Subo para o quarto com as mãos na cabeça eu estraguei tudo, Gabriela não quer mais saber de mim, penso em descer e tentar me desculpar, concertar as coisas, mas olho pela janela do meu quarto e a sua janela está fechada as luzes estão apagadas, desisto.
Tiro as botas e as jogo longe me jogo na cama e tento dormir, amanhã será um novo dia e eu vou resolver esta situação, penso.Amanheci com uma tremenda dor de cabeça, passei a noite com pesadelos e para ajudar ressaca.
Desço para tomar um café preto forte, meu pai não está muito contente percebo pela sua cara.
— Bom dia - digo
— Bom dia - meu pai responde sem muito ânimo — Que bonito mais um hematoma no rosto...
— Pai por favor eu não quero mais brigas - digo
— Quem foi desta vez ?
— Um babaca aí ...
— Espero que pare por aqui Otto sua mãe e eu estamos decepcionados com suas atitudes - ele diz sério
— O senhor já contou para ela ?
— O que você acha - diz, eu bufo calado.
Marta entra com alguns pães, parece preocupada, ela olha para o meu olho pensa em dizer algo mas desisti.Vou para o pátio encontrar com Gabriela para começarmos as tarefas mas não a vejo, dou a volta pelo casarão e vou para a cozinha pelas portas dos fundos. Marta está só, lavando alguns pratos.
— Marta, onde está Gabriela ? - ela enjuga as mãos
— Gabriela pediu para te dar um recado - diz preocupada
— Sim pode dizer.
— Ela disse que a partir de hoje ela cuidará do galinheiro e do laranjal e o restante das tarefas ficará para você.
— Ela não me quer mais por perto é isso? - pergunto decepcionado
— Patrãozinho eu não sei o que houve entre vocês dois, mas é melhor assim, não machuque minha menina ela tem aquele jeito de valente e brava mas é minha menina tem sentimentos - sua mãe desabafa, sinto sua preocupação na fala.
— Tem razão Marta, me desculpe, diga a ela que eu sinto muito, eu farei o que ela quer - digo com a voz fraca.
Sinto um nó na garganta uma angústia.Já se passaram quinze dias vejo Gabriela cavalgar de relance ela não dirige mais a palavra a mim. Os dias estão chatos, rotineiros e longos sem ela, não ouço mais a sua risada, seu cheiro e muito menos seus beijos.
Ligo para minha mãe no final da tarde.
— Oi filho? Está tudo bem - minha mãe atende
— Oi mãe, eu quero voltar, já aprendi a lição - digo sem ânimo enquanto estou sentado na cama do meu quarto.
— Tem certeza, soube que anda entrando em brigas coisas que não fazia antes Otto, parece que está piorando - argumenta
Eu respiro fundo estou cheio de tantas cobranças e desligo o telefone, não costumo fazer isso com a minha mãe mas eu estou cheio disso tudo.
A noite cai está uma tempestade sem trégua lá fora. Amanhece e a chuva ainda insisti em cair.
Desço para tomar o café da manhã meu pai não está na mesa. Marta me serve.
— Bom dia Marta - digo
— Bom dia patrãozinho - diz sorrindo.
— Sabe onde meu pai está ?
— Há sim, o patrão saiu bem cedinho para a cidade, comprar insumos para a fazenda - diz
— Nesta chuva ?
— sim, eu até falei para ele ir outro dia está chovendo demais, mas sabe como o patrão é teimoso - Marta diz e volta para cozinha.
O final da tarde está chegando a chuva cai lá fora, estou preocupado meu pai não deu notícias e nem retornou ainda.
Marta também está agitada olha para o telefone de instantes em instantes.
— já chega eu vou atrás dele - me levanto e vou para varanda.
Marta corre logo atrás de mim.
— Onde vai nesta chuva ?
— vou atrás dele, não consigo esperar sem notícias - digo e corro pela chuva para ir ao estábulo buscar o cavalo.
O único carro está com meu pai então minha única esperança é lorde o meu cavalo.
Subo no cavalo para seguir viagem, Gabriela surge correndo na chuva.
— Eu vou com você ! - diz apressada
— Não Gabriela, fique com sua mãe - digo
— eu vou, conheço essas estradas com a palma da minha mão - diz sem hesitar, corre para dentro do estábulo e monta no trovão.
Marta está na varanda com a mão no peito preocupada.
— Tomem cuidado - grita
— Qualquer coisa eu ligo Marta - digo, ela confirma com a cabeça.Seguimos viagem de baixo da chuva atentos para qualquer coisa de diferente pela estrada, mas não vimos nada. Os cavalos são bons seguem viagem tranquilos mesmo debaixo de chuva.
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Menina Veneno (concluído)
RomanceOtto é um jovem playboy que desiste da faculdade pela segunda vez, deixando sua mãe furiosa, na tentativa de corrigir o jovem a mãe em um ato de desespero o manda passar um período com o seu pai, que vive totalmente o oposto deles em uma fazenda em...