behind the lies - guapoduo

o dia da solitária.

tw - menção de tortura e possível estupro.

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— Você é louco, Cellbit. — Pac sussurou ainda surpreso, enquanto observava o amigo rir escandalosamente.

Mike apenas continuava a traçar o esboço de possível fuga que planejava, não prestando sua total atenção no que os dois homens conversavam ao seu lado.

— Foi só uma peça! — limpou as lágrimas que escorriam de seus olhos. — Tenho certeza de que quando ele chegar no escritório dele vai adorar ver o que eu deixei lá de lembrança.

Pac suspirou.

— Contanto que não sobre para eu e o Mike, assistirei tudo de longe rindo também.

Cellbit enfim se recuperou de suas gargalhadas e pegou seu livro de enigmas que tanto gostava e se sentou na sua cama com ele em mãos, abrindo-o.

— Claro que não, Pac. Ele sabe bem que a única pessoa que tem coragem de bater de frente com ele mesmo sou eu. — falou. — O Cucurucho parece gostar muito de mim para levar essas coisas a sério mesmo, sabe? — deu de ombros. Afinal, não era mentira, ele e Cucurucho tinham uma relação no mínimo engraçada.

Cucurucho o tratava como seu favorito, e Cellbit pregava peças – desagradáveis na visão de qualquer um, mas – agradáveis na visão dele, se divertindo com a reação do fantasiado. Afinal, Cellbit odiava ser tratado com favoritismo.

Cellbit queria ser temido.

— Você não tem medo do que ele pode fazer, Cellbo? — Mike de repente entrou no meio da conversa, perguntando curioso. — Eu sei que ele tem esse lance de favoritismo contigo, mas ele sempre não me pareceu bater muito bem da cabeça.

— Cucurucho é só latidos e nunca mordidas. Ele não é o diretor daqui, Mike. Ele é apenas um dos médicos responsáveis por pessoas como nós. — Cellbit constatou enquanto virava a folha de seu livro. — Nessa prisão, eu tenho mais poder do que ele. Eu sou intocável.

Ambos Pac e Mike riram mas não discordaram, afinal, Cellbit não estava errado.

E assim se passava mais uma noite na prisão de Quesadilla.

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O refeitório da prisão estava cheio e barulhento naquela manhã, como se todos estivessem compartilhando o mesmo sentimento. O sentimento de animação e ansiedade. No entanto, Cellbit parecia alheio a tudo que acontecia ao seu redor enquanto mastigava tranquilamente seu pão.

E então houve passos indo até a mesa dos brasileiros, e ao lado de Cellbit, havia um espaço que logo foi ocupado por alguém. Jv.

— O que temos para hoje? — o homem perguntou, enquanto pegava alguma comida que estava em cima do tabuleiro de Pac.

— E eu vou lá saber? Meus planos pra hoje é terminar meu trabalho na oficina e ir dormir. — Mike disse, enquanto batucava na mesa pensativo.

— Tá bom, então. Cellbit, hoje eu fui mais cedo na enfermaria pra cuidar dos meus machucados e o Cucurucho pediu para avisar você para passar lá no escritório dele depois da refeição. — Cellbit arqueou a sobrancelha, afinal, não era mais fácil só ter ido diretamente ao loiro ao invés de pedir Jv para passar a mensagem?

— Beleza. — Cellbit logo se levantou, já havia terminado a sua comida. Se dirigiu até a enfermaria, pensando no que o fantasiado poderia querer consigo.

Ele queria puni-lo pela surpresa que havia deixado em cima da mesa de Cucurucho no dia anterior?

Bem, era o que ele descobriria de qualquer forma.