charlie.

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Um dos primeiros indícios de que o dia não estaria nem um pouco favorável para Cellbit era o clima.

Estava chovendo e ventando forte.

Não se engane, Cellbit amava chuva e vento, era o seu clima favorito. O que meio que o contrariava, afinal, ele era um híbrido de gato.

Mas de qualquer forma, no entanto, naquele momento, ele estava odiando aquele clima mais do que tudo.

Primeiro, acordou sonolento com um barulho insuportável de Bip Bip vindo de seu celular no cômodo da cama. Tateou o lugar até achar o celular, levando em direção ao rosto e vendo no identificador de chamadas "piranha".

— Acordei com você me ligando. Tá chovendo. Eu tô de folga. Eu espero que você esteja entendendo a gravidade da situação — resmungou sonolento ao atender.

— Escuta, Cellbo — a voz de Forever era séria, o que automaticamente fez Cellbit se levantar e sentar na cama. — Eu e a Baghera estávamos lendo as informações que recebemos do Cucurucho sobre a operação e descobri algo.

— O que é? — se levantou da cama, indo em direção ao banheiro.

— Além do Vegetta e Foolish, tem outra pessoa que estará presente e que é bem próxima do Vegetta. Ele também está bem envolvido com a operação da produção de drogas e com os planos de corrupção. — suspirou trêmulo antes de continuar — Cellbo, essa pessoa... é o Charlie.

Forever continuou falando, no entanto, a partir daí Cellbit apenas escutou um chiado. Um chiado insuportável que a cada segundo só ficava mais alto.

Cellbit deixou o celular cair no chão.

Sentiu seu estômago embrulhar e caiu de joelhos em frente ao vaso, e vomitou tudo o que havia comido na noite anterior.

***

Bip. Bip. Bip. Bip.

Aquele barulho estava começando a se tornar insuportável. Mas Cellbit não ligava.

Ele mal tinha forças para mover seus olhos do ponto fixo que encarava.

Quem estava ligando para ele?

Forever estava chegando, ele sabia. E talvez, Felps também estivesse junto. Ambos o conheciam melhor do que ninguém, e sabiam que Cellbit precisava deles ali.

O celular parou de tocar.

Um minuto.

Dois.

O barulho de chaves e uma porta sendo aberta foi o único barulho presente ali.

Logo, Cellbit sentiu o colchão da sua cama onde se encontrava sentado afundar. Duas pessoas se sentaram ali com ele.

Forever e Felps.

Dois pares de braços envolveram seu corpo, fazendo Cellbit finalmente tirar de si tudo o que ele estava guardando nos últimos minutos.

Ele chorou e soluçou por um bom tempo, envolvido no abraço aconchegante de Felps enquanto Forever acariciava seu cabelo.

— Você sabe, a gente pode falar com Cucurucho e ele vai entender — Forever falou baixinho, não querendo assustar o mais novo. O que era uma mentira, Cucurucho não entenderia. Mas por Cellbit, eles fariam qualquer coisa.

— Não. — soluçou — Eu não posso deixar ele me afetar, não de novo. Já se passaram cinco anos, eu consigo.

Sua voz era fraca. Fazia tempo desde a última vez em que Cellbit havia desmoronado daquela forma na frente de seus amigos.

behind the lies - guapoduo Onde histórias criam vida. Descubra agora