18

595 35 0
                                    

— Acorda gatinha - digo para a mulher mais linda que já tive nos meus braços. Ela resmunga e abre os olhos.
— Já amanheceu - diz tentando abrir os olhos, eu sorrio
— Sim já amanheceu - digo e lhe dou um selinho.
Alguém bate na porta Gabriela da um pulo e corre para o banheiro.
— Calma gatinha - tento dizer.
Visto a calça jeans e atendo.
A moça da recepção quem bate, ela parece ficar nervosa quando me vê
— Me... desculpe... é que seu pai os aguarda na recepção...
— Obrigado, já estamos de saída - digo ela sorri e se vai pelo corredor.
Fecho a porta. Gabriela coloca a cabeça para fora do banheiro.
— Quem era ?
— Meu pai está nos esperando - digo
Ela volta para o banheiro e eu termino de me vestir.

Voltamos a fazenda meu pai na caminhonete a frente, eu e Gabriela galopando nos cavalos, ela galopa mais devagar do que de costume, acho que está dolorida por ontem, mas que noite, não consigo olhar para ela e não imaginar o quanto é gostosa.

Voltamos a fazer as tarefas juntos, roubo alguns beijos dela e tiro casquinha dela vire e mexe, ela fica louca morrendo de medo que alguém nos veja, a essa altura não estou me importando com isso nenhum pouco.

— Gabriela eu vou te assumir, quero ficar com você - digo para ela enquanto tocamos o gado.
— O que ? Está falando sério - ela para trovão e me olha surpresa
— Nunca falei tão sério - digo
— E São Paulo, sua mãe ?
— Eu vou ficar aqui com você, esquece São Paulo não tem nada de interessante por lá, somente a minha mãe, mas foi ela mesmo que me disse que eu tinha que tomar um rumo - digo
Gabriela desce do cavalo eu também desço ela me abraça forte eu a levanto do chão, amo muito minha pequena.
— Eu te amo - ela diz enquanto distribui vários beijos no meu rosto.
— Eu também gatinha te amo muito - digo sorrindo. Ela para de me beijar e pensa antes de falar.
— Só tem um probleminha- ela diz e faz sinal de pinça com os dedos
— Qual?
— Rafael vai me pedir em namoro - eu a solto
— como é que é? Quando isso - falo alto
— Calma Otto se começar a ficar assim não direi mais nada - Gabriela diz brava.
— Está bem eu vou me acalmar- digo sem ânimo.
— eu vou ligar para ele e vou marcar um passeio e vou conversar com ele, e dizer que gosto de outra pessoa - ela diz confiante.
— Hum... termina por telefone mesmo - digo
— Credo Otto isso não se faz, vou falar com ele pessoalmente e você para com esse ciúmes bobo - ela diz
— tudo bem ... - me dou por convencido.

O fim de semana chega hoje Gabriela vai dispensar aquele babaca, subo para meu quarto não quero vê-la saindo com ele, o que os olhos não veem o coração não sente.
Uma ova, olho para o relógio e Gabriela está demorando.
Pego as chaves da caminhonete e vou para cidade procurá-la, dou algumas voltas pela praça, sorveteria e lanchonetes nada dos dois. Entro no bar, alguns me olham torto por conta da briga naquela noite, pouco me importo.
Peço uma cerveja e beberico.
— Você conseguiu - Rafael diz e se senta ao meu lado no balcão do bar.
— Ela já falou com você? - pergunto
— Sim, mas nem precisava, só um cego para não ver que vocês se gostavam - seu sorriso sai fraco.
— Me desculpe pela surra daquela noite - peço, ele bate no meu ombro.
— Tudo bem cara eu apanhei mas também bati - dou um gole na cerveja
— Só não te bati mais porque te seguraram - digo ele sorri.
— E onde está ela ? - pergunto
— Ela disse que iria embora ...
— Sozinha ? - me levanto
— acho que sim - ele diz.
Jogo a nota encima do balcão e corro, que idiota deixou Gabriela voltar sozinha a noite para casa.

Pego a caminhonete dou algumas voltas pela cidade e não a vejo resolvo pegar a estrada, ando devagar na tentativa de encontrá-la no meio do caminho, depois de algum tempo vejo um carro suspeito parado no acostamento sinto meu coração parar. Paro a caminhonete logo atrás do carro, as portas estão abertas, não tem ninguém dentro do carro minha intuição grita por dentro Gabriela. Coloco as mãos na cabeça e entro no canavial desesperado.
Grito pelo seu nome andando olhando de um lado para o outro, está de noite não está fácil de enxergar.
" Otto" escuto uma voz abafada me chamar, corro desesperado, um miserável está encima dela tentando calar sua boca.
Eu puxo o miserável e o jogo longe Gabriela está com a blusa rasgada e o rosto machucado, chora descontrolada.
Pulo no sujeito reconheço o desgraçado é Dante, miserável.
Murro sua cara sem dó quero matá-lo no soco, ele parece ficar desacordado, me levanto e levanto Gabriela do chão.
Ela me abraça chora de soluçar.
— Calma meu amor estou aqui - digo — Ele fez alguma coisa com você- pergunto preocupado
— Não deu tempo, mas ele iria fazer - diz seu corpo treme.
Escuto um disparo, aí que dor, Gabriela grita, coloco a mão no ombro minha mão fica ensangüentada, eu levei um tiro.
Me ajoelho no chão, que dor desgraçada, escuto o miserável correr.
— Otto ! Você levou um tiro - Gabriela grita entre o choro.
— Acho que sim - digo me contorcendo de dor
— vamos levante, vamos para o hospital.
Consigo ficar de pé Gabriela me guia para fora do canavial e me coloca dentro do carro.
Percorre o caminho chorando eu só consigo gemer de dor.
As coisas começam a ficar calmas, minha visão escurece.
— Otto por favor abra os olhos - escuto a voz dela longe.

Menina Veneno (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora