"Delírios de hormônios" Pedro Orochi

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As luzes do estádio se apagam, o jogo chegou ao fim.
Meu corpo agitado em meio a pulos sem fim de ansiedade, cansado e ofegante ao ver a pontuação final.

Meu time fazendo o melhor nesse fim de sábado deu origem a minha maior felicidade do mês.
O celular vibra novamente me fazendo manter atenção ao procurá-lo na bolsa.

— Oi? – atendo na pressa antes da ligação cair.

Ele diz algo inaudível e ouço apenas o seu tom de voz alto.

— O que? Não tô conseguindo ouvir! – respondo gritando.

— Me manda mensagens!! Assim vou conseguir entender. – falo e desligo.

O barulho e a multidão me traziam de volta para a realidade cheia de vibração. Sorrio olhando envolta com todos saindo e ando estreitamente entre muitos indo em direção a saída.
Busco as mensagens no telefone que estava quase descarregando.

Melhor amigo: S/n, eu tô saindo da Augusta agora
[17:00]

Melhor amigo: Acabou o jogo já né vi agora aqui
[18:04]

Melhor amiga: Ou pessoa linda onde você tá? 
[18:08]

Melhor amigo: ATENDE O CELULAR! vc tá viva?
[18:12]

Melhor amigo: Tô ficando um pouco preocupado
[18:14]

Melhor amigo: Tá tão lotado isso aqui que tô parado do lado esquerdo!!!!!! vem em direção contrária e pro lado da parede
[18:19]

Melhor amigo: vou aí te encontrar na saída, tá? É mais fácil
[18:20]

Em meio a multidão que deixava o espaço, respondi estar na portaria.
O vento gelado bate me tirando arrepios fazendo me abraçar, rodeando os braços no peito em tentativa de amenizar o que sentia.
Meus passos rápidos e acelerados vão de encontro ao seus e o abraço sorrindo.

— Como foi o jogo? Tá linda, amiga.– tomou minha mão segurando com força.

— FOI INCRÍVEL AMIGO! eu chorei tanto... é tão bom viver isso, sensação de paz e felicidade, sabe? Aai! – suspiro animada.

— Eu vi, seus storys só dava você gritando e chorando no fundo. – ele ri me puxando para trás ao atravessar a rua.

Ele sempre segurava minhas mãos e ficava por minutos parado esperando os carros reduzirem, enquanto sempre corro em qualquer oportunidade de segundos para passar.

Sento no banco de trás do carro passando meu cinto.
Pedro, seu amigo e parceiro de canal estava na frente e o comprimento.

— Você quer sentar aqui? Eu posso ir atrás! – ele diz olhando para mim.

— Não, deixa ela lá trás, se não vai mudar as músicas toda hora. – Doa diz ao dar partida.

— Não, imagina! Eu fico por aqui. – falo no mesmo momento que o Doa.

Eles riem e eu reviro os olhos involuntariamente. 

— Você tava no jogo, né? Como foi? Tá bonitona. – Pedro puxa assunto.

Não era a primeira vez que nos víamos ou algo assim, mas não era de muita frequência conversarmos. Saímos juntos no show do Lucas alguns meses, e no show do Kiss ano passado, e no Rock In Rio.

Coloquei ele nos melhores amigos há um tempo e recebi isso de volta, achei bonitinho. Ele é uma pessoa muito legal mas eu nunca parei para conversar muito...

— Sim. Foi lindo demais, toda a adrenalina e raiva que passei. Chorei tanto, cara, puta que pariu. Sério, na hora que o árbitro deu cartão amarelo eu já fiquei desanimada, mas o passe que teve depois e aquele gol bonito que o meu marido fez? Tá maluco, eu gritei tanto! Não cabia felicidade dentro de mim... senti o que era futebol, sabe? Nossa, foda pra caralho. — falo me encostando no banco percebendo minha empolgação.

Imagines de delírios da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora