Menina Veneno (concluído)

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— Eu não posso acreditar que você fez isso Otto de novo - minha mãe grita zangada

— Mãe eu não gosto de fazer direito eu não estou me adaptando - tento explicar

— O que gosta Otto? É a segunda faculdade que larga, primeiro educação física e agora a de direito ...

— Eu sei, eu vou fazer outra coisa - digo

— O que por exemplo? - minha mãe pergunta

— Não sei ainda...

— Você gosta de baladas, mulheres e bebida é disso que gosta Otto.

— Calma mãe eu não posso continuar fazendo algo que não gosto

— Estou farta ! - ela diz e se vai, a mulher ficou braba mesmo.

Minha mãe é professora e desde pequeno sempre me disse que eu deveria fazer algo que gosto e ser feliz, na adolescência me incentivou a escolher algum curso mas eu não gosto de nada, na verdade eu não gosto de estudar ficar preso nos livros, direito além de chato é muito difícil. Educação física pensei que fosse minha paixão, gosto muito de treinar mas estudar já é outros quinhentos não tenho saco para isso tudo.
Eu vou pensar em algo para fazer mas por agora não quero colocar os pés naquele campus tão cedo.

Mas tarde pego minha moto e vou para o clube lá encontro meu primo Derik.
— Nossa a tia deve ter ficado uma fera Otto - Derik diz

— Um pouco... mas depois ela se acostuma - digo enquanto bebo um copo de uísque

— Eu acho que você deveria dar um tempo em casa a tia vai te matar quando voltar para casa.

— vai nada ... - digo

Depois de várias rodadas de bebidas e mulheres, retorno para casa. Falta pouco para amanhecer subo para o quarto e me jogo na cama.

— levanta dessa cama - minha mãe diz e abre as persianas do quarto. A luz predomina dentro do quarto.

— Pra que isso mãe - tento dizer
Ela puxa o lençol que uso para tentar cobrir meus olhos da luz

— Vamos levante e faça sua mala.
Tento abrir os olhos

— mala para que ? - pergunto

— Seu voo sai daqui algumas horas, levante e arrume suas coisas agora - cruza os braços e diz firme

— Posso saber pelo menos para onde vou - levanto da cama

— passará um tempo com seu pai

— meu pai! Há não! eu não vou não - digo minha mãe está ficando louca, meu pai mora numa fazenda o que vou fazer naquele lugar

— Vai sim... vai ajudá-lo com a fazenda quem sabe assim você aprende a valorizar o que tem

— Mãe eu gosto de morar com a senhora - suplico

— Agora gosta Otto! Faço de tudo para lhe dar o melhor e a única coisa que peço em troca é que pelo menos estude e seja alguém no futuro e você só quer saber de festas, estou cansada. - desabafa

— A senhora não pode me mandar a força - digo

— Ou isso ou viverá sozinho sem minha ajuda.

— eu não posso acreditar minha própria mãe querendo se livrar de mim - digo

— Não seja dramático Goiás não é tão ruim assim, reflita sobre suas escolhas e depois retornará

— mas mãe .... - digo
— já chega faça logo suas malas - diz e se vai

Estou ferrado, eu gosto do meu pai não tenho nada contra ele mas morar com ele numa fazenda com insetos e bichos não faz a minha praia.
Não tem jeito faço as malas. Antes de sair para o aeroporto ligo pro meu primo.

"— Derik azedou pro meu lado vou ter que passar um tempo em Goiás - digo
— Goiás ? O que vai fazer lá ?
— passar um tempo com meu pai na fazenda, minha mãe está me castigando por que larguei a faculdade, vou fazer uma média e depois eu volto
— Boa sorte cara qualquer coisa mande notícias - Derik diz
— valeu cara - finalizo "