gatinho bebinho.

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Roier entrou em sua casa, suspirando de cansaço. O último dia havia sido extremamente cansativo, primeiro o casamento, depois o incidente de Quackity, e então o caos que ficara na agência.

E para piorar, ele não havia visto Cellbit desde que o loiro havia entrado na sala de Cucurucho.

Seus sentidos gritavam para si que aquilo não era bom, nem um pouco.

Ao acender a luzes, não notou nada dê errado até entrar na cozinha. Diversas garrafas de álcool residiam em cima da pia e da mesa. Algumas vazias, já outras, pela metade.

Alguém esteve na sua casa. Ou estava?

Caminhou em passos lentos até o quarto de hóspedes, rezando para todos os deuses que existissem para que Cellbit estivesse lá, bem. Ficou de frente para a porta branca, tentando ouvir qualquer som. Sem sucesso, chegou a conclusão de que talvez o loiro estivesse dormindo. Ou talvez ele realmente não estaria ali.

Abriu a porta lentamente, com medo do que poderia ver dentro do lugar.

Cellbit se encontrava sentado no chão, com suas costas contra a cama. Seus olhos encaravam fixamente a paisagem por trás da janela à sua frente, completamente alheios à chegada de Roier. Em suas mãos havia uma garrafa, quase cheia.

Roier suspirou, e andou calmamente até o loiro. Se sentou ao seu lado e tirou a garrafa de sua mão, enquanto o híbrido apenas o encarava, com um olhar perdido. Um olhar morto, sem vida.

— Cellbo, o que aconteceu? — perguntou baixinho, pegando na mão do loiro.

Cellbit riu de forma dolorosa.

— Eu me lembrei. — ao ver que o mexicano estava confuso, sem entender do que se tratava, levou suas mãos até a bainha de sua camisa, logo a retirando.

Roier olhou atentadamente aos movimentos do mais velho, ainda sem entender.

— Eu me lembrei, Guapito. — riu tristemente, virando as costas para o outro, mostrando as gigantes e agressivas cicatrizes presentes em suas costas, algumas que iam de encontro até seu peito. — Eu me lembrei o porquê tenho essas cicatrizes.

Imediatamente Roier arregalou os olhos. Cellbit havia voltado da sala de Cucurucho e de repente havia se lembrado de como havia ganhado aquela cicatriz?

Aquela não era uma coincidência grande demais?

— Aquele dia, o dia da punição… — ele começou, olhando para o chão. Sua voz tremia, com medo da resposta de Cellbit.

— Acho que para a ilha ser perfeita, realmente precisamos seguir as regras, certo? Caso contrário.. — suspirou, abraçando a si mesmo, enquanto continuava a encarar a janela aberta de seu quarto. O vento era forte e frio, entrando dentro do lugar. A lua brilhava como nunca, as estrelas junto a ela.

— Eu não acredito. — Roier se levantou, fervendo de raiva. — Aquele urso, ele não espera pelo o que está por vir.

Roier estava com tanta raiva que poderia facilmente tentar assassinar Cucurucho naquele momento. Ele sabia dos rumores dele em relação a Cellbit, mas ele também sabia a verdade.

A única coisa na qual ele não sabia era que Cucurucho era sádico o suficiente para torturar o brasileiro por um mínimo erro.

Ele certamente mataria aquele homem fantasiado.

Cellbit agarrou desesperadamente sua mão, o encarando.

— Deixa isso de lado, só por hoje. Por favor. — falou baixo, com sua voz rouca e fraca. — Eu preciso de você, Guapito.

behind the lies - guapoduo Onde histórias criam vida. Descubra agora