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Estávamos almoçando e o telefone toca, Marta sai em prontidão para entender, ela retorna para ir a cozinha apressada
— Quem é Marta ? - meu pai pergunta
— O rapaz Rafael patrão é para Gabriela - diz apressada e vai a cozinha.
Esse cara de novo, apoio meu queixo com as mãos e observo Gabriela passar apressada.
Não demora muito e ela volta a passar pela sala de estar onde estávamos almoçando.
— O que ele queria ? - pergunto, Gabriela para e se vira para nós meu pai parece só observar.
— Ele me convidou para sairmos hoje a noite - diz
— Sair novamente, vocês saíram ontem - digo indignado, Gabriela faz um som com a garganta.
— Pode ir Gabriela depois converso melhor com o rapaz - meu pai diz e Gabriela volta para cozinha.
— O que foi isso meu filho ? - meu pai pergunta
— Só acho que esse tal de Rafael está rápido demais - digo ainda nervoso
— É só isso mesmo ?
— É claro pai - me levanto deixando a comida no prato.
— Não vai terminar de almoçar?
— Vou descansar no meu quarto, minha cabeça está doendo - digo e subo as escadas.
Passo a tarde toda no quarto me remoendo por dentro, imaginando mil coisas que aquele cara deve fazer com Gabriela e só de imaginar que ele possa tocar nos seus lábios ou pior no seu corpo sinto a raiva me consumir.
Tomo uma ducha e me arrumo, preciso sair daqui ou vou enlouquecer.
Pego as chaves do carro e vou para a cidade, entro no bar que Katy havia indicado na outra vez.
Está bem movimentado, sento no canto e peço algumas cervejas enquanto ouço a música tocar e as pessoas dançarem e se divertirem.
Katy chega com alguns amigos.
— Otto você aqui que surpresa- diz, eu me levanto e a cumprimento com um beijo no rosto e o restante dos seus amigos com um olá, eles juntam as mesas e ficamos ali jogando papo furado e bebendo rodadas de uísque e cervejas.
Um dos caras que estava na mesa faz um comentário.
— Olha só quem acabou de chegar, parece que Rafael gostou mesmo da gata selvagem - eu procuro com o olhar de quem ele se refere, e vejo Gabriela e Rafael juntos sentados no balcão do bar.
— Por que gata selvagem? - pergunto, Katy em prontidão diz
— Pessoal não fiquem fazendo comentários desnecessários, Otto é amigo da Gabriela - sua voz sai preocupada.
— Agora eu quero saber? Pode dizer ? - insisto
O rapaz parece pensar um pouco e logo diz
— Não é nada demais cara, é só que ela é brava, dava cada surra nos moleques na escola.
Todos caem na gargalhada até eu.
Katy e os amigos estão conversando alegres eu só consigo beber e observar Gabriela e o tal do Rafael do outro lado, ela não me viu está distraída rindo à toa para ele.
Vejo quando ele coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, Gabriela abaixa a cabeça e ele a segura, sinto meu corpo queimar.
Levanto de uma só vez, as coisas rodam um pouco, acho que bebi um pouco demais.
— Onde vai cara - um dos rapazes na mesa pergunta, eu não respondo estou cego só consigo ver os dois a poucos metros de mim.
Vou em direção deles, Rafael me vê e fica surpreso, Gabriela se vira.
— Otto o que está fazendo aqui? - pergunta assustada
Eu seguro seu braço e a puxo.
— Vamos Gabriela para casa - digo firme enquanto tento tirá-la do bar.
Ela puxa seu braço de mim.
— Ei cara pode deixar que eu a levo para casa - Rafael diz agora de pé enquanto me encara.
— Eu não estou falando com você babaca - digo em alto tom, as pessoas no bar se aproximam.
Rafael agora é quem segura o braço da Gabriela eu observo e meu sangue ferve.
— Solte ela - digo
— Parem com isso - Gabriela grita
— E se eu não soltar ? - Rafael me desafia, não dá outro dou um murro no seu olho que cai.
Gabriela grita sem parar, Rafael levanta e me acerta também no olho, eu o jogo encima do balcão, Rafael se levanta para me socar novamente mas é impedido, as pessoas no bar nos segura.
Gabriela me puxa pelo braço para fora.
— Que merda Otto, cadê a chave do carro - grita irritada
Eu tiro do bolso e a entrego enquanto seguro o olho sentindo dor.
Ela sai andando logo a minha frente com passos rápidos está irritada, eu entro na caminhonete no banco do passageiro, ela é quem dirige.
— Você estava bem soltinha com aquele babaca né Gabriela - digo enquanto ela dirige.
— Cala boca Otto - Grita — eu preciso chegar com esse carro inteiro em casa.
Eu me encolho nunca vi Gabriela tão nervosa como está agora.

Chegando no casarão ela desce da caminhonete e bate a porta com tanta força eu desço e seguro seu braço.
— Me solte Otto, você passou dos limites - diz alto
— Ele iria te beijar e você o deixaria né Gabriela - falo exaltado
— Você está bêbado falando coisas com coisas - diz
— Eu bebi Gabriela mas sei o que eu vi - digo indignado
— Já chega Otto eu não quero mais isso para mim, você está passando dos limites, chega - Gabriela está com tanta raiva que começa a chorar. Eu tento abraçá-la ela me dá socos no peito para que eu a solto.
Meu pai aparece na porta da entrada.
— O que está acontecendo - pergunta, Gabriela sai correndo.
— Nada pai, nada - digo e me aproximo para entrar para dentro
— Você entrou em briga de novo Otto - meu pai diz zangado
Eu subo para o quarto e ouço reclamar.
— Quando penso que está tomando jeito você se mete em brigas!

Menina Veneno (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora