segredos.

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— Depois da morte de Jv, nós não fazemos ideia do que pôde ter acontecido. — Mike concluiu, olhando preocupado para Cellbit.

O loiro estava calado enquanto ouvia tudo, e as vezes repousava sua testa em sua mão, como se sentisse uma forte dor ali.

— Eu me lembrei. — Cellbit disse depois de um bom tempo calado, engolindo em seco. Seu olhar estava fixo em seu prato com muitas batatas fritas ainda intocadas. Sua respiração era pesada, seus pulmões doíam com cada vez que ele inalava ar para dentro.

Seu coração doía também. No entanto, por motivos completamente diferentes.

— O que aconteceu depois que você matou o Jv? — Pac perguntou sério.

Cellbit respirou fundo.

— Eu desmaiei. E então, o Cucurucho me levou para a sala dele e tentou me convencer a trabalhar para ele. E eu aceitei, pensando em um plano para traí-lo um tempo depois. Embora ele tenha sido esperto o suficiente para injetar algo em mim e de alguma forma me manipular e mudar as minhas memórias. — ele falava confuso, sem entender o que Cucurucho poderia ter feito consigo.

Pac e Mike se entreolharam.

— Mas… Como vocês sabem sobre o que aconteceu dentro da solitária, naquele dia? — Cellbit instintivamente se encolheu, arrepiando com as lembranças recém chegadas daquele dia.

— Felps esteve de olho em você o tempo todo, Cellbo. Ele colocou uma escuta no Cucurucho no dia em que ele resolveu te colocar na solitária por dias. — Mike suspirou. — Felps nunca traiu a gente. Cucurucho o ameaçou de morte, por isso ele queria trocá-lo de bloco. E no final, aquele teatro todo foi só para o Cucurucho conseguir arrancar algo de você, porque o Mike nunca mudou realmente de bloco depois.

— Ele escutou… tudo? — Cellbit perguntou fraco, enquanto dirigia seu olhar diretamente para Pac e Mike. Ambos os amigos ficaram chocados com a visão que tiveram. Em todos os anos que conheciam o híbrido, ele nunca pareceu tão aterrorizado.

— Sim. — Pac falou com receio, vendo a forma com que os olhos de Cellbit estavam agitados, implorando por uma resposta que o agradasse.

E não agradou.

Cellbit respirou fundo várias vezes, tentando controlar sua respiração e fazê-la voltar ao normal. Felps escutou tudo. Escutou seus gritos de agonia. De dor. De desespero. Escutou Cellbit implorando para Cucurucho parar com aquilo.

— Depois ele contou para a gente tudo o que havia acontecido. O que eu não entendo é: Por que o Felps nunca te contou a verdade? — Mike perguntou, confuso. — No entanto, tenho quase certeza de que aconteceu a mesma coisa que aconteceu com você com ele.

Cellbit escutava, mas não prestava atenção. O único som presente era o constante barulho de seu coração bombeando sangue de forma acelerada. Cellbit se sentia em perigo, como se a qualquer momento, Cucurucho pudesse aparecer ali e arrancar tudo de si novamente.

O híbrido rapidamente se levantou da mesa, sem dar qualquer explicação para Pac e Mike, e andou até a porta rapidamente. Ele sentia o pânico inundar seus sentidos, e tudo o que ele queria fazer era correr.

Enquanto andava rapidamente sem saber em qual direção, se esbarrou com alguém.

— Ay, gatinho! — Roier exclamou animado, mas logo murchando após perceber o estado do brasileiro. — Cellbo, você tá bem?

Cellbit fechou os olhos enquanto uma lágrima escorria, tentando se estabilizar.

— Me leva para casa, por favor. — sussurrou fracamente. — Para nossa casa, onde eu sei que nada vai conseguir nos machucar. Por favor, Guapito.

behind the lies - guapoduo Onde histórias criam vida. Descubra agora