"Ciúme" Pedro Orochi

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A casa da minha avó estava cheia hoje. Todos meus primos e a família reunida para nossa mesma ocasião de sempre: jantares do começo do mês.
Ao lado de fora, do outro lado da rua fica uma estação antiga de trem, onde eu e meus primos corríamos sempre.

Há árvores por todo o parque e em direção reta ao fim da avenida formando uma enorme sombra durante a tarde.
Minha prima se senta no banco de cimento onde a árvore cobre fazendo uma sombra muito boa.
Enquanto eu e o Pedro e eu dividimos uma manta forrada no chão debaixo da árvore.

— Aí! Ele tá chegando, finalmente! – ela diz olhando para o lado.

O carro estacionou na nossa frente e o namorado dela desce. Desceu com sacolas e dois crepes doces.
Pedi para ele comprar já que estávamos necessitados por um doce depois do almoço.

— S/a! E ai, Pedro? – ele nos cumprimentou de longe.

— E aí! – respondemos juntos.

O melhor amigo dele sai do carro pelo lado direito do passageiro. Olhei ele que sorri de leve ao nos olhar.

— Ué... como assim 'cê saiu daí do nada? – ela gargalha olhando o menino sair do carro. — Oloco, Vitin. Quase nem te vi, mano. – cumprimenta ele.

Olhei eles saírem do carro e o menino me entregar a sacola.

— Encontrei ele aí abandonado e trouxe, pra fazer uma caridade. – ele diz a ela.

— Aii, obrigada. – agradeci ao receber o crepe. — Vamo' dividir, vida? – olhei o Pedro.

Ele ergue a sobrancelha concordando e morde um pedaço.

— E aí, S/n! Quanto tempo que eu não te vejo.

Ele se agacha me dando oi e retribuo com um sorriso.
— Então... como você tá? Esse é meu namorado. – ele olha.

— Tô bem... e você?

— Também.

Ele assentiu balançando a cabeça e diz oi ao Pedro.

— E aí!

— Hmmh... bom, né? — soltei ao terminar de mastigar.

— Uhum.

Dentro da casa estava todos os nossos tios espalhados pelos lados conversando,
e fiquei sentada no braço do sofá com eles na sala.

— Legal reencontrar você, S/a. Você não mudou nada, sabia? – ele sorri.

Esse menino em questão, amigo do namorado da minha prima, era meu amigo também por muitos anos.
Nós namoramos quando éramos adolescentes, não por muito tempo, mas o suficiente para marcar umas coisas.
Ter aquelas lembranças malucas e irresponsáveis de adolescente.

— Você também não. – sorri sem graça.

— Só tá... diferente.

— Ué, que contraditório. – rio erguendo as sobrancelhas.

— Não, tipo... você tá diferente, as suas roupas...  esse jeito de falar. – franzi a testa. — Tem um namorado diferente. Você tá diferente! Sua áurea... parece feliz.

Pedro entrou na sala pelo corredor vindo
da cozinha com um copo de suco verde para mim me tirando a atenção da conversa. Olhei ele e sorri.

— Obrigada, vida. – ele sorri em resposta.

— Eu tô feliz mesmo. – sorri. Pedro
encosta em mim e beija meu ombro delicadamente.

— Que bom, cara. – diz. Ele ficou aparentemente sem graça e não demorou muito para sair.

Imagines de delírios da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora