— isso! está melhorando - digo para Otto enquanto ordenha a vaca.
— Até que fim... - Dante diz
— Qual seu problema comigo! - Otto se levanta está irritado, Dante também se levanta e os dois se encaram.
Eu entro no meio dos dois para evitar possível confusão, eles são bem altos mas vão ter que passar por cima de mim.
— Calma rapazes - digo e afasto os dois com as mãos.
— Esse peão parece que não vai com a minha cara - Otto diz alto o bastante.
— Que bom que ficou nítido playboyzinho - Dante retruca, Otto fica furioso e vai para cima, eu tento segura-lo com as mãos e grito.
— Não Otto por favor!
— Eu vou quebrar a cara desse cara - ele diz
Dante sorri
— A minha ? Duvido, até uma moça consegue te segurar
— Que merda Dante - grito, Otto se desvia das minhas mãos e o atingi com um soco certeiro no rosto.
Dante devolve e os dois se atracam, eu saio correndo para fora gritando.
— Socorro ! Socorro!
Tinha alguns homens que estavam indo para colheita na estrada eles ouvem meus gritos e correm.
Os dois estão embolados pelo chão, os homens conseguem separa-los com dificuldade.
Levam Dante para um lado e Otto para o outro. Dante está com o olho machucado e Otto a boca.
— Vocês estão loucos ! - grito
— Ele que começou - Otto diz
— Chega ! - grito
Dante se solta e vai embora acelerado.
Otto está ofegante, agradeço os homens e eles voltam para a estrada.
— Deixa eu ver isso aí - digo, analiso o rosto dele, seguro e viro de um lado para o outro pelo visto foi só a boca.
— Aí... aí... devagar sua mão é pesada - ele diz
— Eu devia te dar uns tapas também, não deveria ter ligado para as provocações do Dante.
— há então você também percebeu que ele estava de provocação comigo.
— Não importa, vamos colocar um curativo nessa boca, seu pai vai ficar furioso ele detesta brigas. - Otto bufa.
Pego a caixinha de primeiro socorros, e limpo o canto da boca machucada e coloco um curativo.
— vamos para o casarão - digo
— não, temos que coletar os ovos e nem terminamos a ordenha das vacas - Otto diz fazendo careta ainda está sentindo dor.
— Não, seu pai precisa saber o que houve.
— A cada problema que eu der mais tempo ficarei por aqui...
Ele realmente não vê a hora de ir embora, não acho certo ele tentar esconder mas se ele não quer ir o que posso fazer.
— As notícias correm, uma hora ele vai saber - digo enquanto vou guardar a caixa de primeiros socorros.Finalizamos as tarefas da parte da manhã e retornamos para o casarão para o almoço,o patrão parece está nos esperando na varanda, sua cara não é das melhores.
— Pelo visto o patrão já sabe o que houve - digo enquanto Otto me acompanha com seu cavalo.
— Droga - ele diz baixo
— Quer que eu te acompanhe eu posso tentar explicar o que houve - digo
— Não precisa Gabriela, eu resolvo - ele diz sério, confirmo com a cabeça e vou para trás da casa com trovão enquanto Otto vai de encontro com seu pai.
Na cozinha minha mãe parece preocupada.
— sente-se filha eu já vou servir seu almoço.
— Obrigada mãe - tiro o chapéu da cabeça e me sento, bato os dedos na mesa pensativa, espero que o patrão não brigue feio com Otto.
Minha mãe me serve e me acompanha.
— Minha filha o que houve hoje mais cedo é só o que se comenta - minha mãe diz, eu sabia que essa notícia iria sair voando.
— Há mãe Dante, eu não sei ao certo, ele fez um comentário e Otto não gostou e tirou satisfação, Dante não baixou a guardar muito menos Otto e aí já viu no que deu - digo
— Nossa minha filha, Dante é tão tranquilo não dá para acreditar que entrou em briga e ainda mais com o filho do patrão.
— Mãe Dante estava estranho já faz alguns dias, parecia se incomodar com tudo que Otto fazia e Otto não é besta percebeu. - finalizo minha mãe parece pensar em algo.
— Zé me disse que ele estava morto de ciúmes de você com o filho do patrão. - falto cair para trás que besteira.
— Zé fala demais, eu e Dante nunca tivemos nada e que eu saiba ele está namorando uma moça daqui da redondezas e Otto por favor ele é meu patrão também - digo
— É minha filha eu não sei o que se passou com ele, chegou aqui nervoso falou alto com o patrão, o patrão se exaltou e o dispensou.
— nossa ele foi dispensado?
— Sim né minha filha, ele foi arrumar briga logo com quem...
Minha mãe finaliza e se levanta para servir os patrões. Quando retorna pergunto :
— Como estão mãe ?
— A cara deles dois não é das melhores, mas almoçam calados, por sorte Otto machucou só o canto da boca, agora Dante o olho estava bem feio - minha mãe diz
— caramba - digo
Depois do almoço pego o trovão e vou para a entrada do casarão, Otto costuma descansar na varanda depois do almoço mas ele não está, acho que ele não vai retornar hoje comigo.
Monto no trovão e saio galopando.
— Ei... me espere - ouço uma voz longe me chamar, olho para trás e Otto que chama montado também no lorde, eu reduzo e sorrio fico feliz de ver ele vindo me acompanhar.
— Eu pensei que não iria voltar mais por hoje - digo
— Até pensei... mas mudei de ideia ficar trancado no quarto não mudará nada - ele diz e sai cavalgando me deixando para traz.
— Ei me espera - digoTocamos o gado e agora estamos indo para o laranjal. Chegando lá alguns homens cochicham Zé chama atenção para que todos terminem o trabalho.
— Zé que história é essa que você anda dizendo ? Que Dante estava morto de ciúmes de mim - tiro satisfação, Otto fica surpreso.
— A verdade, ele estava sim morrendo de ciúmes e ninguém me disse eu vi - Zé tem a audácia de dizer
— Cuidado com essa língua, você fala demais, eu e Dante nunca tivemos nada e ele namora uma moça da redondeza - digo firme
— Calma Gabriela, vamos encerrar esse assunto, Zé por favor não comente sobre isso a mais ninguém - Otto tenta acalmar as coisas.
— Sim patrão - Zé diz e coça a cabeça.
Eu ainda continuo nervosa.
— Vamos sair daqui, você precisa esfriar a cabeça quer dizer nós dois - Otto sugere
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Menina Veneno (concluído)
RomanceOtto é um jovem playboy que desiste da faculdade pela segunda vez, deixando sua mãe furiosa, na tentativa de corrigir o jovem a mãe em um ato de desespero o manda passar um período com o seu pai, que vive totalmente o oposto deles em uma fazenda em...