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— Gabriela o patrão está te chamando, chegou visita para você. - Zé traz o recado encima de um dos cavalos
— Obrigada Zé, já estou indo - digo, Zé confirma e se vai.
Eu e o Otto já estávamos terminando o trabalho no galinheiro.
— visita? Quem será que é - digo para Otto
— Pode ir lá eu toco o gado - Otto diz.
Monto no trovão e vou para o casarão.
Um conversível está estacionado em frente a casa, desço do trovão e vou para os fundos para a cozinha.
— Filha, vá a sala chegou um rapaz atrás de você o patrão está conversando com ele. - minha mãe diz ansiosa
— Rapaz? Conversando sobre o que ?
— Vai lá filha - minha mãe pede
Deixo o chapéu na cozinha e vou para sala.
Meu patrão está de pé rindo o homem está de costas.
— Ela chegou - meu patrão diz sorrindo, o homem se vira, é Rafael da festa da Katy.
— Rafael ? O que faz aqui - digo surpresa.
— Oi Gabriela, tudo bem ? - pergunta
— Sim estou sim...
— Eu estava passando por aqui perto e resolvi dar uma passada - ele coça a cabeça parece sem graça — fiz mau? - pergunta
— Não magina - digo, eu estava sendo grossa e me conserto.
— Eu vou deixar vocês conversando melhor - meu patrão diz e sai da sala nos deixando a sós.
Fico desconcertada não estava esperando visita.
— Eu espero que eu não esteja atrapalhando. - Rafael diz
— Não magina, eu só não estava esperando - digo
— então... eu gostei muito de você, nos vimos na festa da Katy naquele fim de semana eu queria te ver de novo - confessa
— sério - digo surpresa
— Sim, eu queria te fazer um convite também
— convite ?
— Sim, queria te levar ao cinema, eu não sabia que trabalhava também nos fins de semana - ele diz
— Sim eu gosto de mexer com os bichos, cinema agora? eu estou tão desajeitada - digo enquanto me analiso
— poderíamos comer algo e depois pegar um cinema, para mim você está ótima, mas posso te esperar se arrumar - Rafael diz
— hum... não sei se é uma boa ideia...
— Há vamos lá, vai ser legal, prometo que te trago cedo para casa, eu prometi para seu patrão
— meu patrão, você disse a ele ! - digo surpresa
— sim ele é bem legal - sorri
— está bem eu já volto - digo e Rafael faz um gesto de vitória sorrio com a atitude.

Antes de ir em casa passo pela cozinha minha mãe pede que eu tome cuidado, tem medo que se aproveitem de mim, digo que sei me cuidar.

Visto calça jeans escura, blusa de alças e os cabelos soltos, nada de especial.
Vou para entrada do casarão encontrar com Rafael.
Está os três na varanda, Rafael, o patrão e Otto.
Otto não está muito feliz com a presença do Rafael.
Rafael me vê e sorri coloca os óculos escuros e abre a porta do carro. Meu patrão está em pé com as mãos no bolso.
— traga ela cedo rapaz - diz para Rafael
— pode deixar - Rafael faz gesto de tenência para o meu patrão.
Otto está encostado na mesma parede que fizemos besteira numa noite dessas, com os braços cruzados, ele observa calado.
Nossos olhos se cruzam e ele entra para dentro da casa.

Rafael é muito engraçado, diz coisas que me fazem rir até doer a barriga.
Vamos a um shopping na cidade vizinha e depois vamos assistir um filme.
Eu nunca havia ido ao cinema antes, ele fica surpreso.
Eu amei a experiência, o volume no início me incomodou um pouco, muito alto mas depois eu amei. Assistimos um filme de aventura, adoro filmes de aventura e ação, ele diz que são seus preferidos também.
Depois tomamos sorvete e rimos muito com os comentários dele sobre o filme.
No final da tarde ele me deixa em casa.
— eu amei a vossa companhia senhorita - ele brinca eu sorrio do seu humor
— eu também gostei do passeio, obrigada - digo e abro a porta do carro.
Ele segura meu braço.
— espera... - eu observo sua mão sobre meu braço — posso te levar para sair novamente, gostei muito ?
— hum... pode ser - digo
Ele solta meu braço e da um sorriso branco largo.
— boa noite Gabriela - ele pisca e eu saio do carro e aceno com a mão.
Rafael além de engraçado e de humor extraordinário ele também é bonito, alto, olhos castanhos, cabelos loiros e bem charmoso.

Vou para casa minha mãe ainda está no casarão deve está servindo o jantar, tomo um banho e me deito. Mais tarde ela chega e faz mil perguntas, o que fizemos, o que conversamos e o que eu achei dele.
— ele é bem legal mãe - digo
— hum... sinto cheiro de romance no ar - ela brinca.
— não mãe, eu gosto dele como amigo - digo
— uma hora filha você terá que dar a chance a alguém e espero que dê a chance a pessoa certa - ela diz e se vai.
Ficou uma dúvida no ar o que ela quis dizer com isso.

Estou no meu quarto dormindo, ouço algo bater na minha janela, sento na cama, o que será isso penso, " Gabriela " ouço cochichar, levanto de uma só vez e abro a janela, Otto está do lado de fora.

— Otto o que está fazendo - olho para os lados — ainda é madrugada - digo sem entender nada
— Gabriela venha cá - ele pede ainda cochichando
— está maluco, vá se deitar - digo, ele ameaça entrar no meu quarto com um salto eu não o deixo e pulo para fora.
— O que foi Otto o que quer uma hora dessas - digo baixo, zangada com os braços cruzados.
— Como foi o passeio? Gostou do Rafael? - ele pergunta em tom de deboche
— Está com ciúmes? - pergunto
Ele me puxa para mais perto e levanta meu corpo, faz com que minhas pernas entrelaça na sua cintura.
— Me diga Gabriela você o beijou? - pergunta
— Otto o que está fazendo ? - eu o encaro enquanto o seguro pelo pescoço.
— só quero saber Gabriela, ele te beija assim... -  Otto me beija um beijo necessitado eu retribuo, eu não consigo resistir, acaricio seus cabelos macios ele beija todo meu pescoço e me pressiona ainda no seu colo sobre a parede, consigo sentir seu membro rígido entre minhas pernas.
— Otto está tarde melhor irmos nos deitar - digo entre as carícias.
— deixa eu passar a noite com você gatinha - ele me encara e pede cheio de desejo
— não, não posso - digo
— eu quero te sentir, estou enlouquecendo de desejo, não consigo nem mais dormir direito - ele confessa
— Otto eu não posso - digo
— porquê sei que quer tanto quanto eu - ele diz enquanto cheira meu pescoço, sinto meu corpo estremecer, eu quero mas não posso.
— Eu sou virgem - digo bem baixinho, ele para o que está fazendo e me olha sem piscar.
— sério gatinha ? - pergunta parece bastante surpreso, fico envergonhada e tento descer do seu colo ele não deixa. — ei... calma... espera gatinha, eu te entendo não vou força-la a fazer nada - ele diz não consigo olhá-lo nos olhos ele segura meu rosto com uma de suas mãos e eu o encaro. Ele beija minha boca um beijo mais suave.
— Você é perfeita - diz com a voz rouca - meu coração fica descompassado.
Depois de alguns beijos nos despedimos e volto para o meu quarto.

Menina Veneno (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora