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Pegamos a caminhonete para voltarmos para casa.
— Gostou do passeio? - pergunto, Gabriela sorri
— É... foi legal - confessa
Ligo o rádio, a maioria das músicas são sertanejas.
Algumas vezes tento disfarçar mas não consigo parar de admira-la, estou precisando descarregar estou parecendo um pervertido credo.
— O que foi ? -ela pergunta em bom tom e me encara
— Nada, eu só estou te achando bonita
— Otto, você é meu patrão, não deveria falar essas coisas - ela me diz.
— Seu patrão? Não, meu pai sim eu não - digo
— Então se não é meu patrão o que é?
— hum... seu amigo de férias - brinco, ela solta um sorriso de canto
— Deveria sorrir mais seu sorriso é muito bonito - digo, ela coloca as duas mãos no rosto e começa a gargalhar
— Otto pare estou ficando vermelha.
— O que tem de errado só estou dizendo a verdade - digo, ela me olha e disfarça
— sei...
Eu paro a caminhonete no meio da estrada de terra ela se assusta e olha ao redor.
— Por que paramos - diz confusa
— olha para mim - peço, ela obedece sem entender me aproximo.
— Você é uma mulher linda - eu a analiso por inteira com o olhar — Olha só pra você é a maior gata - digo, ela volta a cair na gargalhada
— gata? É a primeira vez que me chamam de gata - diz entre risos
— melhor dizendo, uma gatinha por que é pequena - pisco para ela.
Gabriela fixa seus olhos esverdeados ao meu em um gesto rápido pula no meu colo.
— Gatinha é? - diz baixinho
Eu a beijo, que delícia não sabia que estava tão necessitado do beijo dela até ela me beijar.
Seguro sua nuca com uma das minhas mãos e a outra aperto sua cintura, sinto meu membro rígido debaixo dela, as nossas respirações estão aceleradas, geme na minha boca, ela dá um pulo e volta a se sentar no banco do passageiro.
— O que foi - digo cheio de desejo
— Tem um carro se aproximando, vamos embora - diz ofegante
Olho pelo retrovisor ela tem razão, ligo o carro e dou partida.
Que mulher é essa, e meu amigo de baixo que não se comporta mais.
— Nossa gostei muito - digo
— foi por impulso, não deveríamos - ela diz, fico decepcionado
— Qual o problema ?
— melhor não, vamos fingir que nada aconteceu - pede
— Fingir que não aconteceu, tá de brincadeira, agora eu quero mais ... - digo
Chegamos e estaciono a caminhonete
— É sério Otto, foi um erro dos grandes - diz e abre a porta eu seguro seu braço.
— Só mais um beijinho - peço e faço biquinho ela segura o riso
— eu tô falando sério - ela se solta e desce da caminhonete.

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Entro em casa minha mãe estava a minha espera enquanto assiste.
— Cheguei mamãe - digo e beijo sua cabeça enquanto está sentada
— Como foi o passeio?
— legal ... eu vou me deitar amanhã levanto cedo
— Está bem, eu também já vou me deitar.

Me jogo na cama e agarro meu travesseiro, me sinto uma menina levada pelo o que fiz mas gosto da sensação. Otto me defendeu colocou aquela Katy e os amigos dela no lugar. Agora preciso mantê-lo distante não quero que isso se estenda ninguém pode saber o que houve.

Visto meu chapéu e vou para o casarão, tomo meu café, me sinto diferente dos outros dias, ansiosa para vê-lo e envergonhada.
Depois do café vou para o pátio esperá-lo, ele já está lá trovão e lorde lado a lado, ele já foi buscar os cavalos, ele me vê e sorri, caramba estou ferrada.

— bom dia, que surpresa já foi buscar os cavalos - digo e aliso a cabeça do trovão
— bom dia... sim já adiantei essa parte.
— vamos ? - sugiro
— Espere, vamos comigo no armazém preciso buscar uma coisa
— O que ? - pergunto
— Vamos é rápido - diz e caminha a minha frente
Chegamos ele parece procurar algo eu tento ajudá-lo
— O que seria? Eu te ajudo - digo
Ele me encara e solta um sorriso de canto, me puxa pela cintura.
— o que está fazendo seu louco - digo baixo em tom de desespero
— Pegando meu beijo que você me negou ontem a noite - ele aproxima o rosto para me beijar
— Alguém pode ver a gente
— Ninguém vai ver a gente é só um beijo gatinha - sua voz sai rouca não resisto e o beijo.
Entrelaço meus braços no seu pescoço ele me puxa pela cintura, que beijo e cheiro gostoso ele tem, sinto sua mão deslizar desfaço o beijo.
— Chega temos que ir - digo e saio correndo ele tenta me alcançar mas não consegue.

Na ordenha das vacas foi contratado um novo peão no lugar de Dante o nome dele é César um pouco mais velho que Dante. César é bem extrovertido.
— Tem quanto tempo que está aprendendo a ordenhar? - César pergunta para Otto
— Umas duas semanas - Otto diz enquanto enche a tina de leite
— Leva jeito, meu filho até hoje não aprendeu - sorrimos
— Tive uma boa professora - Otto diz e olha para mim, vejo malícia no seu olhar e me afasto fico envergonhada.
César e Otto carregam os reservatórios de leite para a caminhonete que vai para cidade eu certifico se está tudo organizado.
César se despede e vai para o estábulo enquanto vamos para o galinheiro.
Chegando lá alimentamos as galinhas, pegamos os ovos e separamos para consumo e venda, Otto já aprendeu bem as tarefas faz grande parte das coisas sem precisar me consultar.
Vamos para o casarão almoçar e vejo um carro diferente estacionado em frente a casa.
— Temos visita - digo
— Visita? Quem será ? - Otto pergunta, assim que fecha a boca seu pai e Katy aparecem na varanda, o patrão está animado e Katy acena.
Otto me observa fico séria e calada, o que aquela insuportável veio fazer aqui.
Descemos dos cavalos e Otto vai cumprimentá-la eu finjo não ver enquanto amarro trovão.
— Gabriela venha cá - ela diz, milagre falou meu nome certo, penso, respiro fundo e me aproximo
— Darei minha festa de aniversário este fim de semana está convidada - diz animada e me entrega o convite eu pego e analiso.
— Obrigada- digo sem ânimo e saio
O patrão pede que ela entre e almoce com eles.

Menina Veneno (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora