usual, fazia tudo devagar, até as tarefas que já me acostumei e realizava rapidamente estavam incluídas nisso. Arrumei o meu cabelo e vesti um pijama, pegando o uniforme separado e me direcionando até a área de serviço, colocando-o no cesto de roupas sujas.

— Você sabe que não gosto de brigar com você — murmurou.

— Sei, pai.

— Mas você também sabe que hoje é o seu dia de ajudar sua mãe e que só saio quando você chega, entende o quanto é complicado se atrasar sendo médico?

— Sim, pai.

— Tente não se atrasar novamente, está bem?

— Sim, pai.

Ele andou em minha direção, se abaixando um pouco para me dar um abraço, do qual demorei para retribuir. Não foi um abraço longo, logo ele se afastou e depositou um beijo em minha cabeça. Mantive minha expressão neutra, sem qualquer mísera reação.

— Cuide da sua mãe, talvez eu chegue tarde hoje.

— Sim, papai... — Suspirei fundo.

Encarei-o enquanto ia até à porta, ficando alguns segundos parado, mesmo após ele sair. Ainda em silêncio, fui até o quarto da minha mãe, empurrando a porta. Ela estava deitada, com as mãos juntas em sua barriga, com um sorriso leve em seus lábios.

— Boa tarde, Ji — Seus olhos pareciam brilhar ao me ver, com um sorriso maior.

— Boa tarde, mamãe. — Me sentei na ponta da cama, um pouco encolhido nos ombros.

— Entende como seu pai é ocupado, não é? Não leve ele a mal...

— Não levei.

Ela assentiu com a cabeça, tirando a coberta de seu corpo e se sentando, olhando para mim. Levantei-me, pegando a prótese encostada na cômoda, tomando cuidado para encaixar em sua coxa, segurando suas mãos para que se apoiasse em mim para levantar.

— A prótese pode ficar mais perto da senhora, daí você pode colocar sozinha... — comentei.

— Está tudo bem, lentamente vou me acostumando com isso.

Concordei com a cabeça, colocando seu braço em cima do meu ombro, segurando o antebraço com uma mão e sua cintura com a outra, dando passos lentos e curtos para fora.

— Seu irmão está com um pouco de dificuldade em matemática. — murmurou. — Depois veja se consegue ter tempo para ajudá-lo...

— Verei. A senhora quer comer o quê?

— Não sinto fome agora, só quero ver um pouco de TV.

Levei-a até o sofá, ainda servindo de apoio até se sentar, pegando o controle que estava na mesa para deixá-lo perto dela.

— Obrigada, meu bem.

— Tenho que resolver algumas coisas do conselho, pode me chamar se precisar.

O Diário de Taehyung (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora