Cap 09 - Azay.

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Neteyam estava quieto, não tocava nem em sua comida. Sua mãe o olhava estranho, pensando no que se passava na cabeça de seu filho.

- Que cara é essa logo de manhã? - perguntou Neytiri a Neteyam.

- Não é nada - respondeu Neteyam cabisbaixo.

Neytiri suspeitou. A mesma olhou para os outros filhos, que pareciam pensar a mesma coisa que Neytiri.

- Aconteceu alguma coisa ontem anoite para estar assim? - questionou Neytiri mais uma vez.

- Não. Não aconteceu nada não - respondeu enquanto cutucava o peixe.

Neytiri o encarou por mais um tempo, e então parou de o encarar.

- Mãe, o que a senhora sentiu quando descobriu que estava apaixonada pelo pai?

Todos o olharam em surpresa. Sua mãe estava mais surpresa que todos ali.

- C-como assim Neteyam?! - perguntou Neytiri.

- O que? Eu...só fiz uma pergunta, eu tô curioso.

- Você nunca faz perguntas assim! Por que logo do nada?

- Bom eu....a, a senhora poderia me responder?

- Me responda você! Por que isso do nada?!

- Por que eu....tô curioso.

Neytiri ficou pensativa.

- Tome seu café Neteyam, e pare de brincar com o peixe! Ele está parecendo uma peneira de tanto você cutucar!

- Okay - respondeu calmo e baixo.

Neytiri ficou meio surpresa com a resposta do filho. Geralmente Neteyam tentaria convencer a mãe a contar, mas desistiu facilmente. Neytiri olhou para seus outros filhos, como se perguntasse com os olhos o que havia acontecido para Neteyam fazer perguntas assim. Mas, logo Neytiri jogou a situação de lado, e voltou a comer.

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Os irmãos Sullys haviam saído para fazer bagunça, menos Neteyam, que havia se oferecido para ajudar a arrumar a bagunça do café. Neytiri observava cada mínimo movimento de Neteyam. Neteyam estava estranho, estava cabisbaixo, como se tivesse acontecido algo.

- Percebi com o tempo - disse Neytiri.

- Perdão? - disse Neteyam.

- Seu pai. Eu percebi com o tempo que estava apaixonada.

- Ãh...

- Não foi algo repentino. Eu era jovem, seu pai também era. Seu pai já era meio atrevido, demonstrava sentir algo a muito tempo, e sinceramente eu odiava seu pai. Eu era apenas sua treinadora, e ele horrível! Parecia um bebê!

- Oh, nossa - disse Neteyam rindo baixinho.

- Mas, ao decorrer do tempo, eu fui criando um laço de amizade com seu pai. Eu gostava dele como um amigo, meu parceiro de caça. Sempre que podíamos, saíamos para voar juntos, e era muito divertido.

- Imagino, você e o pai fazem isso até hoje.

- Sim. Mas, conforme o tempo...eu sentia que algo dentro de mim estava crescendo...e pelo seu pai. Seu pai me conquistou aos poucos com seu jeito bobo e infantil.

- É uma pena que ele não seja assim hoje - murmurou Neteyam.

- Sim, realmente é uma pena. Mas agora...você me responda uma coisa.

•°•°Kelku Oeyä °•°•Onde histórias criam vida. Descubra agora