A porta da frente é aberta e o causador de tudo atravessa por ela.
-- Otto? -- Meu pai se assusta olhando em minha direção -- Como você esta?
-- Não graças a você, estou bem!
-- Meu filho, me perdoe -- O homem tenta se aproximar -- Eu me arrepender e fui atras de você, tentei tira-lo de lá
-- Onde ele estava pai? -- Nick pergunta com o cenho franzido -- Ele foi estudar fora, não foi?
-- Conta papai -- Digo com a voz amarga
-- Precisamos conversar a sós Otto, por favor me siga -- Uma mulher atravessa a porta e seu sorriso cresce em seu rosto
-- Otto, meu filho -- Ela se aproxima me analisando -- Você esta tão bonito
-- Preciso conversar com seu marido -- Recuo do seu abraço -- Eu já volto -- Digo a Nick e beijo sua cabeça
-- Promete que não vai embora?
-- Ninguém mais vai tirar você de mim! -- Encaro o homem que se diz meu pai -- Vamos
(...)
-- O que você quer comigo? -- Me sento em um cadeira a sua frente
-- Eu me arrependo -- Ele se senta -- Eu voltei para tirar você de lá, mas o Alex não quis deixar com que eu levasse você -- Ele encara a mesa
-- Senhor Owen Davis - Cruzo meus braços -- Você foi impedido por um simples homem -- Por que não insistiu?
-- Eu assinei um contrato que não podia ser quebrado, e pedir ao o Alex que não me deixasse te levar, se houvesse arrependimento -- Seus olhos lacrimejam
-- Então continua sendo sua culpa -- Olho nos seus olhos -- Você faz ideia das coisas que passei naquele lugar? Faz ideia do quanto eu sofri e -- Ele me corta
-- Sim. Eu faço ideia! -- Ele se levanta e fica em minha frente -- Eu sabia de tudo que iria te acontecer, me perdoe
-- Por que eu deveria perdoar um homem que foi o causador da minha dor?
-- Porque eu só queria proteger sua irmã
-- De mim?
-- Sim, de você
-- Eu não era um monstro para ela
-- Otto... O jeito que vocês se olhavam, a forma que vocês brincavam
-- Tá insinuando o que? -- Seguro o pulso do homem e aperto -- Éramos crianças, só crianças
-- Vocês não podem ficar juntos, volta para onde você estava -- Continuo apertando o pulso. -- É para o bem de vocês -- Ele geme com o aperto -- Tá machucando Otto
-- Nem tente me separar outra vez dela -- Aperto com mais força -- Está me ouvindo? Eu mato você se fizer isso
-- Vai matar seu próprio pai?
-- Eu matei várias pessoas e não me importaria de te matar -- Solto seu pulso, me levanto para sair da sala
-- Otto -- Olho de relance -- Não faça nada do que não queira se arrepender mais tarde -- Saio da sala
Minha cabeça estava explodindo com a conversa, caminho pela casa na esperança de achar a Nick, mas quem eu encontro é a minha mãe, tento recuar o caminho mas sou impedido.
-- Filho -- Ela se aproxima -- Arrumei um quarto para você, irá ficar?
-- Sim -- Não olho em seus olhos
-- Você está tão bonito -- Suas mãos passeiam no meu cabelo -- Sentir sua falta
-- Não posso dizer o mesmo, preciso ir -- Me recuo dela
-- Filho... Iremos fazer um jantar de boas vindas para você, apareça por favor
Me retiro sem da uma resposta e sigo ate o quarto da Nick, por incrível que pareça ainda era o mesmo de quando eu me lembrava. Bato na porta que estava entreaberta, Nick estava de joelhos rezando, ela não me ouve.
-- Obrigado senhor, por traze-lo de volta para mim. Por ter o meu irmãozinho por perto outra vez, eu sei que ele não teve culpa com a minha cegueira, e por mim ele foi mandado para bem longe. Senhor eu tenho uma pergunta... É errado gostar do irmão? Se bem que ele é meu irmão adotivo, mas continua sendo pecado? Como uma coisa tão errada pode parecer tão certa? -- Ela agradece e termina sua oração
-- Não deveria fazer esse tipo de reza com a porta aberta, Diabinha -- Me aproximo do seu rosto
-- Você ouviu tudo?
-- E com muita atenção -- Meu hálito sopra em seu rosto -- Pecado ou não, já estamos adulto o suficiente para dar aquele beijo
-- A gente não pode, lembro que o papai te mandou para longe porque nos beijamos
-- Éramos crianças, sem força, agilidade e poder... Porra, eu acabo com qualquer um que tentar nos separar outra vez -- Nick toca em meu rosto, suas mãos macias passeiam por ela
-- Você continua bonito -- Ela diz quase sussurrando
-- Como sabe disso? Posso ter mudado
-- Pode ficar em pé? -- Ela me pede
-- Como você quiser
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Libertado
FanfictionOtto foi mandado para o internato logo após ter quase matado sua irmã adotiva por acidente, deixando ela cega... Sua família o mandou como forma de castigo, mas o que eles não sabiam é que Otto voltaria para reencontrar seus pais... Traumatizado com...